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Como não 'enlouquecer' durante o isolamento
Quem não tem o hábito de fazer home office pode ter uma sensação de desconforto e até mal estar psicológico ao ficar "confinado" em casa. Algumas emoções negativas podem ser deflagradas durante essa fase, em que é preciso diminuir drasticamente as saídas para evitar o contágio pelo coronavírus. É a chamada "cabin fever" (ou febre de cabine, em português).
"A febre de cabine não é como um distúrbio psicológico. Não diria que exista algum tipo de definição oficial", afirmou a psicóloga Caroline Vaile Wright, diretora de pesquisa da American Psychological Association, para o site da CNN (a matéria completa está aqui).
Embora a "cabin fever" não seja oficialmente classificada como um problema da mente, emoções negativas e angústias podem, de fato, estar relacionadas a situações de restrição. Irritabilidade, tédio, desesperança, inquietação e dificuldades de concentração completam esse quadro.
A personalidade e o temperamento são fatores associados ao rápido desenvolvimento dessas emoções, explica Caroline. “Se você é mais extrovertido e não está acostumado a ficar em casa, provavelmente está mais propenso a se sentir assim”.
Outro especialista ouvido pela CNN, o psicólogo Paul Rosenblatt, professor da Universidade de Minnesota, que estudou a febre de cabine entre adultos nos anos 1980, afirma que há quem passe por essas sensações instantaneamente. São indivíduos que, ao pensar no futuro em condições restritivas, “enxergam” um período longo de confinamento.
Os dois profissionais dão dicas para que as pessoas atravessem mais facilmente os momentos de permanência prolongada em casa:
- Estabeleça uma rotina – Faça todas as coisas que faria se estivesse nos dias rotineiros, incluindo as pausas para almoçar. Ou faça o máximo que puder. "Levante-se no mesmo horário, escolha o que vai vestir e não fique de pijama o dia todo", diz Caroline.
- Adapte seu espaço – Se a pessoa está acostumada com ambientes grandes, com trânsito por salas diferentes, vale misturar um pouco os espaços dentro de casa. Ou redecorar um quarto para não ficar olhando para algo familiar.
- Fique ativo, física e mentalmente – Atualize sua lista de podcasts, selecione álbuns de música, escolha filmes. Você pode não saber exatamente o que fará no dia seguinte, mas vale viver bons momentos, como ler, enfim, uma história que desejava.
- Conecte-se com os outros – Pesquisas feitas sobre quarentena e isolamento revelam que estar socialmente conectado é importante. No momento atual, isso é um desafio porque o objetivo agora é não ter contato pessoal. Envie mensagens para os amigos, telefone, faça chats por vídeo. Cheque se estão bem, verifique o mesmo em relação a familiares. Demonstre interesse. “As pessoas estão assustadas. E estamos todos no mesmo barco”, justifica Rosenblatt.
- Encontre um tempo para você – Um dos desafios pode ser realmente ter um espaço isolado, caso a pessoa se irrite com algo, já que as famílias estão juntas no mesmo lugar. Lidar com as diferenças pode desencadear emoções negativas. Se houver uma parte separada da casa, vá para lá caso ficar olhando os outros grudados na TV se torne algo insuportável. Ou adote um hobby seu se as opções da família não te agradarem.
- Abrace o desconforto – Enfrentar a “cabin fever” depende da compreensão do que está acontecendo. Segundo Rosenblatt, parte do problema está em não saber por quanto tempo o confinamento irá durar. Já que não há esse prazo, é preciso entender que esse é o “novo normal” por enquanto. Talvez seja impossível aceitar isso hoje, mas amanhã a sensação pode mudar. As pessoas podem aprender e entrar em um ritmo diferente. O importante é encontrar o ponto em que se reconhece que não é preciso gostar disso, e sim compreender que é o que temos para o momento.