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Adolescentes

Meta irá restringir conteúdos que possam ser gatilhos

09.01.24

Enfrentando na Justiça norte-americana acusações de que suas plataformas viciam adolescentes ou impactam negativamente a saúde mental dessas pessoas, a Meta anunciou nesta terça-feira, 09, novas políticas de conteúdo para os jovens usuários do Facebook e do Instagram (eles podem abrir contas nessas redes a partir de 13 anos). A big tech afirmou, em comunicado, que deseja que os adolescentes tenham experiências “seguras e adequadas à idade e ressaltou que, ao longo dos anos, desenvolveu mais de 30 ferramentas e recursos com esse objetivo.

As atualizações da Meta, que serão implementadas nas próximas semanas, estabelecem configurações mais restritivas para usuários abaixo de 18 anos, controlando o acesso a determinados assuntos. Um exemplo dado pela companhia no comunicado é uma mensagem de alguém que aborda sua persistência em lutar contra pensamentos de automutilação. Embora a intenção desse post hipotético seja ressaltar a perseverança no combate a esse problema ou romper estigmas, para adolescentes, a mensagem poderia funcionar como um gatilho.

Por isso, temas complexos como esse serão removidos “das experiências” dos jovens nas plataformas da Meta, mesmo que sejam publicados por familiares. Conteúdos considerados sensíveis para os adolescentes já não entravam nas recomendações de ferramentas como Reels. Agora não serão exibidos no feed e nos Stories.

Uma medida de proteção adotada pela empresa é utilizar recursos de ajuda elaborados por organizações especializadas em saúde mental se usuários publicam algo relacionado a problemas como transtornos alimentares, suicídio ou automutilação. Esse cuidado será implementado para os adolescentes até 18 anos. Termos serão ampliados nos próximos meses para tornar a plataforma mais segura para os jovens, restringindo conteúdo que possa ser prejudicial para eles.

A big tech informou ainda que serão enviadas novas notificações para os adolescentes, incentivando-os a verificar as configurações de segurança e privacidade. Se eles optarem pelo recurso “Ativar configurações recomendadas”, essas configurações serão alteradas automaticamente, restringindo quem pode marcá-los em posts alheios, quem pode repassar o conteúdo do usuário ou fazer remix do que foi publicado no Reels. Comentários ofensivos poderão ficar ocultos.

Essas novidades estão sendo adotadas depois de a Meta enfrentar ações impetradas por procuradores de mais de 40 Estados nos EUA. A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, que integra esse grupo, declarou, em comunicado sobre os processos, que “crianças e adolescentes estão sofrendo com níveis recordes de problemas de saúde mental e as companhias de mídia social como a Meta são as culpadas”.

Nas palavras de Letitia, a big techlucrou com a dor” desses jovens ao “projetar intencionalmente suas plataformas com recursos manipuladores que tornam as crianças viciadas em suas plataformas e, ao mesmo tempo, diminuem sua autoestima”.

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