Big Tech

A economia global vive dias sombrios, com setores paralisados e populações confinadas em casa, conforme as orientações da OMS para conter o avanço do coronavírus. Mas algumas das maiores companhias de tecnologia do mundo estão se mantendo ativas e até registrando crescimento. É o que mostra o jornal The New York Times.

A Amazon anunciou no dia 17 seu plano de contratar 100 mil pessoas para trabalhar na estocagem e entrega para atender à demanda nos EUA, já que muitas pessoas estão fazendo pedidos pela internet nestes dias de confinamento. A Microsoft teve aumento de 37% no uso de seu software de colaboração online, o Teams, de uma semana para outra. E no Facebook houve uma explosão no tráfego de vídeo chamadas, a ponto de superar o pico visto no Ano Novo.

Na Amazon, entre 20 de fevereiro e 15 de março, as vendas de remédios para resfriado (sem prescrição médica) aumentaram nove vezes em relação ao ano anterior. Os pedidos de alimentos para cães aumentaram 13 vezes e as vendas de toalhas de papel e papel higiênico triplicaram, de acordo com o CommerceIQ.

Com o confinamento, os downloads do aplicativo da Netflix cresceram 66% na Itália, segundo a Sensor Tower, empresa de dados de aplicativos. Na Espanha, 35%. Nos EUA, 9%.

As chamadas de voz pelo WhatsApp dobraram de volume, informou Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, em uma teleconferência com jornalistas na semana passada. O Messenger teve crescimento semelhante, segundo ele. "O pico normal para nós é a véspera de Ano Novo”, disse. "Estamos muito além desse pico”, declarou, dando a dimensão do movimento na plataforma provocado pelo novo coronavírus.

A computação em nuvem se tornou vital para dias como os atuais. Amazon, Microsoft e Google, as três principais plataformas de computação em nuvem, estão oferecendo grandes descontos pelo aluguel da infraestrutura de uma rede corporativa.

O Teams, da Microsoft, tem sido largamente utilizado. Na quinta-feira 19, a companhia informou que o número de usuários diários do Teams chegou a 44 milhões (aumento de 37%). Houve pelo menos 900 milhões de minutos utilizados em reuniões e chamadas todos os dias. Na empresa, há a expectativa de que a mudança repentina para o home office, em virtude da pandemia, será um ponto de virada na maneira como as pessoas trabalham e aprendem.

Mesmo a Apple parece estar reagindo ao impacto do início da crise do coronavírus, quando fechou fábricas na China. Nas últimas duas semanas, segundo a Sensor Tower, as vendas de apps para iPhone subiram 20% nos EUA, somando US$ 670 milhões. Já as vendas de aplicativos para Android aumentaram 14%, atingindo US$ 380 milhões.

É fato que a publicidade, receita fundamental de empresas como Google e Facebook, deverá diminuir nestes tempos de economia incerta. Na bolsa, as ações de Apple, Microsoft, Amazon, Facebook e Alphabet (dona do Google) caíram tanto que as perdas, somadas, batem o US$ 1 trilhão, em comparação a um mês atrás. Mas, quando a economia começar a reagir, as grandes companhias de tecnologia poderão sair na frente em função da mudança de hábitos geradas por estes dias que estão transformando o mundo.