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Berlinale

O Último Azul, de Gabriel Mascaro, conquista Urso de Prata

24.02.25

O Último Azul”, dirigido por Gabriel Mascaro, recebeu o Urso de Prata, do Grande Prêmio do Júri, na 75ª edição do Festival de Berlim. No evento, também conhecido como Berlinale, o filme brasileiro teve outras conquistas, atribuídas pelos júris paralelos à competição principal: o Prêmio do Júri Ecumênico e o Prêmio do Júri de Leitores do Berliner Morgenpost.

A importância do festival para o cinema foi ressaltada por Mascaro (“Boi Neon”, “Divino Amor” e “Ventos de Agosto”) ao receber o Urso de Prata. “Muitos filmes que me inspiraram como cineasta estrearam aqui. Quero expressar minha mais profunda gratidão ao júri por confiar este prêmio ao meu filme. Ele existe graças à dedicação de muitas pessoas que trabalharam duro para transformar este sonho em realidade. ‘O Último Azul’ fala sobre o direito de sonhar e a crença de que nunca é tarde para encontrar um novo significado na vida, declarou.

O longa brasileiro esteve cotado para o Urso de Ouro.O Último Azul” foi o primeiro filme do país a competir pela premiação máxima da Berlinale desde 2020. O Urso de Ouro ficou com “Dreams (Sex Love)”, dirigido por Dag Johan Haugerud, da Noruega.

O curta “Anba dlo”, uma coprodução Brasil, Cuba e Haiti, esteve entre os escolhidos para concorrer pelo Ouro da Berlinale Shorts, competição de curtas. O Urso de Ouro ficou com “Lloyd Wong, Unfinished”, de Lesley Loksi Chan, e o Urso de Prata com “Ordinary Life”, de Yoriko Mizushiri.

Repercussão

O filme de Gabriel Mascaro, que fala de um futuro distópico na Amazônia em que o governo transfere idosos para uma colônia habitacional de forma compulsória, obteve boa repercussão internacional entre a crítica especializada. Isso atraiu a atenção de distribuidoras de mais de 15 países.

De acordo com a Variety, a Lucky Number, empresa responsável pela comercialização internacional de “O Último Azul”, já vendeu o longa para distribuidoras de países como Alemanha (Alamode), França (Paname), Benelux (Imagine), Espanha (Karma), Suíça (Xenix), Portugal (Nitrato), Suécia (Triart), Dinamarca (Camera), Noruega (Arthaus), Países Bálticos (A-One), Polônia (Aurora), República Tcheca e Eslováquia (Film Europe), Ex-Iugoslávia (MCF Megacom), Bulgária (Beta), Hungria (Mozinet), Israel (Lev), Austrália e Nova Zelândia (Palace), Indonésia (Falcon).

Há ainda negociações com distribuidores dos Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Oriente Médio, Turquia, Grécia e Ásia. No México, a distribuição é da Pimienta.

Considerada pelos produtores como uma aventura sobre resistência e amadurecimento ao longo dos rios da Amazônia, "O Último Azul” tem previsão para chegar aos cinemas brasileiros ainda em 2025, com distribuição da Vitrine Filmes.

Protagonizado por Denise Weinberg, que faz o papel de Tereza, uma mulher de 77 anos, o longa mostra a personagem embarcando em uma jornada para realizar um último desejo antes de enfrentar seu exílio. Com a entrega do Urso de Prata para o filme, Denise, que esteve com o elenco e o time de produção na premiação do Festival de Berlim, destacou a potência do cinema nacional. "Estamos muito felizes com esse Urso de Prata, alavancando o cinema brasileiro depois de anos de trevas. Somos capazes, somos criativos. Temos de levantar nossa autoestima e continuar resistindo", afirmou.

Rodrigo Santoro, outra estrela do longa, complementou: “Quando o cinema brasileiro independente recebe um reconhecimento dessa relevância, a maior vencedora é a nossa cultura. É emocionante representar o Brasil num filme que nos convida a reeducar o olhar para um tema tão urgente”.

O longa tem produção da Desvia (Brasil) e Cinevinay (México), em coprodução com Globo Filmes (Brasil), Quijote Films (Chile), Viking Film (Países Baixos). “O Último Azul” foi produzido por Rachel Daisy Ellis (“Boi Neon”, “Rojo”) e Sandino Saravia Vinay, produtor associado de “Roma”, de Alfonso Cuarón, e coprodutor dos filmes anteriores de Gabriel Mascaro.

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