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Espaço do Presidente

Enlarge your penis (por Fernando Campos)

06.06.14


Uma recente pesquisa estabeleceu, a partir de dados clínicos, o tamanho médio do pênis do brasileiro: 14 centímetros em estado ereto. Calma, antes de pegar uma régua continue lendo porque agora vem a informação importante: os pesquisadores do mesmo estudo solicitaram a cada indivíduo pesquisado que declarasse o tamanho de seu pênis no questionário de inscrição no estudo. Média do tamanho declarado do pênis do brasileiro: 19,5 centímetros.



É mais ou menos como a festa do Caboré: se formos julgar o PIB do mercado pelas declarações de sucesso medidas nas respostas ao “e aí, como foi o ano pra vocês?”, teríamos sem dúvida um crescimento de dois dígitos por ano.



Os dados clínicos, porém, não mentem nem sonham. E esta semana tive acesso a dados clínicos surpreendentes sobre o tamanho do pênis publicitário brasileiro em 2014.



Falo aqui da quantidade de inscrições no Anuário do CCSP. Historicamente, há uma esperada flutuação, de até 20% pra cima ou pra baixo, no volume de inscrições do Anuário, diretamente relacionada ao desempenho econômico das agências. Ano passado, as inscrições cresceram pouco mais de 10%. Este ano, caíram quase 20%.



Claro, há exceções. Agências que inscreviam pouco e cresceram o volume de inscrições este ano e até algumas (poucas) agências que já inscreviam bem e ainda assim cresceram o volume.



Mas o que chama a atenção são algumas agências que tradicionalmente inscrevem 50, 60 peças ou mais caindo sua inscrição pra 10 peças ou até menos. É o efeito pibinho.



Pra quem tem a tarefa de gerir o CCSP, nenhuma mágica a fazer: como você sabe, isto não é uma empresa como Cannes ou a maioria dos festivais que recebem sua inscrição. Por definição estatutária, todo lucro do CCSP tem que ser reinvestido em projetos para a comunidade criativa. Como o Festival do CCSP, que em setembro vai para sua terceira edição. A matemática é simples: menos recursos, menos projetos. Simples assim.



Felizmente, os últimos anos foram muito bem sucedidos do ponto de vista de gestão do CCSP, e tenho orgulho de dizer que o ano de 2013 apresentou o melhor resultado contábil da história do Clube. Ainda assim, uma redução de 20% nas inscrições obviamente trará consequências. Mas isso faz parte do meu job description como presidente, não é o assunto central aqui.



O assunto central é a consequência CONCEITUAL, muito mais do que a FINANCEIRA. Vou explicar.



Como sempre digo em palestras ou entrevistas, o CCSP é feito para as pessoas, não para as empresas. Obviamente, as empresas fazem parte da vida da entidade. Empresas como MINI e Google, as primeiras patrocinadoras da versão deste ano do Festival. E vem outras por aí. Empresas como as "madrinhas" que apoiaram o Festival do ano passado: F/Nazca Saatchi & Saatchi, Ogilvy, Almap/BBDO, Santa Clara, Leo Burnett Tailor Made, Paranoid, JWT, Rebolución e Bullet. Contamos com vocês este ano de novo, e tudo indica que a lista vai crescer. Patrocinadores de 2013 como a Conspiração, a Miami Ad School/ESPM, a BossaNovaFilms, a Record, a Sonido, a Delicatessen, todos entendendo que projetos como o Festival do CCSP são fundamentais para o desenvolvimento, o amadurecimento e sobretudo a valorização da nossa profissão.



Mas o serviço prestado é sem dúvida para o indivíduo. É para o criativo, seja ele redator, diretor de arte, designer, músico, cineasta, creative technologist, não importa o cartão de visitas. Importa é que é pra este sujeito que o CCSP foi criado e é pra valorizar o produto criativo que sai da sua cabeça que existe o Anuário. É inclusive por isto que nunca foi publicado um ranking de agências mais premiadas pelo CCSP, como naturalmente se faz em festivais como Cannes. Como já disse anteriormente, temos muito pouco a ver com Cannes.



Pois bem, analisando as inscrições de 2014, agência por agência, chegamos a uma conclusão preocupante: há um número considerável de ótimos criativos nas tais agências que reduziram ou cortaram suas inscrições, e por conta desta decisão, seus trabalhos ficarão de fora do próximo Anuário.



Isso é duplamente ruim. É ruim porque o indivíduo deixa de ser justamente valorizado (contrariando nossa missão como entidade) e também porque o próximo livro fica privado de peças que mereceriam estar lá e funcionar como referência histórica para as próximas gerações de criativos.



Sendo assim, tomamos uma decisão: vamos facilitar o quanto for possível a vida do indivíduo para que ele inscreva suas próprias peças, independente da decisão (legítima) da sua agência sobre o que será ou não inscrito.



Pra começar, vamos dividir em 5 vezes o pagamento das inscrições que forem feitas por pessoas físicas. Além disso, o valor cobrado da pessoa física será o valor inicial, aquele que foi válido apenas até 30/4. E claro, vamos aplicar retroativamente esta regra para aqueles que, mesmo sem qualquer incentivo, já fizeram este tipo de inscrição.



Por fim, para estas inscrições – e só para estas - vamos prorrogar o prazo por mais um mês. Portanto, o prazo para inscrições das agências segue até o dia 17/6, mas o prazo para inscrições de pessoas físicas passa a ser o dia 4/7.



Qualquer dúvida, não deixe de ligar para a Ciça, no CCSP (11-3030-9322). Ela está pronta pra te ajudar no processo de inscrições e na forma de pagamento.



PS: Na versão original deste texto citei as empresas "madrinhas", que foram aquelas que colocaram dinheiro no Festival sem expectativa de contrapartida. Por isso são "madrinhas" e não "patrocinadoras". Mas nesse critério acabei injustamente deixando de fora a BorghiLowe, que é a agência do CCSP, trabalhando gratuitamente (e brilhantemente) na criação e produção de praticamente tudo o que fazemos. Correção feita. Perdão.

 



Fernando Campos - Presidente do Clube de Criação de São Paulo



 





 


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