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Ministro diz que setor brasileiro estará no Top 5 em 10 anos
O ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão planeja um impulso grande na produção audiovisual brasileira. Com duas medidas para dar largada a partir de 2018, entre outros projetos, ele acredita que o país poderá crescer no setor, chegando a figurar no top 5 da indústria audiovisual global dentro de dez anos. Em 2016, o Brasil ocupou o 11º posto, disse o ministro.
A afirmação foi feita durante a Unlock, evento paralelo da CCXP, festival de cultura pop que se encerra neste domingo, 10. As duas medidas são: linhas de crédito para infraestrutura em produção e pós-produção e estabelecimento de incentivos para atrair produções internacionais para o Brasil. Segundo Sá Leitão, elas passam a valer no primeiro semestre de 2018. “Estamos empenhados em construir uma indústria audiovisual de fato”, disse.
O setor tem apresentado um desempenho importante nos últimos anos, apontou. Ele elencou alguns fatores que contribuíram para compor o quadro atual: o tamanho do mercado consumidor, a quantidade de talentos que temos por aqui e a vocação do país para a economia criativa. Sá Leitão ressaltou que a economia criativa responde por 2,64% do PIB. E afirmou que esse é um dos dez setores que mais contribuem para o desenvolvimento do país. Uma pesquisa da Pricewater House Coopers, de acordo com o ministro, indica que o percentual do PIB movimentado pela economia criativa poderá chegar a 4,6% dentro de cinco anos.
Sá Leitão disse ainda que o setor audiovisual teve uma média de crescimento de 8% ao ano nos últimos dez anos. Hoje é maior do que a indústria farmacêutica, afiançou. “Isso se deve à expansão do mercado, à consolidação da TV paga, às plataformas de VOD e OTT. Mas isso é também uma tendência global. O setor está crescendo no mundo inteiro”, afirmou.
Ao comentar que pretende dar um viés econômico para dar impulso à indústria, o ministro declarou que considera inacreditável não termos uma política de incentivo às produções internacionais, como existem em países como a Nova Zelândia. Ele observou que nos EUA, 42 estados oferecem incentivos e atualmente a Georgia se destaca sobre a Califórnia, recebendo muitas locações. Na América Latina, Colômbia, México e República Dominicana têm também incentivos.
Investimento e Harry Potter
O ministro informou que a pasta está investindo no setor um montante de RS 700 milhões ao ano, o que começou no meio deste ano. E esse aporte será feito por um período de dez anos, totalizando R$ 7 bilhões. Além das duas medidas que mencionou, Sá Leitão destacou que é fundamental formar mão de obra. Uma das áreas que demanda mais e mais profissionais é a de VFX. “Temos gente talentosa e capacitada. Mas precisamos de volume”.
No debate em que participou no Unlock, foi mostrado que tanto a Inglaterra quanto a Nova Zelândia desenvolveram talentos de efeitos especiais em um mercado em que havia poucos profissionais especialistas na área. Na Nova Zelândia, o impulso foi dado pela trilogia O Senhor dos Anéis, dirigida por Peter Jackson, que criou a Weta. Na Inglaterra deu-se um salto a partir da produção da franquia Harry Potter. Antes, não havia muitas empresas especializadas em VFX. Agora o setor está bem posicionado no mercado. “A saga ilustra a trajetória do setor. Você pode ver a cada filme como os efeitos visuais foram melhorando”, completou o ministro da Cultura.
Lena Castellón