Até o final de 2019

Apesar das constantes discussões sobre questões de gênero na propaganda, as mulheres ainda não se identificam com muitas peças publicitárias que veem e não há modelos masculinos sendo retratados de forma realista, de acordo com um recorte do estudo Media Predictions 2019, elaborado pela Kantar Millward Brown.

Segundo a pesquisa, a segmentação por gênero ainda precisa de uma "reforma verdadeira". "Enquanto 75% dos anúncios testados pela Kantar apresentam mulheres, apenas 6% as retratam de forma empoderada", pondera Maura Coracini, head de Digital&Mídia na Kantar Millward Brown.

"Os profissionais de marketing estarão em busca de se manter mais antenados com os insights e exemplos de mercado que estão sendo compartilhados, além de investirem no aprimoramento de seus pré-testes de publicidade, adicionando métricas chave de igualdade de gênero e garantindo que seus criativos estejam livres de qualquer estereótipo antes da veiculação. Dessa forma começaremos a ver mais ações proativas para erradicar quaisquer tipos de rótulos ofensivos na publicidade", analisa Maura.

O Media Predictions prevê ainda que, até o final de 2019, haverá mais anunciantes preocupados e conscientes com a questão de gênero. Porém, essa transição não acontecerá sem que antes erros sejam cometidos.

Além disso, serão realizadas mais campanhas de instrução para a transformação desses estereótipos, como #LikeAGirl de Always e  #isitokforguys de AXE.

Segundo o estudo, pode ser que não seja possível acompanhar, antes de 2020, os anunciantes tratarem essa questão de forma inovadora e natural. Mas, o Media Predictions afirma que os "profissionais de marketing que tomarem à frente nessa revolução e de fato trabalharem para ir além dos estereótipos, irão se tornar referência e impulsionarão mudanças institucionais importantes".

"A segmentação por gênero é obviamente apenas um aspecto; outros fatores como raça, orientação sexual e idade também são considerações vitais. Os profissionais de marketing mais preparados adotarão o gênero como parte de um programa mais amplo de inclusão e diversidade, e esperarão o mesmo das agências que trabalham com eles", aponta o Media Predictions.