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Estou muito agitado. Pode ser Tiróide?
Com freqüência, as pessoas nos indagam se problemas de tiróide poderiam estar associados à agitação e ansiedade, típicos de quem vive em grandes centros urbanos como São Paulo.
É importante lembrar que a glândula tiróide é responsável pela produção dos hormônios tiroidianos (T 3 e T 4), fundamentais no metabolismo corporal. O excesso na produção destes hormônios caracteriza o estado de hipertiroidismo.
Quais as causas e sintomas do hipertiroidismo?
A causa mais comum do excesso de hormônios tiroidiano na circulação é uma alteração imunológica chamada de doença de Graves. Ocorre pela produção de anticorpos estimuladores da produção de hormônios tiroidianos. Outras causas menos freqüentes são o adenoma (pequeno tumor ou nódulo que produz hormônio de forma desequilibrada e exagerada) e por ingestão de iodo em indivíduos previamente privados deste elemento.
Quais os sintomas e sinas do hipertiroidissmo?
O quadro pode ser muito variável, existindo desde indivíduos com poucos / leves sinais e sintomas até quadros bastante intensos, necessitando de hospitalização. Os sintomas e sinais se caracterizam por expressão variada dos seguintes elementos: taquicardia, arritmia cardíaca, nervosismo, instabilidade emocional, insônia, suor excessivo, aumento do apetite com emagrecimento, tremores e olhos projetados.
Presença de bócio (aumento do volume da tiróide) pode acontecer. No início da gestação, pode levar a abortamento. O diagnóstico é realizado com exame médico e exames de sangue.
Tratamento
O hipertiroidismo pode ser tratado de três formas. A primeira é o tratamento clínico, com uso de medicações por via oral por um período que pode chagar a 1 ano e meio, com boa resposta na maioria dos casos (desde que o paciente tenha disciplina no uso da medicação).
Outro tratamento é com o emprego do chamado iodo radioativo, que, apesar do nome, é muito seguro e eficaz, levando à redução da produção dos hormônios por lesão tópica da tiróide, o que frequentemente evolui para hipotiroidismo, que é mais fácil e seguro de tratar. Trata-se da modalidade de escolha em alguns países como os EUA.
Por fim, há o tratamento cirúrgico, com retirada da glândula, proposto, sobretudo para casos refratários e de bócio muito volumoso.
Na maior parte dos casos, com tratamento clínico se consegue o controle da produção dos hormônios, mas em pequeno percentual dos casos a doença pode voltar (recidivar) e um tratamento mais definitivo pode ser proposto, como o uso do iodo radioativo.
Dr. André F. Reis
Endocrinologia e Diabetologia
andrefreis@terra.com.br
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