Facebook: 1º trimestre

O balanço financeiro do Facebook para o primeiro trimestre, divulgado nesta quarta-feira, 29, mostra que a receita com publicidade atingiu US$ 17,4 bilhões, alta de 17% sobre o mesmo período no ano passado. Mas o CEO da companhia, Mark Zuckerberg, não demonstra otimismo para o futuro imediato devido à crise do novo coronavírus.

Os números reportados são positivos. O lucro chegou a US$ 4,9 bilhões, comparado a US$ 2,4 bilhões do primeiro trimestre de 2019. O resultado se deve, em parte, a cortes promovidos pela companhia, que atingiram 61,1% com despesas gerais e administrativas. Na quarta, as ações do Facebook subiram 6%.

Apesar desses dados, as expectativas para o segundo semestre e para o ano não são alvissareiras, em virtude do impacto da pandemia na saúde e na economia, afetando perspectivas de negócios. O Facebook não apresentou estimativas. De acordo com o balanço, a rede experimentou “uma redução significativa na demanda por publicidade, bem como declínio nos preços de nossos anúncios nas últimas três semanas do primeiro trimestre de 2020".

Depois dessa queda, as primeiras semanas de abril ficaram mais estáveis. Mas o relatório sugere que não haverá crescimento da receita. E, em conversa com analistas de Wall Street, Zuckerberg expressou sua preocupação com o prolongamento da crise. “O impacto em nossos negócios tem sido significativo e continuo muito preocupado com o fato de que essa emergência de saúde e suas consequências econômicas durem mais do que as pessoas estão prevendo atualmente”, disse.

No relatório, o Facebook aponta que mais pessoas vem usando seus serviços neste período de quarentena. Segundo a empresa, 2,3 bilhões de usuários acessam seus aplicativos diariamente, um aumento de 11% sobre o ano passado. O app da própria rede é acionado todos os dias por 1,73 bilhão de pessoas, o que também representa um crescimento de 11% sobre o mesmo período em 2019.

Essa atividade ajudou a aumentar em 39% o número de impressões. Mas os preços dos anúncios diminuíram 16% - havia menos demanda dos anunciantes, que reduziram seus investimentos no digital. O Facebook relata queda da participação das montadoras e das companhias aéreas. Por outro lado, a indústria de games e o e-commerce ampliaram seus aportes. Contudo, de acordo com David Wehner, Chief Financial Officer da companhia, há potencial para uma contração ainda mais severa do setor de publicidade.

Ações

Recentemente o Facebook atualizou o Messenger, tornando-o uma ferramenta para competir com os serviços de videoconferência – entre eles, o Zoom, que ganhou notoriedade e uma quantidade imensa de usuários a durante a pandemia. Desse modo, o Messenger agregou o serviço Rooms, que pode ser usado por mais pessoas em suas chamadas de vídeo e transmissões ao vivo.

Segundo o relatório, a troca de mensagens nas plataformas do Facebook, como o WhatsApp, subiu até 50% em março em algumas regiões. No WhatsApp houve ainda uma limitação de repasse de mensagens como forma de combater a desinformação. O próprio Zuckerberg, na conferência com analistas, ressaltou a importância dessas plataformas. "Entre o WhatsApp e o Messenger existem mais de 700 milhões de usuários ativos diários participando de chamadas. Estamos dobrando o tamanho das videochamadas do WhatsApp de 4 para 8. Isso é importante porque ele é o serviço de chamadas criptografadas de ponta a ponta mais popular".

O Facebook destacou também que investiu US$ 100 milhões para apoiar organizações de jornalismo e outros US$ 100 milhões para ajudar pequenos negócios.

Mais detalhes do relatório podem ser acessados aqui.