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Meta encerra programas de DEI
Poucos dias depois de ter encerrado muitos dos esforços de checagem e verificação de fatos no Facebook, Instagram e Threads, a Meta, de Mark Zuckerberg, também elimina seus principais programas de diversidade, equidade e inclusão (DEI) — incluindo contratação, treinamento e seleção de fornecedores. Essas informações estão em um documento para funcionários da companhia, obtido pelo site de notícias norte-americano Axios (leia aqui).
O memorando foi enviado por Janelle Gale, vice-presidente de recursos humanos da Meta, e publicado para os profissionais da empresa no Workplace, ferramenta de comunicação interna da Meta, nesta sexta-feira (10).
"O cenário legal e político em torno dos esforços de diversidade, equidade e inclusão nos EUA está mudando", escreveu Gale. "A Suprema Corte dos EUA tomou decisões recentemente sinalizando uma mudança na forma como os tribunais abordarão DEI. … O termo 'DEI' também se tornou carregado (sic), em parte porque é entendido por alguns como uma prática que sugere tratamento preferencial de alguns grupos em detrimento de outros."
Maxine Williams, diretora de diversidade da Meta, está assumindo uma nova função na empresa, focada em acessibilidade e engajamento.
Além disso, segundo Janelle, a companhia encerrará os esforços para se relacionar com fornecedores comerciais de empresas cujos donos sejam representantes da diversidade. No futuro, a Meta "concentrará esforços em apoiar pequenas e médias empresas que impulsionam grande parte da nossa economia", escreveu Gale.
O Axios destaca que movimentos semelhantes nas políticas de DEI foram realizados recentemente por outras marcas nos EUA, incluindo o Walmart e o McDonald's.
A Meta anunciou mudanças em suas políticas de uso - que serão adotadas inicialmente nos EUA e depois em outros países - na semana passada, incluindo a remoção das agências de checagem e a adoção de um sistema de "notas da comunidade" (semelhante ao do X, antigo Twitter).
Zuckerberg alegou que os moderadores independentes eram "muito tendenciosos politicamente" - os checadores somente indicavam para a plataforma o que consideravam falso, sem o poder de derrubar conteúdo, segundo Yasmin Curzi, pesquisadora do Karsh Institute of Democracy da Universidade de Virgínia (EUA).
No Brasil, a AGU (Advocacia-Geral da União) notificou a Meta na tarde da última sexta-feira (10) para que a empresa preste esclarecimentos sobre essas mudanças.
O documento deu 72 horas para o escritório brasileiro da companhia responder e destacou que "faz-se necessário que sejam esclarecidas quais as medidas proativas que vêm sendo e que serão adotadas a respeito da arquitetura digital da plataforma, especialmente sobre o desenho dos algoritmos, no sentido de inarredável promoção e proteção dos direitos fundamentais, com respeito à legislação infraconstitucional e à CF/88.”
De acordo com o Axios, a Meta prometeu uma doação de US$ 1 milhão para a posse do presidente norte-americano Donald Trump, cuja cerimônia acontecerá no próximo dia 20, e incluiu em seu conselho, na semana passada, Dana White, presidente e CEO do UFC, um dos principais aliados do republicano.
Quando anunciou as novas políticas de moderação, Zuckerberg declarou apoio ao governo norte-americano: "vamos trabalhar com o presidente Trump para resistir a governos ao redor do mundo, que vão contra empresas dos EUA, e que queiram censurar (sic) mais."
Ele também defendeu que a Europa "tem um crescente número de leis que institucionalizam a censura, tornando difícil criar qualquer coisa inovadora por lá. Países da América Latina têm cortes secretas (sic), que exigem que companhias removam conteúdos na surdina. A China censura nossos apps de funcionarem lá. A única forma de resistir a essa tendência global é com o apoio do governo do EUA".