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Ralph Fiennes e Alan Rusbridger discutem privacidade
O papo entre o ator inglês Ralph Fiennes (de longas como O Paciente Inglês, Jardineiro Fiel e Grande Hotel Budapeste) e o editor-chefe do jornal The Guardian, Alan Rusbridger, começou com piada: "Essa é a primeira vez que vocês veem Harry Potter e Lord Voldemort no mesmo palco", brincou o jornalista, sobre sua semelhança com o bruxo de J. K. Rowling e a presença de Fiennes, que interpretou o antagonista da série no cinema. "Mas já me disseram que estou mais para um tio envelhecido do Harry", acrescentou Rusbridger.
Depois de discutir o processo artístico de Fiennes - que envolveu uma interessante digressão sobre psicanálise, e o quanto a visão do público afeta sua atuação (o ator afirmou que lê pouco do que se escreve sobre ele e, portanto, tenta não se deixar influenciar) - a conversa rumou para um assunto bem mais quente e sério: privacidade.
Rusbridger indagou Fiennes sobre como ele lida com o assédio de fãs e, numa declaração lúcida, o ator respondeu que sua profissão só existe por causa da audiência. Portanto, lidar com fãs faz parte de sua escolha de ser ator. Em seguida, ele elogiou The Guardian por "liderar um debate global sobre a questão da privacidade", em uma referência à publicação de documentos de órgãos de segurança dos Estados Unidos e do Reino Unido que comprovam operações de devassa nos dados de cidadãos que não sabiam estar sob vigilância. "Tudo o que existe dentro de mim considera isso horripilante", declarou Fiennes.
O discurso inflamado do ator em favor do Guardian foi aplaudido pelo público do Grand Audi. Ele em seguida questionou Rusbridger se já não estamos vivendo sob o Big Brother, conforme previu George Orwell no clássico livro "1984". Indo além, questionou o quão distantes estamos de uma situação em que nossos pensamentos possam ser vigiados. "Se pensarmos que o mecanismo de buscas do Google já funciona como uma extensão do nosso cérebro, a intersecção entre o pensamos e pesquisamos ali chegará muito perto disso", respondeu Rusbridger.
Foi uma conversa profunda mas, em se tratando de discussão com um ator famoso, acompanhada de suspiros do público feminino.