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Débora Nitta (Facebook) e Thamara Pinheiro (Soko)
O Clubeonline abriu um espaço para a troca de experiências, ideias, dúvidas e reflexões sobre a mulher no mercado de comunicação.
Para isso, montamos duplas formadas por profissionais que nunca trabalharam juntas antes. A experiência visa mostrar o que evoluímos e discutir para onde vamos. Afinal, se tomarmos como base que a mulher “chegou lá”, o que vem a seguir?
O mais importante nesta proposta é a troca entre as profissionais convidadas. Para isso, elas tiveram liberdade de estabelecer três perguntas para sua “dupla”. E responderam às três encaminhadas por ela.
A série foi inaugurada no Dia Internacional da Mulher com Ilca Sierra (Via Varejo) e Lica Bueno (Suno) – leia aqui como foi a troca.
Em seguida, foi a vez de Gláucia Montanha (Convert) e Nathalia Cruz (Porta dos Fundos) - confira aqui.
Agora a dupla é formada por Débora Nitta, diretora de global customer marketing do Facebook para América Latina, e Thamara Pinheiro, creative data da Soko.
Até sexta-feira teremos mais trocas!
DÉBORA NITTA
Com mais de 25 anos de experiência no mercado de comunicação e marketing, Débora Nitta está no Facebook desde 2018. Entrou para a companhia para liderar o time de relacionamento com agências. Depois foi promovida a diretora de global customer marketing do Facebook para América Latina,
Antes de atuar na rede, ela esteve na WMcCann, sua casa por 12 anos. Na agência, chegou a ser vice-presidente de planejamento. Tem passagens também por Lew’Lara, Salles/DMB&B e Talent.
Débora conta que sua paixão é desenvolver projetos que tenham a diversidade e a inclusão como elementos fundamentais para a transformação dos negócios.
As questões enviadas por Thamara Pinheiro e respondidas por Débora Nitta são as seguintes:
Thamara - O que é pra você "chegar lá"? O conceito de sucesso em si.
DÉBORA – O conceito de sucesso deveria ser, por definição, pessoal e intransferível. Por anos, assumimos a régua alheia de sucesso para nos medir. E isso é, obviamente, fonte inesgotável de frustração. Pra mim, sucesso significa conseguir alinhar minha essência com a minha existência: colocar em prática o que eu acredito, meus valores e princípios, o máximo possível, em tudo o que faço. E seguir inquieta e curiosa durante todo esse caminho.
Thamara - Quando falamos em mulheres que ocupam posições de poder, falamos de praticamente um tipo de mulher com experiências muito semelhantes: mulheres brancas de classe média alta. Como acha que podemos incentivar mulheres negras, indígenas e periféricas a também se imaginarem "chegando lá"? Como essas mulheres de sucesso podem ajudar na inserção e ascensão de mulheres desassistidas pelo mercado de trabalho?
DÉBORA - Qualquer pessoa em posição de poder tem a responsabilidade de ser forte aliada para que todas as mulheres, em especial as sub-representadas, tenham espaço para chegar onde elas quiserem. Isso demanda a conscientização de que somos parte do problema, além do desejo autêntico de ser parte da solução. Não tem jeito. Nesse processo, você precisa ser vocal e intencional. Precisa de um plano, de articulação estratégica que transforme as empresas em terreno fértil para a mudança. É preciso sistematizar a abertura de espaços de troca, onde vozes de mulheres negras, periféricas e indígenas sejam verdadeiramente ouvidas. É preciso flexibilizar requisitos de contratação, preparar o time interno para o acolhimento, trazer experts para ajudar na aceleração da mudança. E passar a seguir e apoiar, no seu Instagram, Facebook, LinkedIn, Twitter, profissionais diversos, que você não conheça, com referências que não sejam as suas. Marcar conversas, cafés virtuais, ir atrás dessas pessoas e se demonstrar verdadeiramente disponível. Demanda energia, vontade, comprometimento. Felizmente é um caminho sem volta e nele todo mundo ganha.
Thamara - O que você considera um ato revolucionário quando pensamos em comunicação no ano de 2021?
DÉBORA - A vulnerabilidade. Infelizmente, ela ainda é um ato revolucionário. A vulnerabilidade, um dos atributos mais potentes para a conexão humana, sempre foi identificada com fraqueza, perda de força, algo a ser escondido e massacrado. Contrariamente a tudo isso, é justamente a vulnerabilidade que abre espaço para as relações verdadeiras, para a aprendizagem contínua, para a troca autêntica. Diante de tamanha complexidade que vivenciamos hoje, a vulnerabilidade é característica dos verdadeiros fortes, que não têm todas as respostas, que estão verdadeiramente abertos ao diferente, que se constroem e se reconstroem sempre, e com a ajuda do outro. Na maior parte dos casos, esse ato revolucionário ainda não faz parte do dia a dia das empresas, incluindo a indústria de comunicação e suas lideranças. Vulnerabilidade tem de ser nossa revolução.