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Foto com Ítalo Ferreira, por Marcelo Maragni, está ligada à Red Bull
O surfista Ítalo Ferreira está no centro de uma fotografia publicada no Instagram por ele e pela Red Bull que vem causando muita repercussão desde que foi postada, no sábado 14. É a silhueta do atleta em meio a um “anel de fogo” criado pelo eclipse solar que pode ser testemunhado em alguns estados no Brasil, entre eles, a terra natal de Ítalo: Rio Grande do Norte, que oferecia a visão perfeita do fenômeno.
Campeão olímpico de surfe, o potiguar tem patrocínio da Red Bull desde março de 2021. O projeto do eclipse solar foi criado por Marcelo Maragni, fotógrafo que integra o time da Red Bull desde outubro de 2005 e que é especializado em coberturas esportivas. A imagem já tem mais de 736 mil curtidas e 12 mil comentários, até o momento da publicação desta matéria.
Há cerca de quatro meses, Maragni teve essa ideia e expôs o projeto para Ítalo. Também contou com o apoio da Red Bull. Para completar, mais dois parceiros viabilizaram o plano: Ford e Canon. A montadora é patrocinadora do atleta.
Maragni precisou estudar por meses o que era necessário fazer para garantir a foto que idealizou. Foram muitos detalhes, desde a escolha do local - uma montanha em Baía Formosa, perto da casa de Ítalo -, o ângulo, o uso de equipamentos.
"Esse foi um projeto mais que especial para mim. Fiquei muito feliz que no Rio Grande do Norte tivemos a melhor vista do eclipse”, disse o surfista, em comunicado. Para Ítalo, o anel ainda tinha um elemento extra de apego: remetia à sua conquista olímpica, em Tóquio.
No dia da foto, o atleta chegou a se preocupar com o sucesso do projeto. “Quando saí de casa, havia muitas nuvens no céu e fiquei um pouco apreensivo. Mas, quando chegamos à rocha que seria o ponto perfeito, o tempo melhorou. O eclipse começou e conseguimos tirar uma foto que, na minha opinião, é provavelmente uma das melhores que alguém já tirou durante um eclipse", completou.
Ele celebrou o resultado em seu perfil no Instagram e compartilhou os bastidores dessa produção, que mostra, entre outros detalhes, que, na hora, ventava muito e o surfista precisou segurar bem sua prancha no momento dos cliques.
Dias antes, Ítalo havia publicado uma despedida importante dentre seus patrocinadores. No dia 10, ele revelou que a parceria com a Billabong chegou ao fim. Ele agradeceu à marca por ter feito parte de sua história. "Foram anos de uma parceria que começou em 2016 e que contribuiu com a minha carreira. Mas, como tudo na vida, tem início, meio e fim… Este ciclo termina para outros começarem", publicou.
A prancha de Ítalo, usada na composição da fotografia de Maragni, não traz nenhuma marca no bico, o que vem gerando especulação entre os fãs a respeito de quem será o novo ocupante do espaço. No final de setembro, foi anunciado o patrocínio da Decathlon. Ele se tornou embaixador da varejista de origem francesa.
Desafio solar
Para Maragni, a foto icônica do eclipse solar é mais uma conquista do surfista, que levou o título mundial de 2019, que é um de seus grandes feitos junto com a medalha de ouro nos Jogos de Tóquio 2020. Segundo o fotógrafo da Red Bull, a imagem que resultou do esforço dele e de Ítalo “é uma prova de sua dedicação ao projeto e do apoio inabalável do Rio Grande do Norte, que proporcionou o ponto de vista ideal para este eclipse extraordinário”, declarou.
De acordo com Maragni, o projeto foi uma das obras mais desafiadoras e que teve em seus quase 25 anos de carreira. "Esta foi uma das fotos mais complexas que já fiz. Envolveu diversas tentativas de encontrar um local com a angulação correta, um ângulo em relação ao Norte e uma inclinação de altura específica. Também usei um filtro de densidade neutra na lente para reduzir a luz que entraria na câmera", explicou.
O eclipse solar começou no Brasil por volta das 15h e terminou com o pôr do sol, em torno das 18h. O “anel de fogo” se formou-se ao redor das 16h40, durando apenas um curto período (cinco segundos), tornando a fotografia tão rara quanto o próprio fenômeno natural.
A Red Bull detalhou parte do planejamento de Maragni para obter a imagem perfeita:
- A execução do projeto exigiu uma combinação de fotografia, posicionamento preciso e agilidade excepcional para capturar a foto em questão de segundos. Foram cerca de 5s para obter o anel de fogo.
- Ítalo teve de se alinhar com cuidado no alto da montanha escolhida para o clique. Tudo para que fosse possível capturar a lua precisamente posicionada entre a Terra e o sol. Enquanto isso, Maragni ficou a aproximadamente um quilômetro de distância do local.
- Entre os equipamentos que ajudaram a garantir a imagem estavam rádios (para comunicação), dois celulares, óculos de proteção e espelhos. Essas medidas protegeram os olhos da intensa luz solar e garantiram a remoção de quaisquer efeitos de sombra do atleta na fotografia.
- A imagem foi capturada após uma única tentativa. A janela para esse registro era muito breve: cinco segundos. Antes do evento, Maragni realizou diversos ensaios e estudos ao longo de quatro meses, visitando mais de 20 picos e montanhas para identificar o local ideal para a foto pretendida.
- Maragni fez diversos cálculos para encontrar o ângulo preciso para o posicionamento do surfista. Ele usou dois celulares para simular um teodolito, instrumento óptico que mede com precisão ângulos verticais e horizontais, aplicado por setores como navegação, construção civil e meteorologia.