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Cannes Lions 2015 – Press

Falta de consenso na escolha do GP

22.06.15

As discussões sobre trabalhos premiados em Press no Cannes Lions 2015 foram marcadas pela falta de consenso sobre o Grand Prix.

Nos dividimos meio a meio entre a campanha para Buenos Aires e a da Coca-Cola [Together - Love, Together - Peace, da Ogilvy Paris]”, contou o presidente do júri, Pablo del Campo, da Del Campo S&S.

Guilherme Jahara, CCO da F.Biz e representante brasileiro no júri, conta que todos os se pronunciaram sobre os cases que disputavam o título - e que, na hora da decisão, contou o fato de a campanha da La Comunidad ter levado mais ouros que a concorrente.

Contou também a favor da campanha vencedora do GP o frescor e a despretensão com que trata um serviço público (as ciclovias). Conforme brincou Del Campo, a prefeitura bonaerense precisa de um “up” na imagem para que a cidade cresça – assim como acontece com as marcas privadas.

Outro aspecto levantado durante a coletiva de imprensa foi a forma como o júri lidou com trabalhos fantasmas. “Não somos detetives”, disse o presidente – mas o próprio festival esforça-se para coibir este tipo de trabalho, e quando havia dúvida sobre trabalhos premiados com pouca chance de terem sido veiculados questionava-se a elegibilidade para Grand Prix.

O Clubeonline apurou que os jurados chegaram a cogitar não eleger um GP nesta edição, o que foi desaconselhado pelo CEO do  festival, Philip Thomas, em função do desgaste que a categoria sofre. Isso já aconteceu umas duas vezes desde que a categoria foi criada, mas ele aconselhou que se escolhe-se a melhor dentre as campanhas, já que não havia, para os jurados, algo realmente que rompesse com a zona de conforto e fosse de fato uma ruptura com o passado.

Outra curiosidade: dentre as quatro campanhas que disputaram num primeiro momento o GP, estava a brasileira Grandma, da AlmapBBDO para VW.

Desempenho brasileiro

Quanto ao desempenho do Brasil, Jahara atribui a queda de 50% em Leões conquistados em comparação a 2014 a dois fatos principais: queda no número de inscrições e mudança no sistema de votação (agora fechado, via tablet e não mais aberto, quando cada um levantava ou não o braço). “As inscrições caíram em cerca de 25% em Press, os trabalhos brasileiros não ficaram tão bem rankeados no shortlist – mas o que era forte foi premiado”, diz Jahara. “E o voto fechado mudou tudo”, acrescenta. Para ele, esse modelo faz com que campanhas que ficam pendentes por 1 voto para entrar em shortlist ou ser premiadas deixem de ser – o comportamento mais comum em votações abertas é que algum jurado “vote em solidariedade” para a campanha ter mais uma chance de competir. No novo sistema, isso acaba.

 

Cannes Lions 2015 – Press

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