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Na TV do Clube, 10 reflexões sobre criatividade por Dedé Laurentino
O projeto Clube Insights, uma realização do Clube de Criação com apoio institucional da Rede Globo, contou com uma ágil apresentação de André Laurentino, CCO da Ogilvy Londres e membro do conselho criativo global da Ogilvy, para instigar mentes e gerar reflexões sobre o mercado de comunicação e o valor da criatividade. O vídeo desse encontro já está disponível no canal do Clube no YouTube.
Na “palestra mais rápida do mundo”, Dedé, como é conhecido, provocou insights por meio de dez imagens sem títulos ou legendas que mexeram com a imaginação e os conceitos do público que participou da live. A primeira delas a ser debatida foi uma tela de Olinda, pintada pelo artista pernambucano Zé Claudio.
O objetivo de Dedé ao destacar esse quadro foi abordar a importância da nossa origem, da nossa identidade. “Tem tanto líder latino comandando agências lá fora. Por que será que existe esse fenômeno?”, questionou o criativo, que é pernambucano. Uma qualidade que ele enxerga entre os profissionais latinos que atuam no exterior é a junção de uma grande capacidade de comunicação e de jogo de cintura. O que foi essencial nos primeiros meses da pandemia, quando briefings mudavam com muita frequência.
Dedé observa que o latino vive mudando. “A gente tem de se adaptar a muitas loucuras”, explicou. Ninguém espera ter “as condições ideais” para fazer algo. Diante dos obstáculos, o trabalho é desenvolvido em mercados como o europeu (onde ele se encontra há quase dez anos) até com mais graça. E isso vale para outras áreas. O jeito do brasileiro jogar bola –como ele comentou – reflete esse temperamento.
Outra imagem debatida foi uma foto em preto e branco de Ferreira Gullar cobrindo o rosto com as mãos. A cena foi utilizada para discutir a pressão das novas tecnologias sobre o mercado de comunicação. A inspiração que Dedé tira da história do poeta é como ele passou por diversas fases. Nascido no Maranhão, em uma família muito simples, o autor não sabia que existia poesia no mundo.
Ao conhecer nomes como Camões e Gonçalves Dias, achou que era daquele modo que se fazia poesia. E assim se envolveu com a arte. Até que um dia teve contato com a obra dos modernistas, como Carlos Drummond, e ficou “escandalizado”, apontou Dedé. Desse modo, Ferreira Gullar passou a fazer poesia de outra maneira. Porém, ele entendia que não bastava a estrutura ser nova. A linguagem também precisava ser. Ele inventou uma. E suas invenções se sucederam.
Assim como o autor maranhense, Picasso foi se reinventando ao longo de sua história. O pintor espanhol fazia cerâmica, trabalhava com papelão, com arame, até com espinha de peixe. “São pessoas altamente criativas que não têm casamento com o que foi feito antes. Elas abraçam tudo o que vem”, afirmou.
Para Dedé, no meio publicitário, “ficamos muito especialistas naquilo que sabíamos fazer por tanto tempo”, que, quando surge algo novo, isso é empurrado para o lado. “'Tecnologia é outra coisa, social media é outra coisa'. Quando veio a internet, a gente não queria sujar nossas mãos fazendo banner”.
“Se Picasso fosse vivo na época em que apareceram essas coisas, ele não diria ‘não, eu sou pintor’. Ele iria abraçar isso”, comparou. Na visão de Dedé, a publicidade, infelizmente, é muito ensimesmada e quer aprender publicidade vendo seus anuários. “Como se a atividade criativa fosse restrita ao nosso mundo. E como se fosse mera curiosidade o que outras pessoas criativas fazem”, emendou.
Há uma tendência de o mercado preservar o que existe. “Se a gente fosse assim na história da arte, estaríamos pintando até hoje Leonardo da Vinci. Quando chegasse Picasso querendo esculhambar com a perspectiva, a gente diria ‘não, não, não. Não é assim’. Acho que a gente tem de aprender o que estão fazendo. Temos de ser onívoros e nos alimentarmos de tudo”.
Tudo isso e muito mais podem ser conferidos na íntegra da entrevista disponível no TVClubedeCriação. Inscreva-se no canal e assista. Leia também matéria anterior, com mais detalhes da carreira de Dedé Laurentino.
Nesta quarta-feira, 30, o Clube Insights recebe Susan Hoffman, chair e diretora global de criação da Wieden+Kennedy. No painel "Plato is dear to me, but dearer still is truth", uma frase de Aristóteles, ela e Felipe Ribeiro, diretor de criação da W+K São Paulo, serão entrevistados por Gabriel Marchi, diretor de planejamento também da agência.
Leia mais sobre a live aqui e faça sua inscrição - que é gratuita - aqui.
Prepare sua agenda
O Clube Insights prevê 16 rodadas de palestras, entrevistas ou bate-papos, uma vez por semana, sempre às quartas-feiras, com nomes expressivos do cenário da comunicação nacional e internacional, tendo como força motriz o valor da criatividade.
Saiba sobre os próximos convidados na landing page do projeto. Já está confirmada a participação de Marcello Serpa (ex-sócio, presidente e diretor de criação da AlmapBBDO).
E veja como foram as lives anteriores com:
- Fabio Fernandes.
- Carlos Bayala.
- Washington Olivetto.
- Javier Campopiano.