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Dívida de R$ 1,6 bilhão

Grupo Abril entra com pedido de recuperação judicial

15.08.18

O Grupo Abril entrou com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira (15), em São Paulo, num movimento que abarca a Abril Comunicações, as empresas de distribuição da Dipar Participações, e de distribuição de encomendas Tex Courier.

De acordo com comunicado da holding, o movimento se justifica devido a "necessidade do grupo em buscar proteção judicial para a repactuação de seu passivo junto a bancos e fornecedores e, dessa forma, garantir sua continuidade operacional." O texto acrescenta que a Abril "continuará operando normalmente."

O valor total da dívida do grupo seria da ordem R$ 1,6 bilhão, segundo noticiou Lauro Jardim, do jornal O Globo.

O pedido de recuperação judicial ocorre menos de um mês depois da mudança de comando no grupo. Marcos Haaland, sócio e diretor-executivo da consultoria Alvarez & Marsal, passou a liderar a empresa no último dia 19 de julho (leia aqui).

Semana passada, a Abril anunciou o fim das seguintes revistas: Boa Forma, Bebe.com.br, Casa Claudia, Casacor, Casa.com.br, Cosmopolitan, Elle, Mundo Estranho, Veja Rio, Arquitetura & Construção, Minha Casa (aqui).

Relatório da PricewaterhouseCoopers de maio desse ano traz dados que mostram que o Grupo Abril registrou um prejuízo consolidado de R$ 331,6 milhões em 2017, número 140% maior em comparação ao ano anterior, quando o prejuízo havia sido de R$ 137,8 milhões. O documento da PwC também destaca que “a existência de incerteza relevante” pode “levantar dúvida significativa sobre sua continuidade operacional” (leia aqui).

Confira abaixo o comunicado do Grupo Abril sobre o pedido de recuperação judicial, na íntegra:

"O Grupo Abril comunica que protocolou na data de hoje um pedido de recuperação judicial de suas empresas na vara de recuperação judicial e falências de São Paulo, conforme definido nos artigos 47 e 48 da Lei 11.101/2005. Esse pedido engloba todas as companhias operacionais do Grupo, incluindo a Abril Comunicações e as empresas de distribuição de publicações, agrupadas dentro da Dipar Participações, e de distribuição de encomendas Tex Courier. Esse movimento se deve à necessidade do grupo em buscar proteção judicial para a repactuação de seu passivo junto a bancos e fornecedores e, dessa forma, garantir sua continuidade operacional.

Nos últimos anos, o setor vem passando por uma profunda transformação tecnológica que afetou fortemente as empresas de mídia, no Brasil e no mundo, com impacto na circulação de revistas e na receita de publicidade. A Abril vem se ajustando a essa nova realidade através de redução de custos e despesas. Recentemente, promoveu uma ampla adequação de seu portfolio de produtos buscando um equilíbrio econômico-financeiro.

Porém, uma situação de instabilidade junto a seus credores e ações abruptas de restrição de seu capital de giro levaram o grupo a seguir pelo caminho da proteção judicial. A Abril reforça que continuará operando normalmente e fornecendo a seus leitores produtos de alta qualidade editorial, em compromisso com sua história na imprensa brasileira e em respeito aos seus públicos e parceiros."

Dívida de R$ 1,6 bilhão

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