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'As ideias devem ser líquidas e correr pelos meios de forma orgânica'
Como explicamos em nota publicada em setembro último, durante o Festival do Clube, muitas coisas vão mudar no modo de inscrever peças e no formato da premiação do Anuário, ano que vem (relembre aqui).
Interessante ver que, este ano, durante o El Ojo, a questão da dificuldade de enquadrar trabalhos nas categorias tradicionais dos festivais (TV, Press, Direct, Outdoor, Cyber etc), veio à tona nas coletivas que reúnem os presidentes de júris. Segundo eles, em todos os júris houve discussões sobre essa dificuldade e foi solicitado aos presidentes critérios claros de avaliação quando uma peça criada por exemplo para TV acabou viralizando na internet e foi inscrita também em Interactive, digamos.
Para Juan José Posada, DC Executivo da Geometry Global Latinoamerica e presidente da categoria Promo, as ideias devem ser 'líquidas' e correr pelos meios de forma orgânica.
E seu ponto de vista foi reiterado pelo presidente da McCann Argentina, Chavo D'Emilio: "Hoje, a divisão das peças nas categorias tradicionais causa estresse e muita tensão. É algo crítico. Precisamos julgar ideias e não categorias", disse, indo de encontro às mudanças propostas pelo Clube. "No atual formato, precisamos fazer um exercício constante sobre que peça faz sentido em qual categoria. O tempo todo. As categorias divididas por meios nos obrigam a definir critérios específicos de adequação a cada uma delas. Precisamos mudar isso. Afinal, tudo está se modificando, incluindo nossa forma de consumir publicidade", completou.
Paulo Sanna, vp de criação da Wunderman e presidente do júri de Mobile no El Ojo deste ano, comentou que sua categoria é ainda uma adolescente e que o meio Mobile tem como características principais ser extremamente democrático e pessoal. E que, por ser tão novo, está ainda em uma "fase de experimentos". Contou que foram apenas cerca de 60 trabalhos inscritos na categoria, mas que houve muitos bons projetos recebidos e que um dos principais critérios foi valorizar peças claramente adequadas ao meio mobile e não adaptações.
Giovanni Rivetti, sócio da New Content, presidiu a categoria Contenido (Conteúdo), e disse que se Mobile é uma categoria adolescente, Contenido é uma criança, e que gera muitas dúvidas e questionamentos sobre o que, de fato, abrange. Afinal, o que é e o que não é conteúdo? Muito se discutiu sobre isso. Segundo ele, no final, o mais importante para os jurados da categoria foi a dimensão estratégica dos trabalhos.
Quando perguntados sobre se detectaram trabalhos com cor local dentre os inscritos, ou apenas forte tom global, provavelmente por conta das colocações de Nizan Guanaes em sua palestra (leia aqui), os jurados disseram que os mercados já são maduros o suficiente para darem um tom local ao que exige isso e cores globais aos trabalhos que podem funcionar em outros países, além daquele onde foram criados. "Há problemas que exigem soluções locais, e problemas que são os mesmos em toda uma região, permitindo fazer algo com tom global. Somos profissionais e temos maturidade suficiente para decidir o melhor caminho a seguir em cada caso", comentou Sanna.
Já Eva Santos, diretora geral de criação da Proximity Espanha, falou sobre o momento atual do mercado publicitário espanhol, que busca, a duras custas, sua recuperação frente à grave crise econômica que afeta o país já há alguns anos. "Ainda vai demorar para alcançarmos o que fomos anteriormente, mas já melhoramos muito. Passamos por uma crise brutal da criatividade, mas agora os clientes voltam pouco a pouco a apostar nas grandes ideias e isso nos fará retomar nosso lugar de destaque no mercado publicitário mundial", aposta Eva.