Em São Paulo

Um incêndio atingiu o galpão da Cinemateca Brasileira, na Vila Leopoldina, em São Paulo, por volta das 18h desta quinta-feira (29). Onze viaturas foram enviadas para combater o fogo.

O local armazena parte do acervo da instituição, composto por cerca de 250 mil rolos de filmes, que precisam de controle constante de temperatura e umidade. São arquivos históricos, filmes de todos os gêneros, programas de TV e jornais televisivos, produzidos no país, ao longo do século.

A Cinemateca mantém rolos em nitrato de celulose, que são altamente inflamáveis. Sem a refrigeração adequada, esse material pode entrar em autocombustão, assim como já havia ocorrido no ano de 2016. Na ocasião, o incêndio destruiu cerca de 500 obras.

No ano passado, um temporal alagou o galpão e parte do acervo foi comprometida.

Em julho de 2020, o Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) entrou com uma ação na Justiça contra a União, por abandono da Cinemateca Brasileira, leia aqui. A ação pedia que a União renovasse o contrato de gestão com a Associação Roquette Pinto e que repassasse R$ 12 milhões ao órgão. A promotoria alertava para risco de incêndio, atrasos nas contas de água e luz e no pagamento de salários. No mês seguinte, a Justiça negou o pedido do MPF, leia aqui.

Em junho de 2020, as principais entidades cinematográficas do país lançaram um filme-manifesto para alertar para a crise que "pode levar à falência" da Cinemateca, leia aqui.

No último mês de abril, houve uma audiência pública extraordinária da Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados e representantes do setor audiovisual defenderam a imediata retomada das atividades da Cinemateca, principalmente por conta dos riscos à preservação do acervo, veja aqui.