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Amor em Tempos de Pandemia

Como o isolamento afeta a vida afetiva?, investiga Mutato

10.06.20

A Mutato investigou os impactos da Covid-19 na vida afetiva, por meio do estudo "O Amor em Tempos de Pandemia". A pesquisa, realizada entre os meses de março e maio, buscou apurar como o contexto de isolamento social está acelerando transformações na maneira como as pessoas amam e fazem sexo, e se propõe a ajudar a responder questões como "Como encontrar o amor, sem ser ao vivo?".

A partir de menções sobre o assunto captadas em redes sociais e em veículos da imprensa, a equipe de pesquisa as traduziu em novas tendências de comportamentos.

O estudo analisou as mudanças a partir de cinco tendências: solidão, como a quarentena coloca à prova a necessidade de interação social; conexão, novas formas de aproximação, via digital; zuêra, mesmo neste contexto o brasileiro continua a fazer piada de si mesmo; tretas, como o convívio intenso impacta a vida dos casais que estão em confinamento juntos; e tesão, novas formas de alimentar o apetite sexual.

Em relação a todos os temas, a pesquisa conclui que existe um fortalecimento das conexões emocionais entre as pessoas.

"O ser humano precisa de amor para sobreviver e, a partir do estudo, vimos que essa necessidade tem sido suprida quando há compartilhamento de emoções e sentimentos com o outro, o que traz a sensação de cuidado e acolhimento. O isolamento tira todos da zona de conforto, independente do tipo de relacionamento, então, estamos nos adaptando a usar a internet como ferramenta de conexão", pondera Juliana Morganti, diretora de estratégia da Mutato.

Sobre o tema da solidão, o estudo destaca a necessidade de cuidados com a saúde mental e um desejo por conexão emocional.

Aplicativos que promovem encontros estão em alta: em um único dia, o Tinder chegou a ter 3 bilhões de swipes (deslizadas). O volume das conversas em apps de encontros aumentou 20% e a duração 30% (segundo o Tinder e Okcupid).

Além disso, houve crescimento de 200% na quantidade de pessoas que afirmam ter participado de um encontro virtual (Okcupid).

O levantamento detectou ainda o uso da expressão "Carentena", a carência no isolamento social. Outro apontamento é que comportamentos como reunião de amigos sem indícios de contaminação têm crescido - descumprindo recomendações de profissionais de saúde.

Sobre o tema conexão, a Mutato identificou fenômenos como o "relacionamento sério consigo mesmo", e uma relação "mais emotiva e profunda entre os dates, com mais tempo de conversa antes de partirem para o encontro físico".

Segundo a Okcupid, 85% das pessoas consideram importante desenvolver a conexão emotiva, e há um aumento de 30% nas trocas de mensagens em março. No Tinder, percebeu-se que os 'crushes' estão realizando mais chamadas de vídeo. Apps como o Bumble se prepararam para oferecer uma experiência melhor nesse sentido.

A pesquisa indica que a quarentena ajudou as pessoas a assumirem seus relacionamentos: ou percebendo o quanto gostam das pessoas ou decidindo terminar de vez. São inúmeros tuítes com demonstração da vontade de oficializar um relacionamento depois do isolamento.

Na esfera do tesão, há uma busca maior por brinquedos sexuais. Os sex shops tiveram aumento de 50% na vendas em abril e a quantidade de clientes homens saltou 33%. Formas de sexo virtual como sexting ou camming ganham espaço e os casados se vangloriam por conseguir transar mais que os solteiros.

O Zoom é a plataforma que ganhou espaço para as "sex parties" ou "zoomrubas", embora conteúdo pornográfico seja proibido na plataforma e algumas festas tenham sido vetadas.

O envio de nudes e sexting cresceu, com o Reddit registrando aumento no número de posts compartilhados nas comunidades.

Sobre o tema tretas, os casais se conectam mais com uma convivência mais próxima. Isso pode ser bom, em muitos casos, mas também nota-se um aumento de 50% nos casos de violência doméstica no Rio de Janeiro, e um crescimento de 40% na chamadas ao 180.

Uma pesquisa mostrou que 32% dos americanos acham que a relação piorou no isolamento. Embora com mais tempo para fazer sexo, a questão econômica pode ser um impeditivo para quem deseja um bebê.

Por fim, sobre o tema zuêra, o brasileiro sabe rir de si próprio, e o humor é usado como forma de escapismo. As pessoas passaram a brincar com a própria solidão e falta de 'crushes'.

Muitas mulheres comentam sobre a alegria de não precisarem se arrumar, a sensação de liberdade pela falta de cuidados com a beleza e o uso de maquiagem apenas por diversão ou no filtro do Instragram. A redução no consumo de itens de beleza chega a 25%, segundo dados de Nielsen e Kantar.

Confira o estudo "Amor em Tempos de Pandemia", aqui.

Leia levantamento anterior da Mutato, aqui. Veja a pesquisa "Viramundo", realizada pela F.biz, sobre as mudanças de comportamento humano e os efeitos da Covid-19 em diversos setores da economia, aqui. E sobre o estudo "Utopia do novo normal", da Ampfy, aqui.

Amor em Tempos de Pandemia

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