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CCXP24

Juliette conta como administra seu fandom

05.12.24

Se no passado o fã era visto de forma individual, hoje não dá para pensá-lo apenas desse modo. Ele é também parte de um coletivo. E atrai tanto a atenção dos anunciantes que conquistou seu próprio reino. Dessa maneira pode ser entendido o fandom, uma comunidade de apaixonados por um artista, um conteúdo, uma marca. Esse foi o tema que fechou o Unlock CCXP24, evento que antecede o festival de cultural pop, que abriu suas portas oficialmente nesta quinta-feira, 5.

No painel “O poder do fandom”, na quarta-feira 4, Juliette Freire, cantora, influenciadora e campeã do BBB21, compartilhou suas experiências a frente de um dos maiores fandoms do Brasil: os cactos, apelido de seus seguidores e que somente no Instagram chegam a 29,9 milhões de pessoas.

Também participaram desse painel Adriana Amaral, pesquisadora em cultura pop e engajamento e fundadora da Cultpop; Fábio Medeiros, sócio da Livemode e head de conteúdo da CazéTV; e Mariana Faciroli, advogada e codiretora do "Army Help The Planet", projeto brasileiro para ações filantrópicas criado por fãs do grupo de K-pop BTS. A moderação foi de Marcelo Hessel, jornalista e diretor do Omelete.

Juliette contou que, antes, não tinha a dimensão do que era comunidade, exceto a do Pedregal, a favela onde morou em Campina Grande. Ela destacou a importância do fandom porque “o que a gente mais quer a vida é pertencer”. E os fãs reunidos em comunidade têm essa sensação de pertencimento. Ela disse saber da responsabilidade que tem como “líder” dos cactos, mas que não se sente culpada por eventuais maus comportamentos de membros desse grupo.

Em seu dia a dia, ela tem uma equipe que administra seus perfis, mas está muito presente nas redes. "O aprendizado é constante. E as marcas precisam estudar muito isso. Esse é um dos maiores poderes da nossa sociedade", recomendou.

A principal plataforma que usa para manter conexão com os cactos é o WhatsApp. A ex-BBB tem em torno de 200 mil pessoas nos grupos do aplicativo de mensagens instantâneas.

Segundo Juliette, uma plataforma está sendo construída para “centralizar essa galera. Ela não adiantou mais a respeito desse produto, porém afirmou que já está bem desenvolvido.

Para as marcas, ela deixou o recado de que é preciso compreender que quem conhece a audiência é o influenciador. Juliette descreveu algumas características do seu fandom. “A maioria das pessoas dedicadas ao fã-clube é muito nerd. Tem uma geração Z enorme que está na comunidade. E tem o adulto mais velho que não sabe usar ferramentas digitais, mas ele se organiza para aprender”.

Outro ponto que a cantora destacou é a coautoria. Produtos são criados e desenvolvidos com a ajuda dos fãs, com quem ela faz vídeo chamadas. A esse respeito, Adriana disse que a comunidade, de fato, se sente dona de produtos.

A pesquisadora identificou duas tendências entre fandoms. Uma é a valorização da brasilidade e da identidade regional. Outra é o não-contentamento com “qualquer coisa”. As comunidades gostam de fan-service. Adriana observou que os fãs têm soft skills, sendo que a mais prevalente é a habilidade com as ferramentas digitais.Os fãs adquirem um letramento digital. Essas habilidades serão importantes futuramente para a carreira”, completou.

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