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Séries e filmes + vistos do streaming, setor que deve gerar US$ 112 bi
Em um paraíso de novas telas como é a CES, inevitável pensar no conteúdo que tantas smart TVs podem exibir. As plataformas de streaming que o digam. Em 2020, com as pessoas confinadas em casa, o serviço teve uma explosão de consumo. Além disso, o mercado ganhou mais players, fazendo com que as pessoas perguntassem, a cada vez que lhe fosse apresentada uma sugestão de filme ou série, onde é que estava passando aquele título.
Diante disso, quem se deu bem no ano passado? Não há dúvida que, pela base global de assinantes (195 milhões), a Netflix reina no setor, mesmo com a chegada de mais competidores. Mas o Disney+ (que tem 86 milhões de assinaturas) pode comemorar resultados, se depender dos números apresentados pela Nielsen em uma sessão do segundo dia da CES 2021.
Segundo a Nielsen, nos EUA o streaming de vídeo foi responsável por uma parcela maior do consumo geral de mídia em comparação aos anos anteriores, o que era esperado. Mas a companhia foi além: ela apontou os conteúdos que mais prenderam os usuários, na análise de cinco serviços, entre dezembro de 2019 e dezembro de 2020: Netflix, Amazon Prime Video, Hulu e Disney+. O YouTube também entra no quadro.
O foco da Nielsen está nos minutos assistidos. É necessário frisar isso. A Netflix, por exemplo, conta quantas casas viram ao menos dois minutos de um conteúdo. O ranking da Nielsen, apresentado por Brian Fuhrer, vice-presidente sênior de estratégia de produto, e o consumo de conteúdo nas plataformas apontam alguns achados importantes.
A Netflix responde por 28% do conteúdo consumido, conforme dados de dezembro passado. No mesmo período, no ano anterior, seu share foi de 31%. A plataforma da Disney, que surgiu em novembro de 2019, representa 6%. O YouTube ficou com 21%. “A participação da Netflix diminuiu, mas os minutos consumidos aumentaram”, afirmou Fuhrer.
Maratona ou episódios semanais?
O executivo da Nielsen fez uma analogia do mercado com uma equipe de corrida. Os mais rápidos (sprinters) do time são representados pelo conteúdo original. Os corredores preparados para distâncias mais longas são o conteúdo adquirido, como as séries cultuadas. A questão está em transformar os sprinters em atletas que percorrem longas distâncias. Como fazer?
A Nielsen comparou os resultados de duas séries que repercutiram nas redes sociais: The Mandalorian, do Disney+, e Cobra Kay, da Netflix. A produção original da Netflix teve seus melhores números na primeira semana da temporada, com uma queda gradativa de atenção.
Já a temporada de Mandalorian foi regular. Começou com sua audiência engajada, com muitos minutos assistidos. Como seus episódios eram liberados a cada semana, havia o temor de que a adesão diminuísse. Mas isso não ocorreu. A audiência da última semana da temporada foi a que mais atraiu a atenção das pessoas – veja o quadro. Com isso, a Disney pode comemorar o sucesso da estratégia.
As séries mais assistidas, de acordo com os critérios da Nielsen, foram divididas em conteúdo original e adquirido. O grande destaque ficou para The Office, que estava na Netflix, e em dezembro migrou para outro streaming, o Peacock, da NBCUniversal.
A análise da Nielsen revela que os assinantes consumiram quase 30,5 bilhões de minutos de Ozark (Netflix) em 2020. A série tem o total de 28 episódios. The Office atingiu 57 bilhões de minutos. E a série conta com 192 episódios.
Fuhrer observou ainda que no top 10 dos filmes o Disney+ emplacou mais produções do que a Netflix: 7 a 3. Mas só dois dos títulos listados são para adultos. Isso demonstra que o streaming tem sido muito consumido por crianças.
Os rankings ficaram assim (veja quadros com mais detalhes):
Top 10 – Séries originais
1. Ozark (Netflix)
2. Lucifer (Netflix)
3. The Crown (Netflix)
4. Tiger King (Netflix)
5. The Mandalorian (Disney+)
6. The Umbrella Academy (Netflix)
7. Great British Baking Show (Netflix)
8. Boss Baby: Back in Business (Netflix)
9. Longmire (Netflix)
10. You (Netflix)
Top 10 – Séries Adquiridas (Todas da Netflix)
1. The Office
2. Grey’s Anatomy
3. Criminal Minds
4. NCIS
5. Schitt’s Creek
6. Supernatural
7. Shameless
8. New Girl
9. The Blacklist
10. Vampire Diaries
Top 10 - Filmes
1. Frozen II (Disney+)
2. Moana (Disney+)
3. Secret Life of Pets 2 (Netflix)
4. Onward (Disney+)
5. Suess’ The Grinch (Netflix)
6. Hamilton (Disney+)
7. Spenser Confidential (Netflix)
8. Aladdin (2019) (Disney+)
9. Toy Story (Disney+)
10. Zootopia (Disney+)
Projeções
A guerra do streaming promete se manter forte em 2021. Organizadora da CES, a Consumer Technology Association (CTA) divulgou seu relatório anual do setor, projetando uma receita de US$ 461 bilhões para o mercado de tecnologia neste ano. Para o setor de streaming (entre plataformas e softwares), a estimativa é de US$ 112 bilhões, um aumento de 11% sobre 2020. De 2019 para 2020, a alta foi de 31%.
O relatório da CTA diz ainda que os gastos com assinaturas de serviços de streaming podem chegar a US$ 41 bilhões. A associação ponderou que o Disney+ atingiu 50 milhões de assinantes em cinco meses. Para os serviços de música, audio book e podcast, os valores podem chegar a US$ 10 bilhões. Já no mercado de videogame o cálculo é de US$ 47 bilhões.
Novo produto
A Nielsen informou que está com um novo produto, que pode atender o atual cenário da indústria cinematográfica. É o Theatrical Video On-Demand (TVOD), criado como uma ferramenta de medição para ajudar os estúdios a analisar a performance dos filmes colocados para aluguel ou venda on demand – como a pandemia ainda afeta as salas de cinema, existem títulos que vão para esse tipo de serviço. O TVOD trará métricas e dados demográficos e comportamentais de quem está consumindo esses filmes.
Lena Castellón
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