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Em Porto Alegre

Pesquisadoras criam Índice de Felicidade do Morro

09.09.24

Apesar de 96,4% dos moradores da comunidade do Morro da Cruz, em Porto Alegre (RS), declararem que se consideram felizes, em uma investigação mais minuciosa e objetiva sobre itens de felicidade, o resultado mostra pontuações abaixo de 30, numa escala de 100.

Os dados foram apurados por uma pesquisa que resultou no "primeiro Índice de Felicidade do Morro", trabalho realizado voluntariamente pelas consultorias Plann.hub Inteligência, Estratégia e Inovação, liderada pela publicitária Patricia Carneiro, e a Carbono cc, consultoria de pesquisa e comportamentos, da designer Débora Bregolin.

Elas se uniram ao coletivo de cocriação da plataforma Morros do Futuro da Formô Hub, que atua no Morro da Cruz, para desenvolver o índice, inspirado no indicador Felicidade Interna Bruta (FIB), criado no Butão e promovido pelo PNUD.

Para tanto, as pesquisadoras adaptaram as dimensões avaliadas e agregaram uma escala de felicidade que dialoga com a realidade dos territórios periféricos, considerando suas percepções sobre futuros, sonhos e pensamento crítico sobre "ser feliz na periferia".

Na primeira rodada do levantamento, realizado com 120 moradores do Morro da Santa Cruz, os dados apurados mostram que 96,4% dos entrevistados disseram que são felizes95,5% conseguem enxergar um futuro para si mesmos; 96,4% acham que suas vidas têm futuro. Segundo os entrevistados, a percepção de felicidade vêm da visão de "pensar positivamente mesmo com dificuldades.

No entanto, quando foi questionada a avaliação objetiva dos participantes sobre cinco indicativos de felicidade - vitalidade comunitária, meio ambiente, saúde, educação e bem-estar psicológico -, as pontuações não chegaram a 30%.

"Estamos com uma questão importante nas periferias, que é a idealização de felicidade por crença religiosa. E não uma felicidade conectada por quoeficiente de cidadania", pondera Patricia Carneiro. "Importante as organizações e marcas que estão trabalhando com isso terem acesso aos dados, porque eles mostram que cai por terra aquela romantização da vida na favela", completa.

Segundo as idealizadoras do índice, "a realidade precisa ser transformada para que a felicidade positivista possa se tornar uma felicidade com bases concretas além apenas da crença e a fé em dias melhores, pela superação cotidiana de precariedade".

O estudo também apurou que 62,2% responderam que no eixo "bem-estar psicológico" sentem mais emoções negativas durante o dia. “A maior parte dos respondentes são jovens, e sabemos que a Geração Z é a geração com maiores impactos negativos de saúde emocional. Este dado pode refletir que este comportamento atravessa classes sociais e interseccionalidades, unindo centro e periferias neste cenário atual", avalia Débora Bregolin.

A pesquisa será apresentada integralmente pelas pesquisadoras no próximo dia 17, às 14h na TecnoPuc, e às 18h no Instituto Caldeira, ambos em Porto Alegre.

O estudo será entregue à Formô.hub, que irá usar os dados para o desenvolvimento de um hackathon com escolas da comunidade e para a realização de um Festival, com debates e reflexões sobre os problemas que impactam a felicidade da comunidade que compõem a plataforma Morros do Futuro. Além disso, as pesquisadoras pretendem aplicar o método em outras comunidades ao redor do Brasil.

Para você não esquecer: vem aí o Festival do Clube de Criação com um lineup incrível. Os ingressos já estão disponíveis. Adquira o seu por meio da plataforma Sympla. O atual lote, com desconto, é limitado. Portanto, garanta sua participação o quanto antes, clicando aqui. Agências, produtoras, anunciantes comprem também seu lote de ingressos o quanto antes (aqui). Nos vemos no Memorial da América Latina nos dias 12 e 13 de outubro, sábado e domingo. Interessados em patrocinar o evento procurem o washington@clubedecriacao.com.br. Até lá.

Dúvidas, sugestões, palpites, comentários? clubedecriacao@clubedecriacao.com.br ou mensagem para o Whatsapp do Clube: 11 - 93704-2881.

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