Ato pela Terra

Caetano Veloso mobilizou outros artistas e movimentos sociais em Brasília, no chamado "Ato pela Terra", que teve o objetivo de protestar contra projetos de lei que propõem mudanças na política ambiental no país.

A ação, que ocorreu nesta quarta-feira (9), recebeu apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e contou com a participação de representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

Segundo os organizadores, as propostas que tramitam no Congresso, se aprovadas, contribuiriam para alavancar a mineração em terras indígenas, a violência contra povos tradicionais e o desmatamento.

Entre os projetos que desencadearam os protestos estão o PL 3.729, aprovado na Câmara em maio de 2021, que afrouxaria as regras para o licenciamento ambiental, flexibilizando normas, como permitir a licença "autodeclarada" para empreendimentos de baixo impacto ambiental; o PL 6.299, aprovado no último mês de fevereiro na Câmara dos Deputados e que flexibilizaria o uso de agrotóxicos - o texto foi apelidado como "PL do Veneno"; além dos PLs 2.633 e 510, que iriam facilitar a privatização de terras; e os PLS 490 e 191, que alterariam as demarcações de terras indígenas e favoreceriam a mineração. O texto também propõe exploração de hidrocarbonetos, como petróleo.

Depois de se encontrar com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), em audiência na Comissão do Meio Ambiente, quando destacou o crescimento das tragédias ambientais no Brasil e ressaltou que os projetos de lei podem "tornar a situação mais grave", Caetano se juntou a outros artistas, como Lázaro Ramos, Bela Gil, Seu Jorge, Daniela Mercury, Natiruts, Nando Reis, Seu Jorge, Duda Beat, Maria Gadú, Baco Exu do Blues, Emicida, Criolo, no protesto organizado em frente ao Congresso Nacional. A manifestação foi encerrada ao som da música "Terra", de Caetano.