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Chega ao fim acordo da Meta com veículos nos EUA e na Austrália
Lançado em 2019, o Facebook News será desativado em abril nos EUA e na Austrália, encerrando um acordo que a Meta tinha com veículos. Desde setembro passado, ele já não está mais disponível no Reino Unido, na França e na Alemanha, onde também tinha sido fechados contratos com a imprensa desses países. Desse modo, o serviço dedicado a conteúdo de notícias chegará ao fim completamente e não haverá novas parcerias nesses moldes com publishers, declarou a big tech em comunicado.
Segundo o site The Verge, os acordos de licenciamento selados à época com alguns veículos foram milionários: US$ 10 milhões para o Wall Street Journal, US$ 20 milhões para o NY Times e US$ 3 milhões para a CNN. A Meta informou que esses contratos já expiraram nos EUA. O mesmo aconteceu no Reino Unido. Já na França, Austrália e Alemanha os acordos ainda estão valendo, mas apenas para cumprimento dos termos de validade.
Ao criar o Facebook News, a companhia comunicou que a então novidade era um esforço para “sustentar um grande jornalismo e fortalecer a democracia”. Uma pesquisa feita com usuários, segundo a empresa, mostrou que eles estavam insatisfeitos com os feeds de notícias, principalmente em categorias como entretenimento, saúde, negócios e esportes. O acordo feito com a imprensa pretendia suprir essa lacuna.
Agora, a Meta afirmou que a decisão faz parte do “esforço contínuo” para alinhar seus investimentos com os produtos e serviços que as pessoas mais valorizam. De acordo com a gigante tecnológica, o número de usuários que acessavam o Facebook News caiu mais de 80% no ano passado na Austrália e nos EUA.
Pelo comunicado, entende-se que o desejo dos usuários quanto ao conteúdo jornalístico mudou. “Sabemos que as pessoas não acessam o Facebook em busca de notícias e conteúdo político — elas vêm para se conectar com outras pessoas e descobrir novas oportunidades, paixões e interesses. Como divulgamos anteriormente, em 2023, as notícias representam menos de 3% do que as pessoas em todo o mundo veem no feed do Facebook”, justificou-se a big tech.
A Meta disse ainda: “Como empresa, temos de concentrar nosso tempo e nossos recursos nas coisas que as pessoas nos dizem que desejam ver mais na plataforma, incluindo os vídeos curtos”. Ela acrescentou que os usuários continuarão a ver links para notícias a partir da rede.
Para os veículos, a mensagem da companhia foi a seguinte: “Os publishers continuarão a ter acesso às suas contas e páginas do Facebook, onde poderão publicar links para as suas histórias e direcionar as pessoas para seus sites, da mesma forma que qualquer outro indivíduo ou organização. Os veículos também podem aproveitar produtos como Reels e nosso sistema de anúncios para alcançar públicos mais amplos e direcionar as pessoas ao seu site, onde ficam com 100% da receita derivada de links externos no Facebook”.
Dois anos atrás, os acordos com a imprensa nos EUA não foram renovados, pontuou o The Verge. Mas na Austrália a decisão irá cortar uma verba de US$ 70 milhões por ano paga a veículos como Sky News Australia, News Corp, Seven, Nine e The Guardian.
Os contratos com essas empresas, com duração de três anos, foram feitos depois que o governo da Austrália aprovou, em fevereiro de 2021, uma lei obrigando a big tech e o Google a pagar por conteúdo jornalístico em suas plataformas. O Facebook tinha resistido à legislação e até bloqueou o acesso ao conteúdo da imprensa, mas isso afetou o acesso dos usuários a páginas do governo e de ONGs, causando protestos. Depois, o governo australiano flexibilizou o lei mediante acordos firmados entre a rede e os veículos.