45 Anos (12)

Nascido em 1975, com a missão de valorizar e preservar a criatividade brasileira, o Clube de Criação completa 45 anos em 2020.

Para entender melhor a importância da entidade e sua contribuição para a vida dos profissionais que integram o mercado publicitário, o Clubeonline exibe depoimentos que explicitam, sublinham e emolduram esta poderosa relação.

André Kassu, sócio e CCO CP+B, conta como uma coxinha e um bate e volta de 12 horas marcaram sua relação com o Clube de Criação.

Espie.

"A história começa no Terminal Rodoviário Novo Rio.

Um jovem, uma mochila, uma passagem comprada em cima da hora para São Paulo.

Todo aquele tumulto ao redor. Ele olha para um balcão de salgados, uma coxinha parece apetitosa, mas ele se recorda do apelido dos quitutes daquele local: 'Jesus tá te chamando'. Por segurança, ele opta por um alimento industrializado. Ele entra no ônibus com destino a São Paulo levando dois artigos de entretenimento daquele antigo tempo: um livro e um celular com o jogo da cobrinha.

O Itapemirim estaciona à tarde no Terminal Rodoviário Tietê, e um táxi leva o jovem para o lugar da exposição do Clube de Criação. Ele percebe que chegou cedo demais. Aproveita para caminhar pelo Parque do Ibirapuera, sem imaginar que, por muitos anos, aquela seria a vista da janela da agência que o acolheu.

O evento abre as portas, e ele caminha solitário entre as peças expostas. Não conhece ninguém na cidade. Passeia por todo o lugar até encontrar a sua singela peça pendurada: um cartaz. Nada além disso. O jovem ainda percorre toda aquela exposição algumas vezes. Anota algumas coisas, tenta apreender o máximo e começa a se preocupar com o horário. Ele vai embora um pouco confuso, mas um tanto animado.

Volta para a Rodoviária e embarca no ônibus da meia-noite. Às 9 da manhã, está na agência mais uma vez.

Mesmo com todo o seu amor pelo Rio, ele percebe que lá não seria mais o seu lugar de trabalho. Talvez, se ele tivesse avistado a Avenida Santo Amaro e toda a sua feiura, teria pensado diferente. Em todo caso, algo havia mudado.

O jovem que entrou no ônibus para fazer um bate e volta de 12 horas não fazia ideia de que o seu destino ganharia tantos contornos depois daquele dia. Talvez até hoje não o saiba. Por sorte, ele não comeu a coxinha da rodoviária e está aqui para agradecer por aquela noite."

Assista ao depoimento anterior, de João Linneu, aqui.

Espie também as declarações da série "Minha Estrela Inesquecível", aqui.