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Entrevista / Fabio Coelho / Google

A força do YouTube; combate às fake news; o papel do mobile

20.08.18

Em setembro, o Google faz 20 anos. Em julho, a operação no Brasil completou 13. Foram sete anos desde o seu surgimento para a gigante de Mountain View, na Califórnia, se instalar em um de seus principais mercados no mundo – o que fez por meio da aquisição da empresa mineira Akwan, que originou a base do Google em Belo Horizonte, onde se desenvolvem tecnologias e processos que hoje se espalham pelos outros escritórios internacionais da companhia, entre elas soluções para o buscador e para o Google Assistente.

Há sete anos também Fabio Coelho comanda o Google Brasil. Na liderança da empresa desde fevereiro de 2011, ele brinca com a expressão em inglês seven years’ itch, associada ao fim dos casamentos. Sete anos seriam o prazo de validade, o tempo que a união pode durar. No caso de sua relação com o Google – eleita Anunciante do Ano do Festival de Cannes deste ano (lembre aqui), a vida vai bem. “Estou muito feliz”, diz.

Os números explicam parte disso. Atualmente, são 700 googlers em São Paulo. Em Belo Horizonte – onde funciona o Centro de Engenharia do Google para a América Latina – são 130, mas esse total vai subir. Até o final do ano, deverão ser cerca de 200.

Dados sobre faturamento no Brasil não são informados. Mas o Google divulgou que em 2015 foram gerados de R$ 13 bilhões a R$ 37 bilhões com o Google Search e o AdWords no país. Com Google AdSense, esse valor ficou entre R$ 1,1 bilhão e R$ 1,2 bilhão. Aos criadores de conteúdo do YouTube foram pagos, no mesmo período, entre R$ 300 milhões e R$ 400 milhões.

Globalmente, a Alphabet, holding dona do Google, informou aos investidores, em julho, que teve lucro de US$ 3,2 bilhões no segundo trimestre deste ano (mais informações sobre o balanço aos investidores aqui). A multa de € 4,34 bilhões aplicada pela União Europeia, no mesmo mês, já foi descontada desse cômputo (veja mais detalhes sobre a acusação dos europeus aqui).  A receita no trimestre foi de US$ 32,6 bilhões, com 86% vindo do faturamento do Google com publicidade – é importante lembrar que o Brasil está no top 5 dos mercados mais importantes para a companhia. Um resultado melhor do que se imaginava. A projeção dos especialistas é que esse montante chegaria a US$ 32,2 bilhões no trimestre. Em 2017, a receita foi de US$ 110,9 bilhões, aumento de 23% em relação ao exercício anterior. A Alphabet está atualmente avaliada em US$ 870 milhões.

No caso do Brasil, há outros números que dão conta da evolução e da importância do mercado para a empresa. No Google For Brasil, evento em São Paulo, em junho, que apresentou os investimentos e os recursos aplicados no país pela corporação (leia mais aqui), Fabio Coelho revelou que foram investidos R$ 700 milhões entre janeiro de 2017 e maio de 2018 em estrutura, como a instalação de cabos submarinos e a montagem do YouTube Space Rio. Para ONGs, foram doados R$ 19 milhões para 20 entidades que foram finalistas do Google Impact Challenge Brazil (que premia projetos que utilizam tecnologia para mudar o mundo).

Foram ainda aplicados R$ 10 milhões em parcerias com a imprensa. Em janeiro de 2017 foi aberto o Google News Lab, que desde então ofereceu treinamento para cerca de 20 mil jornalistas. E foram abertas frentes contra as fake news por meio de acordos com agências de fact-checking.

Esse é um dos assuntos tratados nesta entrevista do Clubeonline com Fabio Coelho. O presidente do Google Brasil falou também da força do YouTube, que tem “investimentos publicitários compatíveis com os de televisão”, dos planos de trabalhar mais perto dos grandes veículos de comunicação, de soluções mobile como as atualmente disponíveis no Google Assistente (o português é o segundo idioma mais usado no mundo, atrás do inglês) e do desejo de ampliar o processo de inclusão digital, que não se limita à aceleração de negócios, mas que se torna também um processo de criação de uma sociedade mais eficiente, com maiores oportunidades de desenvolvimento e de equilíbrio social.

Leia abaixo a entrevista com Fabio Coelho.

E confira também o que publicamos recentemente sobre o Google no Brasil: Think With Google – As marcas estão prontas para a era da assistência? e Google – 20 anos de buscas. Pesquisa de voz representa até 10% das consultas no país, além de Google For Brasil – Evento apresenta balanços e novidades

CLUBEONLINE– Quais são os highlights dos seus sete anos no comando da operação?

FABIO COELHO – Pra você estar feliz no trabalho, é preciso ter três coisas importantes: a primeira é se sentir aprendendo – e eu me sinto aprendendo todos os dias, até hoje –; a segunda é sentir que a gente tem capacidade de gerar impacto – o evento Google For Brasil é um exemplo de como ajudar pessoas a gerar impactos sobre a sociedade –; e o terceiro é você trabalhar com pessoas legais, seu chefe, sua chefe, seus pares. No Brasil, temos 700 googlers em São Paulo, 130 em Belo Horizonte e dois no Rio de Janeiro para o YouTube Space. Vamos expandir em Belo Horizonte para umas 200. Por essa ótica, trabalho numa empresa generosa, gosto das pessoas que me retribuem carinho, aprendo o tempo todo e tenho ajudado a empresa a ter impacto. Não posso estar mais feliz com esses sete anos. Desejo fazer outros sete anos, se puder.

CLUBEONLINE – O que destaca em relação a resultados mais concretos?

FABIO – Quando cheguei, o Google era uma empresa com cerca de 300 funcionários. Suas plataformas funcionavam, na grande maioria, em desktops. A segunda maior plataforma era o Orkut. E o YouTube ainda era pequeno. A internet também era pequena no Brasil em relação ao bolo publicitário. A partir de 2014, tivemos uma aceleração da migração para o celular, junto com a aceleração do cloud computing. Com isso, as pessoas vivem always on. Quando você associa elementos de inteligência artificial, esse comportamento se transforma num processo muito mais inteligente. O mundo dos aplicativos é uma realidade – e o Orkut não é mais uma realidade. O YouTube virou mainstream em relação à fala com a grande maioria da população brasileira. E o digital deixou de ser secundário no planejamento de comunicação e passou a ser central. O digital equivale hoje a um terço do investimento publicitário do Brasil, crescendo saudavelmente dois dígitos. Então, o saldo desse legado de sete anos é extremamente favorável para o Google e para o digital no Brasil. Não apenas porque a gente aumentou o impacto e a presença do Google. Mas porque ele participa do movimento de gerar uma sociedade mais conectada e com conteúdos com maior pluralidade e diversidade. A gente não fala apenas de propaganda. A gente fala de tecnologia para entretenimento, educação, comércio, comunicação. Fala de um processo no qual o cidadão pode exercer a cidadania de uma maneira melhor, pode se informar mais, pode ter referências mais diversas. Com isso, a gente espera conseguir ter uma parcela na construção de uma sociedade com menos distância entre quem tem e quem não tem. Uma sociedade um pouco mais justa, nesse sentido.  O Brasil só vai conseguir encurtar esse caminho da desigualdade social quando todo mundo tiver acesso [a direitos], tiver educação e quando as regras postas aí permitam às pessoas estimular mérito.

CLUBEONLINE – Retornando ao bolo publicitário: você afirmou que a internet representa um terço. O Google não revela números, mas já se falou que ele é o segundo veículo que mais recebe investimentos no Brasil. O que diz a esse respeito?

FABIO – O Google não é um veículo de comunicação. É uma plataforma de tecnologia. Várias plataformas de tecnologia, aliás. Diria que o Google tem sim uma presença relevante no Brasil. Quando você tem 150 milhões de brasileiros usando suas propriedades várias vezes ao dia, penso na música do Milton Nascimento: “todo artista tem de ir onde o povo está”. As empresas entendem que podem ter engajamento de boa qualidade com esses brasileiros que estão na internet. Isso não é só comunicação, não. Pode ser comércio também. Pode ser uma interação mais frequente por meio de aplicativos. Pode ser um movimento de construir audiência. Ou seja, é natural que o Google seja um veículo de tecnologia protagonista nesse jogo, nesse movimento.

CLUBEONLINE – Em seu primeiro ano no Google, você tinha dado uma mostra do crescimento da empresa de um ano para o outro. O que você pode falar de crescimento agora?

FABIO – O crescimento do Google continua sendo saudável. Continua sendo acima do crescimento da internet no Brasil. Em termos globais, o Google cresceu 26% ano a ano, no primeiro trimestre. O Brasil é um dos bons países de crescimento do Google. Está no top 5.

CLUBEONLINE – O que puxa mais o crescimento do Google Brasil?

FABIO – Desde 2016, percebemos um ímpeto muito maior das empresas em relação à busca de soluções que gerem maior eficiência e maior impacto com menores custos. Com isso, as pessoas vão para o buscador e para o YouTube e entendem que a estratégia de aplicativos é fundamental. Elas entendem que devem ter uma presença móvel bem feita. Uma estratégia de aplicativos bem feita pode ser uma forma de interagir melhor com a base de clientes de maneira mais eficiente e barata. As empresas entenderam também que o YouTube pode gerar CPMs extremamente competitivos. Grandes campanhas nascem no YouTube. E não só no YouTube. Ele pode ser não apenas complementar – como era no passado –, mas ter investimentos publicitários compatíveis com os de televisão. O YouTube hoje tem audiência necessária para merecer esse tipo de investimento, além de deixar uma base de dados e informações com os quais se pode fazer um trabalho super inteligente dentro do conceito de transformação data driven, que a gente vem trabalhando há cerca de um ano e meio. Isso mostra para a companhia que, se conhecer melhor a base de clientes e os potenciais clientes interessados em interagir com seus serviços e produtos, sem dúvida, ela vai ganhar mais dinheiro ou ter consumidores mais satisfeitos.

CLUBEONLINE – Quando você fala de investimentos compatíveis com os de TV, quer dizer...

FABIONum dia, o YouTube pode falar com 70, 80 milhões de pessoas, dentro de uma estratégia de blast. O que é blast? É uma maneira de se fazer um trabalho que envolve todas as plataformas do Google. De você construir alcance rápido, com cobertura muito rápida, de forma que antes só a TV podia fazer. Hoje você consegue fazer isso na internet, especialmente no YouTube. E com um Custo Por Mil extremamente competitivo – mais barato, até. Dentro dessa ótica, é importante deixar um legado de base de dados para ser trabalhada. Com isso, o YouTube é considerado, dependendo do tipo de empresa, a plataforma central de muitas campanhas. Se a empresa não tem muito dinheiro para fazer televisão, o YouTube pode ter um funcionamento que se encaixa como uma luva. Para as empresas que têm muito dinheiro para fazer televisão, a complementação TV e YouTube é excepcional. A gente acredita na complementaridade. É bom deixar isso claro.

CLUBEONLINE – Qual a participação do Brasil em relação ao desenvolvimento de produtos e serviços do Google?

FABIO– O Brasil faz parte de um grupo chamado NBU, de Next Billion Users. Nós, do grupo brasileiro, trabalhamos com o pessoal da Índia, da Indonésia, das Filipinas, do México, mercados onde está o próximo bilhão de usuários. Houve um entendimento, mais ou menos dois anos atrás, em Mountain View [sede do Google], que, se a gente tem de construir produtos para todo mundo – e a gente acredita nisso –, eles têm de funcionar bem em mercados onde os smartphones estão muito avançados e nos mercados em que as redes 5G e 4G não estão tão avançadas como no primeiro mundo. Dentro desse espírito, muitas soluções desenvolvidas para o Brasil depois são exportadas para outros países. Coisas que têm a ver com nuances tecnológicas ou culturais. O entendimento do rodízio [no trânsito], por exemplo. Ou de como é importante ter apps que ocupam pouca memória, que conseguem processar rapidamente. No Brasil, fora do Rio e de São Paulo, muitas pessoas foram direto para o celular, sem passar pelo computador.  Isso exige o entendimento de navegação e de UX muito diferente em comparação ao de um usuário que migrou do computador para o celular. Tudo isso faz com que o Brasil seja um hub maravilhoso para construirmos coisas aqui. Isso associado a um elemento ainda mais forte para catalisar essa proposta que é termos 130 engenheiros de várias nacionalidades trabalhando no Brasil.

CLUBEONLINEQuais são os próximos desafios do Google Brasil? Em que pontos vocês têm colocado um olhar mais concentrado?

FABIO – Acho que os desafios do Google no Brasil têm a ver com a volatilidade do nosso ambiente. O Google é uma companhia extremamente metrificada. Construímos no Brasil a reputação de ser uma empresa que administra bem os ativos do Google. Mas nem todo mundo entende as coisas que acontecem no Brasil. Entender o Brasil não é fácil (risos). Um lado do nosso esforço é continuar com a respeitabilidade interna e fazer com que as pessoas entendam como é operar no Brasil. Em relação à visão do Google, nós queremos continuar a ajudar as pessoas a entender que o Google é uma empresa generosa, do bem, de alta performance, que tem uma preocupação social e de impacto econômico. Essa é a nossa preocupação. Quando você pergunta “quais são seus desafios”, não vejo isso como desafio, mas como uma missão. Temos de continuar mostrando que somos uma empresa do bem, que está compondo um ecossistema. Queremos, inclusive, trabalhar cada vez mais perto dos grandes veículos de comunicação. Nós acreditamos que podemos ajudá-los e construir negócios juntos. Também queremos estar perto das grandes empresas do ecossistema digital. Há espaço para trabalharmos juntos. Ou seja, talvez nossa maior oportunidade seja mostrar que, juntos, somos mais fortes e, desse modo, podemos acelerar a inclusão digital no Brasil. Isso não é função, nem missão de uma empresa. É o ecossistema que tem de ser estimulado, tanto do ponto de vista de governo, quanto do ponto de vista empresarial privado. Um processo de inclusão digital é muito mais do que discussão de propaganda. É um processo de criação de uma sociedade mais eficiente, em que as pessoas têm mais facilidade de ir e vir, de transitar, de fazer comércio, de comprar coisas. Tem um ranking de tecnologia digital da The Economist [Preparing For Disruption: Technological Readiness Ranking] mostrando como o Brasil está preparado para a disrupção. Ele cai quase dez posições em cinco anos. O Brasil é o número 38. Aí, você olha o futuro, de 2018 a 2022: ele passa a ser 47. Então, um desafio nosso é a gente olhar para as coisas que são comuns e tentar ver como podemos impactá-las, ajudando o governo, a sociedade, o empreendedor e as empresas. Com isso, lógico que nosso negócio vai crescer no Brasil, mas [com isso] que todos possam crescer também.

CLUBEONLINE Uma questão que vem sendo discutida ao redor do mundo é a proliferação de fake news. Vocês estão investindo alto em parcerias com a imprensa.

FABIO – São R$ 10 milhões e estamos atendendo 20 mil jornalistas (entre 2017 e 2018).

CLUBEONLINE – Qual é o impacto das fake news para o Google Brasil? Em diversos debates que pude acompanhar sobre esse assunto, uma observação comum é que é preciso cobrar de empresas como Google e Facebook uma forma de evitar que o dinheiro chegue a essas fontes de notícias não idôneas, inventadas.

[Todd Benson, head de Communications & Public Affairs no Google América Latina, que acompanha a entrevista, observa que a empresa tem “há vários anos uma política a respeito, inclusive antes das eleições nos EUA, em 2016, quando esse assunto veio à tona mundialmente. São políticas que impedem a monetização nas nossas plataformas de notícias enganosas, de misinformation. Policiar isso proativamente na internet é difícil, mas temos um relatório de transparência, que divulgamos todos os anos, que mostra mundialmente quantos (sites) desmonetizamos”. Além disso, outro braço de atuação do Google tem sido promover o jornalismo de qualidade. “Fizemos uma calibragem no algoritmo da busca no ano passado para privilegiar no ranqueamento links de fontes notadamente de qualidade, de jornalismo profissional de qualidade. Não cabe a gente retirar nada da internet, mas temos um trabalho constante de tentar fazer com que coisas claramente falsas e enganosas não apareçam lá em cima, na busca.” O Google tem ainda parcerias com agências de fact-checking, feitas no mundo todo, para tentar desqualificar boatos e desinformação na internet antes que elas viralizem.]

FABIO– Existe um processo em andamento, que a gente tem de acelerar. Um pedaço disso é capacitar jornalistas e torná-los mais correntes em relação a jornalismo de dados e jornalismo investigativo. Outra parte é o que temos tentado fazer há vários anos com a ANJ [Associação Nacional de Jornais] e os parceiros de mídia, que é mostrar que mídia e tecnologia podem se complementar, por meio de nossas plataformas, e que podemos trabalhar num modelo de revenue share, que já adotamos com Globo, Folha, UOL e um monte de gente. Por que isso é importante? Porque quanto mais o jornalismo for autossustentável menos ele vai depender do jornalismo financiado ideologicamente. Acho que jornalismo financiado ideologicamente – ou veículos de comunicação de viés ideológico – tende a existir. Cabe às pessoas entender se querem se associar a esse conceito. O que temos feito em relação a notícias é transformar nosso processo de avaliação de qualidade e ranking por meio de parceiros. É poder usar empresas de fact-checking [o Google tem parceria com as agências Lupa, Aos Fatos e Agência Pública, entre outras], que são certificadas [para isso], ou órgãos como o TSE, em relação à política, para que nós não nos envolvamos na questão do conteúdo. A discussão do conteúdo tem de ser exatamente como são os processos de indexação do Google. São processos aritméticos que refletem o interesse da sociedade. Por aí, isso nos impacta muito menos do que outros veículos de comunicação, que não têm esse componente tecnológico associado a uma qualificação e um ranking tecnológico. Mas acho que, mesmo no WhatsApp, as pessoas começam a entender o que é fake news. A sociedade tem de desenvolver senso crítico em relação a determinados conteúdos que são consumidos. As pessoas não podem acreditar em tudo que vêm na internet.

CLUBEONLINE – Vocês têm sete plataformas mais voltadas para o mobile [cada uma com mais de um bilhão de usuários: Busca, Android, Chrome, YouTube, Maps, Play Store e Gmail]. O Google é hoje uma empresa mais dedicada ao mobile?

FABIO – O Google tem de ser. Como qualquer empresa tem de ser. Tudo é mais mobile. Desde 2016, o mobile passou o desktop em termos de tráfego. De longe, o mobile está em primeiro em todas as plataformas. Isso é fato concreto. O que a gente tem de explorar agora é ver como ajudar a difusão dos conceitos de inteligência artificial (AI, na sigla em inglês) nas nossas plataformas para gerar melhores experiências. E também com os nossos clientes, para que eles possam gerar melhores soluções de negócios. Meu sonho era fazer uma lista de 50 iniciativas de AI que estão em andamento, mas tem tanta coisa que está sendo feita neste momento que é assustador.  Iniciativas não só do Google quanto dos clientes. No Google Assistente, temos mais de 30 casos de parcerias, que vão desde pedir uma pizza ou um táxi até fazer um determinado tipo de compra na internet. Mas isso vai muito além. Como o projeto Tensor Flow, do barulho da serra elétrica [um sistema de monitoramento, feito com tecnologia de celulares reciclados, e com uso de machine learning e alimentação por energia solar, identifica o som de uma motosserra, podendo avisar se uma árvore está sendo derrubada]. Seria interessante ver mais exemplos de uso de machine learning associados com a realidade concreta do negócio. Aí, isso se torna poderoso. Mas diria que neste momento que mobile é fundamental e machine learning é o assunto quente, do momento. Ao longo de 18, 24 meses, nós veremos uma transformação enorme de processos e modelos de negócios que vão surgir por isso.

 

Lena Castellón

 

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