Num abarrotado painel realizado nesta quinta-feira (25), três líderes da 72AndSunny detalharam para os delegados do Cannes Lions 2015 como têm lidado com a formação de talentos criativos para um mercado cada vez mais complexo e colaborativo, ao qual as agências precisam - e nem sempre conseguem - se adaptar.
Assim como seus trabalhos, a estratégia adotada é ousada. A agência mantém um programa de residência criativa de 12 semanas, o
72U, que reúne talentos de diversos
backgrounds para auxiliá-los a dar vazão ao seu potencial criativo - e, na maioria dos casos, conseguirem um emprego na agência ao final do período. "
O que guia esse processo é a busca por crescimento pessoal e auto-realização criativa", diz John Boiler, sócio e CEO da 72AndSunny. Há um perfil comum entre os candidatos:
eles têm de ser otimistas, curiosos, solution-oriented, generoso e incansáveis aprendizes.
Quem se dá bem nessa peneira, então, passa o dia dentro da agência aprendendo sobre novas técnicas, trabalhando em projetos colaborativos e, eventualmente, se envolvendo em projetos da 72AndSunny. Toda sexta-feira o grupo se reúne num happy hour para discutir o que poderia ter sido feito diferente (e melhor) e o que foi muito bem feito e merece ser enaltecido.
Há, ainda, um esforço para que esse grupo tenha projetos não ligados a marcas, justamente para que se crie um ambiente seguro para errar, o que aqui é entendido como parte natural do processo de inovação e de entregas com frescor criativo).
Ao final das 12 semanas, os participantes entregam um projeto - e, de acordo com a demanda de trabalho da 72AndSunny, recebem propostas de emprego (cerca de 2/3 dos criativos são contratados).
Interessados em participar podem obter mais informações no
site do programa - e se preparar financeiramente. O 72U pede uma contribuição de US$ 1 mil para assegurar a vaga e ajuda a alocar quem não mora na região de Los Angeles numa espécie de república, também paga, com outros participantes. Talvez seja esse o preço de se trabalhar em uma agência tão disputada.