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Fernando Meirelles produz histórias para Google Earth
Em nova versão desde abril, após dois anos de desenvolvimento, o Google Earth revelou nesta terça-feira, 11, mais uma surpresa desta fase que gera experiências interativas sobre distintos lugares do planeta. Desta vez, o foco está na região amazônica e também dá atenção especial às populações indígenas (no total, a área comporta 25 milhões de pessoas e responde por 20% do oxigênio do mundo).
O projeto “Eu sou Amazônia”, lançado globalmente, contempla 11 histórias interativas, mostrando a diversidade da região, a cadeia de produção de alimentos (castanha-do-pará e açaí, por exemplo) e comunidades conectadas à natureza ou que têm buscado mais recursos sustentáveis. Parte desse conteúdo tem produção de Fernando Meirelles. O projeto tem a assinatura: "Descubra sua conexão com a Amazônia no Google Earth".
Na seção chamada Viajante, os povos amazônicos têm seu cotidiano narrado em vídeos, mapas, áudios e realidade virtual em 360º. As histórias estão divididas em temas (e podem ser conferidas em inglês e espanhol). Veja como foram construídas as histórias (que podem ser consumidas no desktop ou nos celulares equipados com Android):
Eu sou Água: O volume de água que a floresta amazônica joga no ar percorre milhares de quilômetros, fazendo chover em toda área do centro sul da América Latina. É importante entender o processo de formação das chuvas que abastecem os reservatórios e irrigam as fazendas que produzem boa parte do alimento do mundo.
Eu sou Mudança: Após 40 anos de destruição desenfreada, Paragominas, no Pará, foi o primeiro município a adotar ações concretas para o controle do desmatamento e, hoje, trabalha para tornar-se a primeira cidade verde da região.
Eu sou Alimento: Essa narrativa traz a história dos produtos da floresta que alimentam não só os povos que vivem na região, mas também pessoas ao redor de todo o mundo. Fortalecer a cadeia de produtos alimentícios da Amazônia é uma das maneiras mais eficazes de manter a floresta em pé.
Eu sou Raiz: Há cem anos, a cultura dos Yawanawá quase se perdeu. Nos anos 1980, sua história mudou e a demarcação de seu território foi o primeiro passo para isso. O povo Yawanawá tem exemplos de empoderamento feminino e economia sustentável.
Eu sou Inovação: Os Paiter Suruí são formados por aproximadamente 1,5 mil integrantes que protegem 248.147 hectares de floresta entre Rondônia e Mato Grosso. Seu povo quase foi dizimado, mas encontrou na liderança de Almir Suruí o caminho para se fortalecer.
Eu sou Liberdade: A Amazônia brasileira é o lar de muitos quilombolas, descendentes de africanos escravizados. No Pará, fugindo da escravidão, eles estabeleceram suas comunidades e lutaram pelos seus direitos territoriais.
Eu sou Resistência: Os Tembé possuem uma história de resistência de 40 anos pelo direito à terra. Hoje, eles usam novas tecnologias para realizar a gestão e proteção do seu território, e garantir o futuro das próximas gerações.
Eu sou Resiliência: O desmatamento, o uso de agrotóxicos e as mudanças climáticas estão ameaçando os povos indígenas e as florestas do Xingu, a primeira grande terra indígena reconhecida no Brasil e, hoje, lar de 16 etnias.
Eu sou Aventura: Os Yanomami estão se preparando para levar turistas ao Pico da Neblina, em uma trilha de 36 km de caminhada pela floresta e que apresenta elevação que vai de 95 metros a 2.995 metros de altitude.
Eu sou Conhecimento: O povo Cinta Larga vive em um território demarcado de 2,7 milhões de hectares. Eles avançam na proteção de seu território por meio de projetos de educação.
Terras Indígenas: As terras indígenas representam 13,8% do território nacional e são essenciais para a sobrevivência dos povos e da conservação ambiental em todos os biomas brasileiros.