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Técnica ganha fôlego na disputa pela atenção do internauta
A publicidade online está sempre em busca de maneiras diferentes de conquistar a atenção do internauta.
Uma delas começa agora a ser mais usada no Brasil e consiste na técnica de isolar frames de um vídeo para dar efeito de movimento orgânico a determinada parte da imagem. Chama-se Cinemagraphs (cinema e fotografia), utilizada no mercado publicitário norte-americano e europeu há alguns anos, principalmente na internet, mas também na publicidade off line.
Assim, uma imagem que à primeira vista parece totalmente estática, revela um pequeno detalhe em movimento - seja um cabelo esvoaçante, uma fumaça esbranquiçada, um olho piscando ou uma mão acenando -, despertando a atenção do público.
A técnica foi criada pela fotógrafa Jamie Beck e pelo designer e artista visual Kevin Burg e, inicialmente, era limitada ao formato GIF (animado). Depois, evoluiu de tal forma que hoje o arquivo final pode ser extraído em HTML5, vídeo ou SWF.
“Chamamos essa evolução de Cinemagraphs 2.0, aqui na agência”, comenta o sócio-diretor de estratégia digital da Jotacom, João Passarinho Netto. "Antes, o arquivo gerado era pesado, limitado e havia poucas formas de saída, agora, podemos fazer muito mais com a evolução da técnica", garante.
Além da versatilidade de uso da técnica Cinemagraphs, que incrementa peças veiculadas na internet, redes sociais, e-mail marketing, out of home e até na televisão, Netto argumenta que o que está mesmo conquistando os anunciantes é o retorno sobre o investimento. “É um formato que dá resultado. A campanha online ‘Dancinhas do Buscapé’, por exemplo, com uso de Cinemagraphs gerou aumento de 780% na taxa de conversão de banners, quando comparada com comunicação do anunciante feita em Flash”, detalha Netto.
O sócio da Jotacom conta que a ideia era otimizar e potencializar a comunicação do Buscapé na internet que, após um longo período de veiculação, estava com Click Trough Rate (CTR) em queda nos grandes portais. Para melhorar a performance, começaram a usar Cinemagraphs, apresentando personagens comuns que dançavam em tom comemorativo após "dar um busca no Buscapé" e encontrar uma oferta com bom desconto.
"É a sutileza da Cinemagraphs que traz o diferencial. Temos tanta informação na web que é fácil uma peça ficar perdida em um mar de anúncios. Um pequeno movimento bem inserido pode ter o poder de captar a atenção do consumidor, e de forma elegante", avalia.
Outro case citado por Netto é o de campanha criada para o game gratuito para tablet Hearthstone, da marca Blizzard, que abocanhou Ouro no Prêmio Abemd 2015 e foi finalista no DMA International Echo Awards, também este ano. O principal objetivo da comunicação era aumentar o número de downloads do jogo a um custo de conversão otimizado. Para tanto, a agência replicou os efeitos especiais e “super poderes” dos personagens em 84 peças online, usando Cinemagraphs. O sócio da Jotacom conta que em apenas três meses de campanha (de outubro a dezembro de 2014), houve redução de 47,5% de Custo por Download (CPD) em relação ao custo da campanha anterior; redução de 59,1% do Custo por Click (CPC); e um Click Trough Rate (CTR) de 1,47% , o que significa aumento de 77,2% em comparação à campanha anterior (confira o videocase aqui). Com estes resultados, a Blizzard decidiu replicar globalmente a técnica em todas as campanhas da empresa na América Latina, América do Norte e Europa.
Para citar um caso mais recente, esta semana está no Facebook peça da SulAmérica que aborda a questão do desperdício de recursos hídricos, e que utiliza a técnica. O internauta vê uma torneira aberta e a água em movimento (confira aqui). Outro post do anunciante que usa Cinemagraphs homenageia o Rio de Janeiro (aqui). Confira mais peças com a ferramenta aqui.
Em fevereiro, a agência Riot utilizou a técnica em post publicado na página da rede de fast food Habib's, no Facebook, que apresentava a ilustração de um quibe frito, um dos principais produtos da rede árabe, servido quente, com liberação de fumaça (leia e veja aqui).
"Novos formatos são sempre um diferencial para a presença digital das marcas. O que procuramos fazer é cruzá-los com o perfil e estratégia de cada cliente, focando em ações aliadas aos planos de negócio das marcas", disse na ocasião Rodrigo Campos, diretor de criação da Riot.