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Cannes Lions 2019

Novo padrão para Creative Data. E o GP

19.06.19

O júri de Creative Data do Cannes Lions 2019 propôs um novo critério para a análise dos cases na competição. Dois foram determinados logo no início dos trabalhos: a originalidade dos projetos e sua capacidade de transformação, seja individual ou para uma comunidade. O terceiro critério, que se consolidou durante as discussões dos jurados, foi encaminhado para a organização como um ponto crucial para os futuros julgamentos, mas que já passaram a valer nesta edição: ética. Nesse sentido, um case conseguiu se destacar sobre os outros ao aliar os três valores e mais um, o propósito. Com tudo isso, o GP foi para “Go Back To Africa”, da FCB/Six de Toronto para Black & Abroad, uma plataforma dedicada a viajantes negros.


Falamos muito de ética, como critério. Vimos trabalhos brilhantes, mas questionamos o uso de dados do ponto de vista ético. E isso estabeleceu uma barreira. Ao final, demos 13 prêmios”, conta Felipe Simi, da Soko, que foi o representante brasileiro no júri da categoria. Afinal, as discussões sobre leis gerais de dados têm sido frequentes em manchetes mundo afora.


Cerca de metade do júri foi composta por profissionais que tinham uma expertise mais técnica. Além disso, a mescla de perfis estimulou um intenso debate dos cases. Para definir o GP, havia três candidatos, entre eles o projeto "Pet-commerce”, da Petz criado pela Ogilvy, que foi defendido também pelo potencial de se estabelecer como uma transação comercial (veja aqui sobre os 2 Leões na categoria aqui). “Passamos metade do dia discutindo os cases. Ao longo dos discursos, vimos o valor do propósito”, acrescenta o jurado. E, por isso, o projeto brasileiro ficou para trás e se mantiveram na disputa do GP o trabalho canadense e “The E.V.A. Initiative”, da Forsman & Bodenfors para Volvo, que ganhou o Grand Prix de outra categoria, Creative Strategy (leia aqui).


“Go Back To Africa” surgiu como maneira de transformar uma expressão pejorativa em uma ação de combate ao racismo. A iniciativa estimula pessoas a viajarem para o continente africano. A campanha da Volvo visa desenvolver um projeto de prevenção de acidentes, sobretudo porque as mulheres estão entre as principais vítimas com ferimentos.


O que pesou para que a ação canadense conquistasse o GP? “Go Back To Africa” poderia estar em quase todas as subcategorias de Creative Data. Por isso, por essa amplitude, se sobrepôs ao concorrente.


A definição do GP chegou a provocar lágrimas no jurado brasileiro. “Quando aplaudimos o resultado final, chorei de emoção. Aí, mais três pessoas choraram. Foi um juri bastante argumentativo”, afirma Felipe.


Segundo ele, a experiência no júri mostra como vem crescendo a participação de um especialista em dados junto aos times de criação nas grandes redes. Esses profissionais não se limitam mais às áreas de suporte ou apenas entram em projetos para apresentar resultados. “Dados estão se tornando parte essencial da criação”. E Felipe Simi reforça o valor da ética nos projetos de comunicação.


Leia tudo sobre Cannes aqui.


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