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GP de Innovation vai para Colômbia

21.06.18

Inovação nem sempre demanda avanços tecnológicos de última ponta. É o que revela o case que levou o Grand Prix de Innovation neste ano: My Line, da MullenLowe SSP3, de Bogotá, para o Ministério da Comunicação e Tecnologia da Colômbia, em parceria com o Google. A proposta do júri seguia a linha “como a ideia reinterpreta a tecnologia para oferecer uma solução”.

Na Colômbia, vive-se um clima de redescoberta desde o acordo de paz feito entre o governo e as Farcs, assinado em 2016. Uma dessas descobertas foi perceber que um terço da população colombiana não tem acesso à internet. Para permitir que essa parte do público pudesse fazer suas consultas na web desenvolveu-se um sistema que se materializou em um número de telefone para o qual as pessoas podem ligar e fazer suas perguntas. As respostas são transmitidas pelo sistema de voz do Google e mais o uso de inteligência artificial.

O número criado faz alusão à gigante tecnológica, imitando as letras que formam a marca Google. Ou seja, 6000913. O My Line funciona de forma até simples: a pessoa liga para o telefone, faz sua pergunta (por exemplo, a previsão do tempo) e um software envia a questão para o Google Assistente. Em segundos, a resposta é retransmitida à pessoa. “Desde o começo, esse case encantou o júri. Era uma sacada genial”, revelou Eco Moliterno, CCO da Accenture Interactive, jurado na categoria.

Outro case que demonstra como a tecnologia não precisa ser o mais recente avanço da ciência foi Good Vibes (Communication Tool for the Deafblind), da Cheil Worldwide da India para Sense International India. Nessa ação, utilizou-se o código morse como base de um sistema que permitia estabelecer conversas entre surdo-mudos. A combinação de toques de dedos e traços na tela de um smartphone, por exemplo, geravam vibrações interpretadas como no código morse.

Briga por brasileiros

Seis Leões foram atribuídos em Innovation. Um Bronze foi para a Grey pela campanha The Canceller para Reclame Aqui (veja aqui). Eco disse que precisou “gastar inglês” para explicar para os jurados como cancelar um serviço pode causar muita dor de cabeça para o consumidor brasileiro. Representantes de países em que não há problemas dessa natureza estranharam a importância de um serviço como o desenvolvido para o Reclame Aqui. “Pedi para exibirem um vídeo que mostrou que foram necessários 40 minutos para que se cancelasse uma conta”.

Eco sugeriu que, para o próximo Innovation, se criasse alguma forma de premiar os cases da subcategoria Early Stage, para incentivar a inovação. Ou como meio de bonificação ou como isenção de inscrição para um próximo ano.

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