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Com instalação, Volta Pinheiros protesta contra poluição do rio
O movimento Volta Pinheiros, idealizado pelo publicitário Marcelo Reis, aferiu a qualidade da água do rio Pinheiros através de uma rede independente de monitoramento em parceria com o Índice de Poluentes Hídricos (IPH), núcleo de pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).
O relatório da primeira medição está disponível no site do Volta Pinheiros para consultas e análises. Ele mostra, entre outros dados, o nível da DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio) em oito pontos ao longo dos 25 km do rio. O processo para essa aferição depende da coleta de uma amostra da água (da profundidade e da superfície) e da análise laboratorial com supersaturação de oxigênio e diluições.
Esse é o protocolo oficial utilizado pela Cetesb para averiguar quanto os micro-organismos consomem de oxigênio para a degradação da matéria orgânica contida na amostra.
O trabalho aponta que a DBO está, em média, entre 70 mg/l e 90 mg/l. O resultado está bem longe do estabelecido pela Resolução Conama 357/2005, que indica que um rio saudável deve ter DBO máxima de 10mg/l para abrigar vida aquática.
Segundo a bióloga e pesquisadora Marta Marcondes, que lidera o estudo, as ações de cuidado e a revitalização no entorno do rio não estão refletidas na água. O IPH tem estudos desde 2019 que trazem números muito semelhantes aos de 2022.
Para provocar a população sobre a condição da água do Pinheiros e conscientizá-la do papel de cada um e suas atitudes, o movimento realizou uma instalação artística com uma capivara inflável de 4x4 metros que nadou nas águas poluídas do rio na terça-feira 16. Com três olhos e um pouco desfigurada, a capivara chamou a atenção para a qualidade da água de um rio tão próximo de nós e com grande potencial de ser um lugar melhor.
A ação foi um protesto à promessa feita pelo Projeto Novo Pinheiros, que garantiu que até o fim de 2022 o rio teria DBO abaixo de 30 mg/l.
“Estamos transformando o entorno, convidando as pessoas a ocupar aquele espaço que, na verdade, está à beira de um enorme esgoto”, declarou Marcelo Reis.
Ao final do protesto, o inflável foi recolhido pela equipe responsável pela instalação. O material será reutilizado para outros fins após severa limpeza e desinfecção.