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46º Anuário

Diversidade na essência, argila e cocriação

23.10.22

A diversidade está na essência do 46º Anuário do Clube de Criação, apresentado neste sábado (22), no primeiro dia do Festival do Clube de Criação, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Pela primeira vez, o anuário foi assinado por quatro diretores de criação: Bruno Oppido (Plant), Douglas Reis (DPZ), Roma Joana (AlmapBBDO) e Vanessa Ferreira (Estúdio Preta Ilustra).

Ao falar sobre o processo de concepção e realização, essa equipe plural, composta por homens e mulheres, pretos e brancos, héteros e LGBTQIA+, destacou a importância da cocriação para chegar ao inovador tema argila.

"A argila faz parte da história da humanidade. Ela fundamentou muitas coisas na nossa vida. Foi tirada do fundo do poço do lago de Nanã e dessa argila moldou-se o homem. Nanã, senhora da criação, do fundo do lago retirou o barro para Oxalá moldar o ser. Com o sopro de Olorum, o ser caminhou. E hoje sopramos essa mesma vida em cada criação", disse Vanessa, destacando que a diversidade religiosa também fez parte do processo criativo.

"Eram quatro cabeças pensando o livro. Surgiram vários temas no brainstorm e quando surgiu a argila, falamos ‘é isso’”, contou Reis. Ele já trabalhava com argila e por isso pensou que poderia estar em sua zona de conforto, sem aquele desafio que busca a cada trabalho. Mas a cocriação permitiu a ele experimentar um processo novo. “E o resultado é algo diferente de tudo o que eu tinha feito”.

O tema está presente nas cores, no formato, em toda a identidade visual do anuário, de diferentes maneiras, a partir de peças produzidas pela própria equipe. Da estrela da capa a uma pipa, foram várias as peças esculpidas na argila. Para Reis, foi importante manter as imperfeições das obras, trazendo texturas, testando processos diferentes para produzir as imagens e dando a cada uma delas um tratamento único.

Bruno Oppido reforçou que a experimentação, aproveitando o rústico e o imperfeito, foi um diferencial da estética do anuário. “Você vai experimentando, fotografa, escaneia, joga um papel, testa com cor, sem cor... é um processo longo. Cada um aqui tem um estilo e um pensamento de direção de arte e quando a gente começa a juntar tudo isso, chega em um resultado único e com uma identidade nova”.

E como levar para a produção gráfica essa ideia? “A capa é um bloco, que tenta traduzir o conceito de bloco de argila, a capa é em tecido poroso com estrela que partiu de escultura de argila feita pelo Doug. A lombada é maior, tentamos trazer o conceito da construção coletiva, da edificação”, explicou Roma.

Oppido também falou sobre as novidades na parte editorial. "Uma das decisões que a gente tomou, influenciou o projeto inteiro", disse, referindo-se ao padrão de fonte. Foram adotados apenas os tamanhos 18 e 7 pontos, com prioridade para o maior, para que todo o conteúdo tenha a mesma relevância.Democratizamos as páginas duplas e levamos a categoria Estudantes para a frente do livro, para que as pessoas olhem a galera que está chegando", completa Oppido.

Após a apresentação do 46º Anuário do Clube de Criação, o público fez perguntas aos quatro diretores de criação, entre elas, sobre os desafios da composição e de construir algo colaborativo e plural. “O maior desafio é sempre concluir”, brincou Roma. “Desafio gostoso é compartilhar esse processo com tanta gente massa, profissionais talentosíssimos. É o primeiro anuário cocriado, o desafio foi muito bom e muito gostoso”. Para ela, outro ponto importante é a sensibilidade de entender o ritmo de cada um, de ter jogo de cintura e saber quando dar a sua contribuição ou esperar o outro.

A gente beirou um milagre”, falou Oppido também em tom de brincadeira, para explicar que o processo de criação teve como dificuldade conciliar agendas. Para Reis, cocriar o anuário com os demais diretores de arte “é um sonho. Estou vivendo um sonho”.

Segundo Vanessa, uma pessoa só não teria como chegar onde chegaram, foi preciso ceder e isso os levou a um anuário que não tem a cara de uma só pessoa, mas que é o resultado do esforço de cada um. Ela agradeceu a Joana Mendes, presidente do Clube de Criação, por viabilizar o projeto, por juntar esses quatro profissionais com históricos diferentes e que puderam fazer algo inovador. “É a primeira vez que o anuário foi criado por diretores de arte negros e LGBTQIA+, isso é potente e diverso. É o legado que a gente está deixando pra vocês”.

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Serviço:

10º Festival do Clube de Criação

Patrocínio master (ordem alfabética): Globo, Google, Santeria e Tik Tok.

Patrocínio/apoio (ordem alfabética): Africa, Alice Filmes, Apro + Som, Barry Company, Broders, Cerveja Avós, Draftline, Clube da Voz, Grupo de Atendimento e Negócios, Jamute, KraftHeinz. Landscape, Modernista, Mugshot, MyMama, Nescafé Dolce Gusto ,Not So Impossible, O2, Paranoid, Piloto, Publicis, S de Samba, Sentimental Filme, Shutterstock, TBWA Media Arts Lab, Untitled, Uol, Vetor Zero, WMcCann e Zohar.

Ingressos estão à venda na plataforma da Sympla (aqui). Garanta o seu.

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