Cannes Lions 2015

O Clubeonline apresenta um bate-bola sucinto e objetivo com todos os jurados que irão representar o Brasil no Cannes Lions, este ano.

Acompanha abaixo o que tem a dizer Alexandre Ravagnani, da Havas, nosso jurado em Direct.

1. Nome, cargo e há quantos anos comparece ao Cannes Lions.

Alexandre Ravagnani - Diretor de Criação da Havas

Compareço no Festival de Cannes há 9 anos.

2.  É sua primeira vez como jurado neste Festival? Qual a importância deste convite?

É minha primeira vez como jurado no Festival de Cannes.

Pra mim, é muito relevante por ser o grande prêmio da publicidade mundial, e poder avaliar tudo o que de melhor foi feito no ano em comunicação.

É uma grande honra estar lá junto com pessoas que admiro tanto.

 3.  Como você está se preparando para o julgamento?

Acho que é mais um preparo psicológico do que qualquer outra coisa.

Mas estou conversando com quem já foi jurado na minha categoria, Direct, e também revendo muita coisa que já performou bem no Festival para entender os critérios que levaram cada case ser premiado.

Muitas vezes a diferença entre um shortlist e uma ideia que levou bronze é muito pequena e em Cannes todos os detalhes contam e fazem diferença no final.

 4.  Já viu trabalhos, nacionais ou internacionais, na sua categoria ou em outras, nos quais aposta?

Já vi trabalhos internacionais da minha rede, a Havas. A grande maioria dos escritórios da minha agência me encaminhou seus cases para eu poder conhecer de antemão. Também recebi os cases de grande parte das agências brasileiras que quiseram compartilhar suas ideias. Isto tem me dado uma boa amostra do que vou encontrar por lá. Só não posso entrar no mérito das apostas para 2015 porque, devido ao grande volume de inscrições, eu já comecei a trabalhar no julgamento e isto não seria ético da minha parte.

 5.  De modo geral, quais suas expectativas em relação ao desempenho do Brasil, este ano, no Festival?

Torço muito para que o Brasil tenha um grande ano em Cannes. Posso dizer que, pelo que já vi, acho que temos boas chances pela frente. Mas sabemos que é sempre uma caixinha de surpresas e vai depender também da qualidade geral dos outros países para saber se nossas ideias são melhores para estarem na frente.

6.  O Cannes Lions virou um grande Festival, com mais categorias a cada ano e no qual as agências brasileiras investem um grande montante de dinheiro, não só em inscrições, mas também no envio de suas equipes. Você mudaria alguma coisa no Festival, se pudesse?

Acho que o Festival evoluiu com a comunicação. Hoje não faz mais sentido lançar uma campanha somente num meio ou no outro, além disso tudo, a tecnologia, mobile, as redes sociais e a interatividade mudaram a forma como pensamos criativamente. Não são somente os meios que aumentaram e se tornaram mais complexos, mas a maneira como nos relacionamos com o consumidor, o que sabemos dele e como atingi-lo da maneira mais eficiente. Sendo assim, fez sentido a organização do Festival ir agregando novas categorias conforme tudo vai mudando. Mas talvez, olhando o todo, pode parecer coisa demais. Muitas vezes as categorias se sobrepõe e grande parte dos cases tem um pouco de tudo. Acho que no futuro vai ser diferente.

 7.  Como avalia a qualidade das palestras e a infraestrutura do evento?

Já vi muita coisa boa por lá, como uma das últimas aparições do Lou Reed, que poucos meses depois veio a falecer e, claro, a maioria dos grandes nomes da criatividade mundial. Todos os anos vemos uma mistura de blockbusters e fenômenos da mídia, mesclados com nomes relevantes do mercado publicitário.

A infraestrutura é incrível. Tudo funciona na hora e no momento certos; eles sabem fazer a coisa acontecer e preparar um grande evento com tudo o que os publicitários gostam. Também já percebi que a mesma organização vale para com os jurados e, até agora, estou muito bem impressionado com o profissionalismo do backstage da organização, ao qual eu nunca havia tido acesso.

8.  O fato de agora haver um grande número de ‘celebridades’ anunciadas dentre os palestrantes te parece um diferencial atraente?

As "celebridades" são um grande atrativo para muita gente que está participando e filas enormes se formam para entrar no auditório para ouvi-las. Mas, pra mim, o que mais interessa é o que vou ver de cases e boas ideias e o assunto em torno de comunicação e criatividade. Uma boa ideia é o principal protagonista do Festival e o centro das minhas atenções. Ir pra lá e não conseguir fazer uma imersão criativa soa como perda de tempo.

9.  Recomenda alguma palestra nesta edição do Festival?

Ainda não tive muito tempo para me inteirar sobre a programação do Festival. Mas, após o término do julgamento de Direct, vou tentar direcionar minha agenda em conteúdo e inovação, duas coisas que caminham juntas no que considero ótimos ingredientes para as campanhas vencedoras.

10.  Algo mais?

Queria falar em como estou feliz por representar o Brasil na categoria Direct no Cannes Lions 2015.

Pra mim, esta categoria vem se transformando ao longo do tempo em grandes oportunidades criativas, que realmente dialogam com o consumidor e ajudam a fortalecer relações entre marcas e clientes. Vejo que muitas vezes esta disciplina é pouco explorada, mas seu potencial é imenso para ajudar na construção de grandes marcas e estas se tornarem relevantes na vida das pessoas.

Leia anterior sobre Cannes aqui.