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Em 2025

Apro+Som levanta tendências do mercado de produção de áudio

11.03.25

A fim de buscar detectar as tendências do mercado de produção de áudio em 2025, a Apro+Som (Associação Brasileira de Produtoras de Som) ouviu suas mais de 30 associadas sobre os desafios e oportunidades que moldarão o mercado este ano.

Entre os principais pontos levantados pelas produtoras de som, destaca-se a busca pela diversificação dos serviços para além da publicidade. Segundo a pesquisa, as empresas de áudio estão explorando outras vertentes do entretenimento, como a sincronização de trilhas sonoras em obras audiovisuais e a atuação na indústria fonográfica.

Atualmente, 96,2% das produtoras associadas realizam produção sonora para publicidade e 73,1% também trabalham com trilha para audiovisual. No entanto, apenas 23,1% possuem um selo musical ou gravadora.

A inteligência artificial, embora traga otimizações para processos administrativos e técnicos, tem impacto nos direitos autorais -outro tema sobre o qual as produtoras de som estão se movimentando. O objetivo é regular a aplicação da tecnologia no Brasil, definindo regras para seu uso e desenvolvimento.

"A defesa dos direitos autorais é uma pauta importante para o mercado este ano, tanto na mineração das informações relacionadas aos criadores de obras intelectuais, audiovisuais e musicais, quanto na remuneração na devida proporção", observa Bia Ambrogi, presidente da Apro+Som. "Com muita pressão do nosso setor, acompanhamos toda a tramitação do PL 2338/2023 (voltado para a regulamentação da inteligência artificial no Brasil), com a vitória de aprovação no Senado, que seguiu para tramitação na Câmara dos Deputados", completa.

Outro ponto relevante detectado pela pesquisa é a democratização das ferramentas de produção. Com mais acesso à tecnologia, cresce a tendência de descentralização na curadoria de conteúdo, permitindo que produtoras independentes criem e distribuam suas próprias obras. De acordo com o levantamento, 46,2% das empresas declararam não ter obras musicais cadastradas em sociedades autorais, reforçando a necessidade de ampliar a formalização e o reconhecimento dessas criações.

Atualmente, 42,3% das produtoras apontam a exportação da música brasileira como um interesse prioritário. "Temos talento e potencial, um câmbio favorável e um crescente interesse pelo nosso mercado musical. Esse será um dos nossos focos este ano", avalia Bia.

Prazos de pagamento

Assunto que há tempos traz debates para o setor, a pesquisa indica que o desafio em relação aos prazos de pagamento se mantém como uma preocupação entre as produtoras: para 73,1%, essa é uma das principais dificuldades, seguida pela falta de uma tabela referencial de valores (69,2%).

Em resposta a essa questão, a Apro+Som está trabalhando na regulamentação do projeto de lei "Pague em 30", que visa garantir melhores condições de pagamento para os profissionais da área. O principal argumento do PL é que muitos fornecedores das produtoras de som não podem esperar mais de 30 dias para receber e essa demora de pagamento das agências e marcas acaba sendo custeada pelas pequenas empresas do setor (leia anterior sobre o assunto aqui).

Outro pronto destacado é a diversificação da utilização do fonogramas, deixando para trás a ideia do simples “jingle”. "O fonograma e a obra criados pelas produtoras de som precisam ser trabalhados de forma abrangente, como produtos em si, que podem ser utilizados em diversos contextos, desde a publicidade até outros diversos negócios, como a sincronização em projetos audiovisuais e nas plataformas de streaming de música por exemplo", ressalta Bia.

"Os anunciantes estão buscando novas formas de divulgar seus trabalhos e o som ganha cada vez mais protagonismo. Não apenas como uma ferramenta, mas como uma obra complementar essencial para o audiovisual. O sucesso de produções como 'Ainda Estou Aqui', que além do entretenimento coloca ainda mais holofotes sobre o audiovisual e a música brasileira, reforça essa tendência. Com iniciativas que fortalecem a indústria, regulamentam direitos e ampliam oportunidades, o mercado de áudio se posiciona para um 2025 promissor", avalia Bia.

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