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45 Anos (27)

"Por que o Clube faz parte da minha história?" (Ricardo Chester)

14.07.20

Nascido em 1975, com a missão de valorizar e preservar a criatividade brasileira, o Clube de Criação completa 45 anos em 2020.

Para entender melhor a importância da entidade e sua contribuição para a vida dos profissionais que integram o mercado publicitário, o Clubeonline exibe depoimentos que explicitam, sublinham e emolduram esta poderosa relação.

Ricardo Chester, diretor executivo de criação da AlmapBBDO, conta por que o Clube faz parte de sua história.

Confira o texto, a seguir.

"Das coisas que eu lembro.

Lembro de esperar o MuBE abrir, e isso era pela hora do almoço, para ver se tinha alguma coisa no Livro.

Lembro de procurar e de voltar para a agência de olhos vazios. Uma, duas, três voltas pelos corredores, até por corredores que não havia. A realidade do ano peça-zero era dura como o concreto do lugar.

Lembro da compra do meu primeiro Anuário, o do Batom do Cipolla. Livro que transformou minha estante em sacrário. Alegrias dos tempos de quase empate entre o salário e o vale-refeição.

Lembro do Clube na 13 de maio, vizinho da MCR. Uma escadinha de lado, um bar bonito e música boa. Lembro da sede em Pinheiros, esta um tico menos charmosa, mas superior em arquitetura e atualidade.

Lembro de Tião Teixeira, de Clara, Ciça, Vera, Dirce e Laís. E do tanto que fizeram para o Clube estar vivo e firme até hoje.

Lembro de Tião me alertando para não confundir Anuário com o Clube na medida em que o Livro era a decisão de um júri, cabendo ao Clube apenas dar convite e regulamento para esse grupo decidir.

Lembro do King Kong, da Batatinha, do Cérebro, do Menino, do nº 1 e do nº 2, do Açougueiro, do Anuário IX, do Espelhado, do Rabiscado, do Limão, da Pizza, dos 34 reais. Do Mutley é o que mais lembro, aí por razões de umbigo.

Lembro da entrevista dos jurados do Anuário 2, que preciosidade, tomara que você leia aquilo de tanta coisa boa que tem ali.

Lembro de algumas Cartas dos Presidentes e convido a conhecerem esses documentos, registros da cultura da nossa melhor propaganda.

Lembro da grande ideia de reimprimir o Anuário 1, aquele que pouca gente o tinha.

Lembro do índice remissivo que virou um tipo de ranking e do debate que gerou. Lembro de ir ao índice e de ir à página. Às vezes, era difícil acreditar que você estava no Livro, de tão bom que é estar ali.

Lembro de ter sido o mouse direito na gestão Tomás Lorente e da exposição de seus trabalhos, aquilo dava um Anuário só dele, e até mais.

Lembro de quando julguei e como fomos julgados.

Lembro das edições mais finas e das nem tanto. Prefiro as primeiras, mas longe de ser uma verdade verdadeira, isso é apenas um gosto meu.

Lembro dos temas e layouts diversos e de como isso faz bem ao Anuário. E também da alegria de alguns parceiros meus ao receberem a tarefa de fazerem os seus. Ser o diretor de arte do Anuário é honra e responsa, as mesmas de apresentar um Hall da Fama, acredite.

Lembro das estrelas pontudas do Jack Ronc, capa do Anuário 7. E dessas lindonas entregues até hoje, com o peso da importância que carregam.

Lembro do parto do site. E de como ele ajuda o mercado, não apenas o Clube.

Lembro de Edu Lima e Fernando Campos mudando o rumo para o novo Festival, já tão grandioso, sem deixar o Livro de lado, e muito pelo contrário.

Lembro de títulos, textos e roteiros e do refino de suas escritas. Clássicos que a gente decora até a posição na página do Livro. Lembro de Outdoor, a categoria preferida.

Lembro que os Anuários são uma coleção de atração, argumentação e convencimento, palavras que definem essa nossa profissão.

Lembro que é preciso agradecer. É raro apontar a carreira de um criativo que não tenha sido influenciada pelo Clube.

Por isso, vida longa a ele, ao Anuário e ao seu Festival.

E aos que estão produzindo o que há de se lembrar daqui a 45 anos."

Assista ao depoimento anterior, de Renato Simões, aqui

E espie as declarações da série "Minha Estrela Inesquecível", aqui.

45 Anos (27)

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