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Consultoria de Ricardo Fort abre suas portas em março
Depois de cerca de 17 anos na Coca-Cola, Ricardo Fort decidiu sair da companhia e lançar uma consultoria dedicada a uma área pela qual foi responsável em duas multinacionais: esporte, com foco em patrocínios e eventos. Atualmente desempenhando o papel de vice-presidente global de parcerias de esporte e entretenimento da Coca-Cola, o brasileiro deixa o cargo, que ocupava desde 2016, no final deste mês. E em março abre a Sport by Fort Consulting.
Em sua segunda passagem pela Coca-Cola (a primeira foi entre 1998 e 2011), Fort liderava todos os aspectos das relações da empresa com as principais organizações de esportes e entretenimento do mundo. Na lista estavam Comitê Olímpico Internacional (COI), Fifa, Uefa, publishers de jogos, gravadoras, estúdios de cinema. Seu time negociava, gerenciava e implementava eventos e programas globais de hospitality.
Antes disso, foi vice-presidente sênior de global brand e patrocínio da Visa, onde ficou de 2012 a 2016. Entre suas atribuições estava comandar os programas de patrocínio da companhia com COI, Fifa e NFL, entre outros.
Sobre essas experiências ele estabeleceu sua consultoria, cujo escritório fica em Atlanta, onde Fort vive. Mas ele esclarece que o novo negócio terá atuação global. A Sport by Fort se propõe a abraçar todas as modalidades, mas pelo tamanho do futebol como negócio (e por sua experiência), ele deverá se dedicar bastante a esse esporte.
Na Coca-Cola, seu cargo deverá ser preenchido e anunciado em breve (leia sobre a saída dele da companhia aqui).
O Clubeonline fez uma rápida entrevista com Fort. Confira.
Clubeonline - Você está deixando a vice-presidência global de parcerias de esporte e entretenimento, onde atuou por mais de quatro anos. Quais foram os desafios enfrentados nesse período? Ainda mais que uma parte dessa experiência foi impactada pela pandemia.
Ricardo Fort - Os desafios antes e durante a pandemia não mudaram muito: usar as muitas parcerias que a Coca-Cola tem para tornar as marcas da companhia mais queridas e consumidas, ajudar nossos clientes a desenvolver seus negócios e fazer parte das paixões de nossos consumidores no mundo todo. Durante a pandemia, entretanto, a forma de fazer o trabalho mudou muito. Com as limitações impostas ao trabalho e o adiamento/cancelamento de todos os eventos, nos focamos em cuidar das pessoas (em primeiro lugar) e desenvolver conteúdos que pudessem ser consumidos remotamente (como Coke Studio Sessions, um programa de shows online lançado no ano passado).
Clubeonline - Quais são seus objetivos na consultoria que está abrindo?
Fort - A Sport by Fort Consulting começará a operar em março. Ficarei baseado em Atlanta, onde resido hoje, mas a operação será global, assim como o mercado do esporte.
Clubeonline - Com a pandemia, o mundo dos esportes está enfrentando situações muito delicadas. Ainda não há público, mas os campeonatos foram retomados, com adaptações. Neste momento, pairam dúvidas sobre a realização dos Jogos de Tóquio. Como se costuram tantos dilemas para uma marca continuar apoiando o esporte?
Fort - O esporte, assim como a maioria dos setores da economia mundial, passa por momentos muito difíceis. Essa indústria emprega muitas pessoas em diversas áreas como atletas, administradores, empresas que gerenciam os bares dos estádios, empresas de tickets, etc. Todos tiveram suas receitas impactadas de forma significativa. Todos estão trabalhando para desenvolver novas fontes alternativas de receita, como a produção de conteúdo digital, para diminuir o impacto da impossibilidade de termos torcedores em estádios nesse momento.
Clubeonline - Recentemente a Globo deixou de negociar com a Liberty Media pela transmissão do campeonato de F1 (leia aqui). Ela diz que está reavaliando seu portfólio de direitos. Nos bastidores, fala-se que uma barreira para as negociações foi o plano da Liberty de implantar seu serviço de live streaming no Brasil. Diante desse exemplo, quantas são as camadas que um projeto ligado ao esporte acaba envolvendo? O que é preciso levar em conta ao se construir um trabalho de patrocínio esportivo?
Fort - A principal habilidade para se ter sucesso no mercado do esporte é a colaboração. Os direitos de transmissão ou de patrocínios envolvem muitos atores como clubes, empresas de mídias sociais, agências, empresas de mídia, patrocinadores, etc. Quando todos colocam o torcedor em primeiro lugar, as soluções econômicas aparecem e todos ganham.
Clubeonline - Em relação a atletas, que trabalhos pretende desenvolver? Eles, que sempre foram influenciadores, parecem ter se tornado influenciadores ainda mais importantes. Eles estão preparados para isso?
Fort - Os atletas ganharam um papel ainda mais importante durante o último ano. Eles são influenciadores de suas comunidades e tem muito a ganhar com o acesso proporcionado pelas mídias sociais. Todos, famosos ou não, são geradores de conteúdo e mini empresas de mídia. Com uma boa orientação, eles podem desenvolver suas marcas e gerar novas receitas para si. Eu espero usar a minha experiência trabalhando com centenas de atletas em muitos países para desenvolver novos projetos com atletas no futuro.