Fernando Cazé, Carlos Bobi e Lucas Ururahy

A L'Oreal Brasil convidou três artistas urbanos - Fernando Cazé, Carlos Bobi e Lucas Ururahy - para fazer releituras de peças publicitárias da marca do início do século passado nas paredes da nova sede da empresa, na zona portuária do Rio de Janeiro.

A ideia surgiu depois que Fábio Rosé, diretor de Recursos Humanos, observou obras de graffiti instaladas no Armazém Utopia, bem próximo da nova sede da empresa, no Porto Maravilha. Assim, ele desenvolveu o projeto com a ajuda do Comitê Executivo da companhia.

A L'Oréal possui um acervo com peças do início da história da companhia. Para escolher os anúncios que passariam por uma releitura, os curadores do projeto indicaram peças que mais possuíam mais relação com os traços dos artistas convidados.

"Como já tínhamos várias reproduções de peças antigas da L'Oréal na sede anterior, pensei que seria interessante fazer uma releitura moderna com alguns artistas visuais cariocas, integrando de alguma forma nossa história e a nova história da arte contemporânea do Rio", afirma Rosé.  "A ideia era que pudéssemos fazer uma releitura original, inspirada pela beleza do Rio e da mulher brasileira", ressalta.

Fernando Cazé conta que o processo de ambientação da cultura da organização foi importante para encontrar o equilíbrio no resultado final. "Releituras normalmente têm um valor histórico muito forte e temos que respeitar esse peso que ela passa. Sinto que agora posso comunicar aos colaboradores (da L'Oreal) a relevância da arte de rua na sociedade", defende. Cazé explica que seu trabalho é como uma galeria a céu aberto com uma narrativa que procura enfatizar o poder da mulher negra.

Já Carlos Bobi conta que fez uma junção dos cabelos volumosos de duas mulheres com as borboletas, que remetem ao sentido de liberdade do feminino e da arte.