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CCXP22

Retomada tem 260 painéis, novos espaços, shows e cerveja

01.12.22

Depois de uma espera de quase três anos, a CCXP está de volta. E com apetite. A pandemia frustrou alguns planos dos sócios da convenção que é o maior evento de cultura pop no mundo, em número de participantes, e que pretende se manter assim com a edição 2022. As portas se abrem nesta quinta-feira, 01, no São Paulo Expo, com novas áreas, a presença de 104 marcas, um line-up recheado de estrelas do cinema, streaming, da TV e web, grade de shows musicais, o retorno da Netflix – que criou o Tudum, seu festival, em janeiro de 2020, e saiu da programação –, e, pela primeira vez, com venda de cerveja – num setor especial.

Até o fechamento deste texto, ainda havia ingressos à venda, porém, se depender dos números de 2019 (o evento presencial anterior), a meta é ambiciosa. Na sexta edição da CCXP o público bateu a marca de 280 mil pessoas. Segundo a organização, o objetivo é chegar a 300 mil, contando a Spoiler Night, uma prévia do que deve acontecer ao longo dos dias até domingo. Ocorrida na noite desta quarta-feira, 30, ela permitiu que os participantes que adquiriram o acesso experimentassem as ativações e conhecessem os estandes de companhias como Disney, Globoplay, Mercado Livre e FanLab (braço geek da Riachuelo) – confira o que foi preparado pelas marcas aqui.

O público irá se dividir entre os mais de 260 painéis organizados pelos palcos (o principal é o Thunder by Cinemark). Entre eles, há um dedicado a Fernando Meirelles, sócio-fundador da O2 Filmes. Ele é o homenageado desta edição da CCXP. Também serão festejados os 20 anos de “Cidade de Deus”, que poderá se tornar uma série. A HBO Max já liberou o desenvolvimento do projeto (leia aqui).

São, ao todo, 220 horas de conteúdo, muitos deles exclusivos e inéditos, inclusive com premières de filmes e séries. A área da CCXP é de 115 mil m² e conta com mais de 70 estandes. Como sempre, no centro do evento, encontra-se o Artists' Valley by Chiaroschuro Studios, espaço voltado a artistas do mundo dos quadrinhos, de independentes a nomes já consagrados. Este ano são mais de 500 profissionais presentes, nacionais e internacionais.

A CCXP está maior em relação aos ambientes temáticos. Uma das novidades é o palco Bentô, no Cosplay Universe, com conteúdo especializado na cultura asiática. Outra é a Arena Podcast, para criadores produzirem episódios dentro do pavilhão. No evento deste ano, foi lançado o Beer Park. Já na segunda edição da CCXP o público pediu a venda de cervejas. O desejo foi, enfim, atendido e a Heineken garantiu sua presença nessa área, que fica o pavilhão oito, na “ponta” da área ocupada pelo evento. O consumo será liberado apenas lá, mediante uso de pulseira.

Também foi criado o Magic Market, área de mercado feita para pequenos varejistas focados no mundo geek. O espaço foi patrocinado pelo Mercado Livre e estreia com a temática Medieval (toda edição será escolhida uma abordagem para o segmento) – veja o que publicamos a respeito aqui.

Pierre Mantovani, CEO da Omelete Company, uma das idealizadoras da CCXP, comentou, em painel do Unlock (rodada de debates e apresentações de negócios que antecede a comic con), que diziam para eles, os sócios, que o evento fazia sucesso por ser um festival de conteúdo. Depois, por eles oferecerem experiências. Para Mantovani, o que explica a CCXP ter atingido o atual estágio é o fato de criarem cultura, o que pode ser captado e transferido para outras gerações. Afinal, a indústria do entretenimento está com o foco cada vez maior nos novos e futuros fãs de séries, filmes de super-herói, games, animações e cosplays, entre outros conteúdos e produtos abarcados pelo evento.

Games, Alok e música

Uma das áreas que vem ganhando cada vez mais força na CCXP é a de games e esports. Gaules, um dos maiores streamers do Brasil, entrou para a sociedade e deu um impulso ao setor no evento. É fato conhecido que ele passou por uma crise pessoal intensa em 2017, com uma depressão que o levou até a pensar em suicídio. Mas Gaules superou tudo isso. Naquele ano, ele ligou para Mantovani (os dois já se conheciam) e pediu “uma oportunidade”. O que havia na época era o trabalho de atuar como produtor na área de games. Em 2018, Gaules abriu um canal no YouTube. O sucesso veio. Em 2020, o streamer e a Omelete Company acertaram a parceria. “Gaules é um gênio da gestão da comunidade. E tem um olhar que revoluciona a produção de conteúdo”, elogiou Mantovani.

Na toada de valorização desse universo, a empresa se tornou sócia do BIG Festival, evento mais focado nos produtores e criadores de games, mas que vem ampliando sua atenção para o público gamer.

Na CCXP, uma das atrações desse setor é o GameChanger FreeFire 2022, que terá a final do campeonato mobile no evento. A última rodada acontece na feira e será transmitida simultaneamente no canal oficial do GameChanger no YouTube a partir das 12h do domingo, com a disputa entre as equipes Crias e Medellín.

Para celebrar a final, Alok fará um show especial. A decisão também terá cobertura especial de Gaules. Sob a missão de mapear e dar visibilidade a jovens talentos da comunidade, Alok criou a plataforma GameChanger em 2020, logo após o lançamento do personagem dentro do FreeFire.

Por falar em música, em outra área da CCXP, o palco Creators, a programação reserva alguns shows. Ao final de cada dia, o público poderá curtir algum artista. Nesta quinta-feira, será a vez de Vitão e a banda Scatolove. Na sexta, Carol Biazin e Supercombo. No sábado, se apresentam as bandas Bigup e Far From Alaska. E o domingo o DJ Bruno Martini promete uma grande festa de encerramento.

Efeito pandemia

A CCXP nasceu em 2014, com ousadia, já que o mercado não imaginava o que uma comic con poderia render no Brasil. Com o sucesso das edições, os criadores da marca resolveram ir além: fizeram uma edição fora de São Paulo (no Recife), criaram uma área gamer no Rock in Rio (a Game XP), fecharam uma parceria na Alemanha e lançaram uma CCXP em Colônia e, no último evento presencial antes da pandemia, venderam pacotes – e tiveram sold out – para um cruzeiro marítimo CCXP. Tudo parecia ir de vento em popa. Mas aí veio a covid-19.

Foi um freio forte para a empresa, já que 70% da receita estava nos eventos físicos. “A gente vinha de números de sucesso. Eu estava negociando com Arnold Schwarzenegger levar a CCXP para os Estados Unidos”, revelou Mantovani no Unlock. Da noite para o dia, tiveram de se reinventar.

Durante dois anos, os organizadores fizeram a comic con em ambientes interativos. Era a CCXP Worlds. O que aprenderam com a experiência? “A primeira lição é ter autoconfiança. Vimos que tudo que conseguimos fazer pode sair do Brasil para dominar o mundo. A edição digital não tinha barreiras. Distribuímos conteúdo da China até aqui. A outra foi realmente aprender a captar a essência de algo que tem de acontecer no ao vivo e distribuir. Diferente de muitos eventos que gravavam conteúdo, nós fizemos (nos primeiros anos de pandemia) ao vivo, com vários palcos simultâneos. Isso nos ensinou a desenvolver conteúdo, a saber o que falar no chat, levar conteúdo para coisas que não estavam especificamente na transmissão. A internet é isso: pode levar a pessoa para qualquer lugar”, respondeu ao Clubeonline.

A evolução para muito do que deve ser feito nesta CCXP22 é acoplar a expertise do ao vivo das edições online nos palcos deste festival da retomada. Como o evento físico é em português, isso gera obstáculos para exibições para outros países. Mantovani acredita, porém, que recortes de alguns painéis serão distribuídos pelos estúdios que fazem parte da edição deste ano.

Sobre projetos anteriores, Mantovani contou que o cruzeiro foi desativado por causa da pandemia e o dinheiro devolvido – e uma multa foi paga. O navio tinha um grau de risco alto e a proposta está engavetada. A edição de Colônia terá de esperar um pouco para voltar aos planos. Porque, depois da pandemia, há a guerra na Ucrânia afetando o mercado europeu. Os sócios alemães devem voltar a falar com os brasileiros no ano que vem para estudarem a viabilidade de a CCXP internacional voltar a acontecer em 2024. “Este é um ano de retomada. O que a gente quer é voltar a botar o trem no trilho”, completou.

A respeito dos futuros fãs da CCXP, Mantovani contou que eles estão sempre se adaptando às demandas do público. “Cinco anos atrás, a gente não tinha esports no Omelete. Agora tem. Anime não era um negócio tão forte. Agora, a atenção ao público otaku esetá maior em tudo que fazemos. Como empresa, estamos sempre olhando para o conteúdo que conecta com a nova geração. E, dentro disso, criando experiências, seja no digital, seja no presencial”.

Quanto a atrações nos palcos que devem bombar, ele apostou nos painéis da Disney, “com Marvel e tudo”, da Netflix, da HBO Max e de outros comandados por estúdios que fizeram blocos de atrações neste ano. “E o do Keanu Reeves, que não tem o que falar”, emendou, referindo-se à noite de sábado, 03, quando o ator irá falar do novo John Wick, o quarto filme da franquia, em um “momento épico” proporcionado pela Paris Filmes.

Entre outros nomes que passarão pelo evento estão Pedro Pascal, Paul Rudd, Evangeline Lilly, Kevin Feige, Zoë Saldaña, Chris Pine, Chloë Grace Moretz, Hugh Grant, Gwendoline Christie, Justice Smith, Regê-Jean Page, Rodrigo Santoro, Jenna Ortega, Gabriel Luna, Park Hee-soon, Noah Centineo, Jon Landau, John Rhys-Davies, Edgar Vivar, Katherine Mcnamara, Fábio Porchat, Antonio Tabet, Evelyn Castro, João Pimenta, Ismael Cruz Córdova, Bruna Mascarenhas, Christian Malheiros, Sophia Brown, Jovem Nerd, Azaghal, Mari Palma, Fábio Moon, Gabriel Bá, Rafael Grampá, Mauricio de Sousa e Marcello Quintanilha.

Lena Castellón

Veja alguns painéis deste CCXP22 (todos no palco Thunder by Cinemark, exceto quando for sinalizado outro local):

Quinta
12h30 – 20 anos de Cidade de Deus e uma homenagem a Fernando Meirelles
16h30 – 19h50 - Painéis Disney: “Elementos”; Lucasfilm, com “The Mandalorian”, que estreia no começo de 2023, e “Untitled Indiana Jones 5”, que deve estrear em junho de 2023; Avatar, com Zoe Saldaña e Jon Landau (“Avatar: O Caminho da Água” estreia em 15 de dezembro); Marvel Studios, com o presidente da Marvel Studios, Kevin Feige, e Paul Rudd (Homem-Formiga), Evangeline Lilly (Vespa), Jhonatan Majors (Kang, o Conquistador), e o diretor Peyton Reed, de “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania”, que chega aos cinemas nacionais em 16 de fevereiro de 2023.
- 17h – O2 Filmes: 30 anos de filmes, séries e publicidade. No palco Ultra.

Sexta
12h30 – “Perlimps” é o Brasil no Oscar 2023? - Alê Abreu e seu “O Menino e o Mundo” foi indicado ao Oscar de Animação em 2016. Seu novo projeto, “Perlimps”, está pronto e será possível assisti-lo em primeira mão. Com Alê Abreu, Giulia Benite, Lorenzo Tarantelli, Laís Bodanzky, André Hosoi.
15h – Masterclass – Sobrevivendo no mercado de desenvolvimento de games - Como um estúdio internacional como a Arvore sobreviveu e cresceu nos últimos anos trabalhando com games e narrativas imersivas num mercado que nem óculos de realidade virtual tem direito e a maioria ainda nunca usou um. Com Rodrigo Terra. No palco Ultra.
16h – 18h – Globoplay - O último jogo do Brasil na fase de grupos vai ser contra Camarões. A partida será exibida no palco Thunder.

Sábado
10h30 – 13h – O Gato de Botas 2 – Première. Com Giovanna Ewbank e Marcos Veras.
11h30 – Masterclass – Desenvolvimento de personagens com Marcelo Quintanilha. O premiado quadrinista brasileiro Marcello Quintanilha fala sobre o seu processo de criação e sobre como constrói personagens e diálogos tão incrivelmente reais. No palco Ultra.
13h30 – 16h – Netflix. Com Park Hae-soo, Noah Centineo, Vivienne Acheampong, Kirby Howell-Baptiste, Gwendoline Christie, Jottapê, Bruna Mascarenhas, Christian Malheiros, Sophia Brown, Laurence O'Fuarain, Jenna Ortega.
17h - HBO Max apresenta “The Last of Us”. Pedro Pascal, Bella Ramsey, Gabriel Luna, Merle Dandridge e os cocriadores e produtores executivos da série The Last of Us, Neil Druckmann e Craig Mazin, estarão na CCXP para falar sobre uma das estreias mais aguardadas dos últimos tempos.
18h – Amazon Prime Video - O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, A Roda do Tempo, Jack Ryan de Tom Clancy, e Periféricos. Com Ismael Cruz Córdova, Cynthia Addai-Robinson, Sara Zwangobani e Trystan Gravelle, de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder; Dónal Finn, Ceara Coveney e Kate Fleetwood, de A Roda do Tempo; Chlöe Grace Moretz e a produtora executiva Lisa Joy, de Periféricos; e Michael Kelly e Betty Gabriel, da terceira temporada de Jack Ryan de Tom Clancy.
20h – Paris Filmes apresenta: John Wick 4. Com Keanu Reeves.

Domingo
14h30 - Lançamentos do Globoplay em 2023 - Com apresentação de Sabrina Sato, o painel vai dar uma mostra do que virá na segunda temporada de ‘Todas as Flores’, novela Original Globoplay, e mais sobre as séries originais "As Aventuras de José e Durval", "Os Outros", "Rio Connection", "Codex 632", "A Divisão T3" e "Fim".
15h30 – Porta dos Fundos. O público terá a oportunidade de conferir em primeira mão o trailer e o making of do filme “O Espírito do Natal”. Com Fábio Porchat, Antônio Tabet, Evelyn Castro e João Pimenta
17h30 – “Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes”. A produção da Paramount Pictures em associação com a eOne, leva ao palco os astros Chris Pine, Hugh Grant, Regé-Jean Page e Justice Smith, junto com os diretores do filme Jonathan Goldstein e John Francis Daley.

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