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Diretoria comandada por Serpa apresenta propostas
A auto-intitulada Chapa Quente, formada por Aaron Sutton, Adriana Cury, André Laurentino, Átila Francucci, Eduardo Lima, Eugênio Mohallem (vice), João Livi, José Henrique Borghi, Julio Andery, Marcello Serpa (presidente), Ricardo Chester, Rui Branquinho, Tomás Lorente e Valdir Bianchi , que irá concorrer nas próximas eleições do Clube de Criação de São Paulo, apresentou suas propostas na manhã desta quinta-feira, 06, no Hyatt Hotel.
As eleições acontecerão em novembro e o mandato é de dois anos. Até agora, esta é a única chapa organizada.
A idéia da Chapa Quente é repensar o Clube e aumentar sua importância e a representatividade da criação brasileira junto ao mercado e ao público em geral.
A Chapa pretende resgatar a importância da criatividade a serviço de empresas e marcas e dar mais visibilidade ao CCSP, aumentando o número de sócios e a participação de parceiros da atividade criativa, como fotógrafos, webdesigners, designers e diretores de filmes publicitários.
Um dos principais focos de mudança está centrado no Festival do Clube de Criação de São Paulo e, por conseqüência, no Anuário. A escolha dos jurados, por exemplo, passaria a ser realizada pela própria diretoria, que indicaria os nomes. A meritocracia e o equilíbrio entre as agências passariam a ser critérios para a seleção do juri. Os votos, segundo proposta da Chapa, passariam a ser abertos, ou seja, a planilha de votos estará disponível a todos que pedirem.
A intenção é fazer com que o Anuário volte a ser um espelho do que realmente acontece na propaganda brasileira, combatendo a prática da chamada propaganda fria, "propaganda inédita" ou "propaganda para festival", que visita com freqüência não apenas o Festival do CCSP como qualquer grande festival de publicidade nacional ou internacional.
Para acabar com a participação de campanhas criadas apenas para concorrer em prêmios, passaria a ser exigida, como acontece em alguns festivais internacionais, a obrigatoriedade de comprovante de veiculação para cada peça que entrar no Anuário.
A intenção é criar, também, categorias que valorizem os ofícios de redação, direção de arte, fotografia e cinema crafts. Seria instituída categoria para campanhas integradas, atualizada a categoria de internet e criada uma categoria para o público em geral.
A Chapa propõe ainda fazer um Anuário mais barato e viável, que possa ser vendido em maior número de bancas e livrarias.
"A criatividade é fundamental na construção de marcas e, por isso mesmo, o Anuário precisa representar a propaganda quente, que vai para as ruas, seja ela boa ou não tão boa assim", diz Serpa.
"Acho que esta Chapa reflete algo importante para nossa categoria, que é a intenção de resgatar o diálogo entre nós mesmos, entre a comunidade criativa. Estamos muito isolados e isso precisa mudar", completa Adriana Cury.
Fundado em 1975, o CCSP é o mais antigo e respeitado clube de criação do Brasil. Apenas Estados Unidos, Japão, Inglaterra e Alemanha contam com instituições com história e tradição semelhantes.
Seus 32 anuários reúnem o que há de melhor na propaganda brasileira. Em suas páginas estão as campanhas vencedoras e os anúncios inesquecíveis, assim como todos os redatores e diretores de arte que construíram a reputação da propaganda brasileira.
As agências que marcaram época e as marcas que se destacaram. Nenhum outro prêmio tem tanta importância para a criação publicitária do país quanto o Festival do Anuário do Clube de Criação de São Paulo.
José Zaragoza foi o primeiro presidente do Clube, que tem hoje 1.350 associados. Além dele, presidiram a entidade outros 16 profissionais, entre eles Washington Olivetto, Ana Carmen Longobardi, Tomás Lorente, Luiz Toledo, Carlos Chiesa, Gilberto dos Reis, Ricardo Freire e Carlos Righi. Atualmente, Jáder Rosseto ocupa o cargo. Ele substitui o presidente eleito Eduardo Martins, que renunciou ano passado.
Comentários
Bruno Rocha - Será que vai ter que mudar o nome para Clube do VP de Criação? Porque na chapa quase todo mundo é VP. Acho bom a chapa única com tanta gente importante. Mas teve uma época em que as chapas do clube tinham mais redatores e DAs , não tinham não?
Carlos - Gostaria de fazer algumas perguntas para a chapa. E, antes de mais nada, declaro meu respeito e apoio a eles. Os membros da diretoria poderão se auto-escolher para o júri do anuário? Os comprovantes de veiculação não deveriam ser pedidos na inscrição das peças? Isso deixaria o clima do julgamento mais brando, já que cada peça seria acima de qualquer suspeita. Como é esta meritocracia? Os jurados serão os mais premiados no festival anterior? carlosmaurojr@hotmail.com
Thiago Gonzo Bueno - Acho ótimo este resgate da importância do CCSP. Mas a diretória deve tomar muito cuidado na indicação do juri. Pois, a meritocracia é relativa. Muitos dos grandes nomes da criação brasileira continuam realizando um ótimo trabalho (todos sabem de quem estamos falando). E outros há muito tempo não fazem nada de bom. Na minha opinião deve ser definido um critério para esse júri, independente de política, assim fica mais justo e o resgate dos valores do CCSP mais claros. Thiago "Gonzo"Bueno - (redator ) thigonzo@hotmail.com
Sergio Madeira - Longe de ser uma provocação, é bem mais uma constatação. A exigência de comprovante de veiculação nunca impediu a premiação ou inscrição (perdoem o excesso de ão) de peça fantasma. Basta veicular o comercial às 3 da manhã de qualquer emissora pra ganhar o seu comprovantezinho. Aí é que eu quero chegar: mais uma vez vamos privilegiar quem tem poder econômico, afinal só as grandes agências podem - e vão - utilizar este artifício, enquanto as agenciazinhas perderão sua única oportunidade de colocar seus fantasmas no anuário, o que convenhamos é uma sacanagem. É isso. Pela igualdade na maracutaia, abaixo o comprovante de veiculação. smadeira@uol.com.br
Pedro freitas - Que este ano seja tudo um pouco mais organizado. pedrofreitas@hotmail.com
Ricardo - Só uma pergunta: já que será a chapa que escolherá os jurados e tudo mais, qual será o papel dos sócios agora? Só pagar a anuidade? Desculpe discordar de vocês, mas isso está muito ditatorial. Por que ao invés disso, não usamos o site do CCSP (que aliás É ótimo - Parabéns Laís), e deixamos os sócios votarem nas peças que devem entrar no anuário? Do short list vocês escolheriam o que é ouro, prata, bronze ou anuário. Acho mais justo e participativo. Vocês não querem mais participação de todos? O Clube é dos sócios. Por estarem em agências menores não significa que não têm critério. Somos todos profissionais e deveríamos ter mais participação no Clube que, repito, é nosso. Abs ric@r8.com.br
Resposta: "Caro Ricardo, triste um clube de criação cuja maior atividade do sócio é participar de uma eleição de jurados. O papel do sócio do CCSP deveria ser igual ao papel do sócio do D&AD, Art Directors NY ou qualquer outro grande clube de criação no mundo. Participar de encontros, palestras e revisão de portfólios pelos diretores de criação do mercado. Incentivar uma competição para estudantes, ter a sua profissão valorizada por quem paga as nossas contas: os clientes. Sair do universo fechado de 1.350 sócios e atrair todos os nossos parceiros de produtoras, fotógrafos, designers...E ter nas mãos um anuário que represente de verdade a propaganda criada no Brasil e que seja desejado por todo mercado. Um abraço, Marcello.
Claudio - Se antes só entravam coisas da Almap, FNazca e DM9, imagina agora. A diferença é que vão entrar peças também da MPM, BorghiErh e é isso. Sempre a mesma turma não dando olhos ao que é feito de bom por outras agências menos "políticas"
Fabrizio Marins - Apoio toda decisão tomada pela diretoria eleita, seja esta ou qualquer outra que, com certeza, não irá existir. Mas a coisa é colocada de uma forma que até parece que seus próprios associados não souberam escolher o júri no ano passado. Pelo visto tudo indica que o júri já está definido. As pessoas por mais bem intencionadas que sejam não seriam diretores sob o risco de não poderem ser jurados. É importante que isso fique claro antes dos associados assinalarem seus votos. Isso não é uma comissão de formatura onde as pessoas participam para ganhar convite extra para a festa. Com uma diretoria tão imporntate assim, provavelmente quem foi eleito ou convidado de honra ano passado e não compareceu, desvalorizando o júri (Marcello, Eugenio, Fabio, Tomas e Ruy, se não me engano, cada qual com seu motivo pessoal), deve comparecer este ano. É complicado para um sócio de uma pequena agência entrar num clube repleto de disputas internas. Prefiro admirá-los de longe. Muito obrigado. Fabrizio Marins Fabrizio@firstpubli.com.br
Jonas Moreira - Ah, interessante... agora que TODOS esses integrantes da chapa fizeram suas carreiras com fantasmas, vamos moralizar. Agora que todos ganham bem, têm cargos de destaque e chegaram "lá" fazendo fantasmas, gritemos "CHEGA DE FANTASMAS". Não parece moralização, ética e nem seriedade. Parece hipocrisia. jmoreira@ideiapropaganda.com.br
gustavo leite - É uma pena. São, indiscutivelmente, alguns dos grandes nomes da criação brasileira. Porém, todos nós bem sabemos que "anúncios de festival" são feitos aos montes nessas agências de onde saíram os membros da chapa. Eles também sabem muito bem da máfia do "vote no meu que eu voto no seu", bastante praticada às vésperas do anuário, com emails e telefonemazinhos contendo as peças de cada um. Infelizmente, o processo está um pouco perdido. E isso resulta em um anuário "Portifólio Anual da Almap e da F/Nazca". Será que existe uma disparidade tão grande que justifique 280 peças de uma agência como a Almap (registro aqui minha admiração e consciência do nível criativo da agência) e 1 ou 2 peças de outras agências como Age, ou a própria Thompson (com 6), dirigida pelo Chester? Vai ver um ou outro não estava aliados às pessoas certas no anuário passado. Mas com certeza a Thompson e a Y&R virão com bastante peças no 33o anuário. E isso diz o que: que Chester e Tomás ressurgirão do limbo criativo? Não. Eles continuam aí, sendo grandes caras, fantásticos criativos. Mas o vício do vote no meu que eu voto no seu vai continuar. Convenhamos: Tomás, Eugênio, Chester, Laurentino... Vocês não precisam disso. Marcelo, os sócios não precisam pagar a impressão do portifólio da sua agência. O clube não será "resgatado" dessa forma. E o Brasil, definitivamente, não ganha mais com isso. Tendo um cartelzinho do anuário. Se a proposta é séria, então eu vou queimar a língua no ano que vem e o anuário voltará a ser um retrato fiel da criatividade brasileiro, como antigamente. TOMARA.
Marcelo - Como sempre, vai ser um juri que vai escolher peças próprias, não dando chance para outras agências por mais que tenham peças criativas ou melhores, sinceramente lamentável. Queria só saber como combinaram os premios entre si, será que 2 para cada vai funcionar?...ainda bem que não tomam conta dos premios internacionais.