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Excesso de acessos à internet

Temor de colapso em tempos de coronavírus?

18.03.20

Medida preconizada pelas principais autoridades sanitárias do mundo como forma para combater a pandemia do coronavírus, a permanência das pessoas em casa levanta dúvidas sobre a capacidade de o país suportar tanta gente acessando a web para trabalhar, se informar, ler notícias, papear, consumir e utilizar aplicativos.

Projeto do Comitê Gestor da Internet no Brasil que promove e cria a infraestrutura ligada ao tráfego digital, o IX.br indica que temos sim condições de lidar com o crescimento de acesso.

Em dezembro passado, o volume de dados trafegados atingiu 8 Terabits por segundo (Tbps). Em janeiro de 2019, dados enviados e recebidos chegaram a 6Tbps. Agora, estamos à beira de 10 Tbps (segundo o site Teletime, o número nesta quarta-feira, 18, foi de 9,52 Tbps).

Mas no site Tilt, do UOL, o IX.br informou que a capacidade instalada é bem maior, em torno de 25 Tbps. Com isso, estaríamos longe de sofrer um colapso, apesar da tendência de crescimento no tráfego.

O que chama a atenção dos especialistas é a mudança nos horários de maior tráfego. Antes, o pico de consumo se dava mais à noite. Nestes tempos de coronavírus, ele cresce mais na parte da tarde. E grande parte disso está ligada aos vídeos. De todo modo, associações e agências reguladoras do Brasil e da América Latina estão atentas à qualidade da conexão e dos serviços.

Outra preocupação se refere à lentidão, o que pode ocorrer devido ao excesso de consumo de dados. Nesta quarta-feira, a Anatel recomendou às operadoras de telefonia e internet que aumentem a capacidade para garantir boa conectividade.

A agência também solicitou que o acesso às informações do Ministério da Saúde, em especial por meio do aplicativo do SUS destinado ao coronavírus, não tenha cobrança de dados.

Procurada pelo Clubeonline, a Anatel informou que, com a disseminação do novo vírus, determinou às operadoras o "envio de mensagens orientativas ao público dos aeroportos internacionais brasileiros, conforme formulação do Ministério da Saúde". A ação foi coordenada com Claro, Oi, Tim, Vivo, Algar, Nextel e Sercomtel, mais Sinditelebrasil (o sindicato das teles), com disparos desde o dia 12. Até o dia 17, tinham sido enviadas mais de 100 mil mensagens. De acordo com a agência, "a plataforma tem flexibilidade para alteração da localização dos destinatários, com ampliação futura da campanha".

A Anatel também expediu ofício, no domingo 15, para as associações de empresas de telecomunicações, com indicação de medidas a serem implementadas. "Tais sugestões decorrem da percepção de que os serviços de telecomunicações terão função ainda mais essencial à população, seja para comunicação, entretenimento, trabalho remoto, bem como serviços de saúde e educação e preservação dos fluxos de trabalho e negócios".

Essas medidas envolvem: aumento de capacidade aos consumidores; abertura e ampliação de pontos wifi públicos; gestão da continuidade e qualidade dos serviços; prioridade de atendimento para serviços de utilidade pública, como hospitais; apoio à comunicação do ministério da saúde pelos meios disponíveis; e acesso ao aplicativo "Coronavirus – SUS”, sem desconto de franquia. Segundo a Anatel, há outras em discussão com as operadoras.

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