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Festival de Berlim

O Último Azul, de Gabriel Mascaro, e as chances de um Urso de Ouro

19.02.25

Dirigido por Gabriel Mascaro, o filme brasileiro “O Último Azul” é um dos destaques no 75º Festival de Berlim, que está em andamento e vai até o domingo 23. A estreia mundial do longa aconteceu no fim de semana passado na mostra competitiva da Berlinale e, desde então, a produção tem conquistado elogios entre os críticos e atraído a atenção da imprensa internacional.

Ao final da exibição, “O Último Azul” (“The Blue Trail”, em inglês) foi extremamente aplaudido pelo público do Festival de Berlim. Depois, começaram a surgir comentários sobre as chances de o longa conquistar o Urso de Ouro de Melhor Filme.

A crítica especializada não tem economizado adjetivos. O Hollywood Reporter escreveu que filmes sobre futuros próximos distópicos – que é o caso da produção brasileira – existem às dúzias, “mas é difícil lembrar de um que o envolva na alegria desafiadora da libertação como ‘O Último Azul’. A fábula imaginativa de Gabriel Mascaro é um tapa na cara da discriminação etária”.

No site ScreenDaily, que reúne críticos de cinema de veículos internacionais diversos, o longa era o mais bem avaliado entre os sete primeiros exibidos na mostra competitiva da Berlinale, como apontou o Globo.

Vale lembrar que, no ano passado, no Festival de Veneza, “Ainda Estou Aqui”, de Walter Salles, também arrebatou o público – e levou o prêmio de Melhor Roteiro. Concorrendo hoje em três categorias do Oscar, entre elas a de Melhor Filme, o longa baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva ajuda a aumentar o interesse em torno das obras brasileiras. 

Nesta edição do Festival de Berlim, a programação conta com 13 produções do Brasil.

A sessão de estreia de “O Último Azul”  contou com a presença do diretor e dos atores Denise Weinberg – que faz a protagonista, Tereza –, Rodrigo Santoro, Miriam Socarrás, Adanilo e Rosa Malagueta, além da equipe de produção.

A trama se passa em um futuro distópico na região amazônica. Tereza, uma mulher de 77 anos, reside em uma cidade industrializada e recebe um chamado do governo para se mudar para uma colônia habitacional destinada a idosos, sob o argumento de desfrutarem de seus últimos anos. Mas o objetivo por trás é permitir que a juventude produza sem se preocupar com os mais velhos. Antes do exílio forçado, Tereza resolve embarcar numa jornada por rios da Amazônia para realizar um último desejo que pode mudar seu rumo para sempre.

Para Mascaro (diretor também de "Boi Neon", "Divino Amor" e "Ventos de Agosto"), estrear o filme no Festival de Berlim foi especial. E comentou que o longa se relaciona com a história de sua avó. “Minha avó aprendeu a pintar com 80 anos. Foi muito especial vê-la descobrindo essa nova vida. Isso me fez refletir muito sobre envelhecimento. Então, comecei a escrever o filme e finalmente encontrei alguém que pudesse ser o coração e a alma do filme, a Denise Weinberg”, contou durante a apresentação do filme.

Mascaro esteve na Berlinale em 2019, quando “Divino Amor” foi exibido na Mostra Panorama. “O Último Azulé o primeiro filme brasileiro a competir pelo Urso de Ouro desde 2020. Anteriormente, o Brasil venceu o prêmio com “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles - na época, Fernanda Montenegro recebeu o Urso de Ouro de Melhor Atriz -  e, em 2008, com “Tropa de Elite”, de José Padilha.

Com produção da Desvia (Brasil) e Cinevinay (México), em coprodução com a Globo Filmes (Brasil), Quijote Films (Chile), Viking Film (Países Baixos), e distribuição da Vitrine Filmes no Brasil, “O Último Azul” foi produzido por Rachel Daisy Ellis (“Boi Neon”, “Rojo”) e Sandino Saravia Vinay, produtor associado de “Roma”, de Alfonso Cuarón, e coprodutor dos filmes anteriores de Mascaro.

Veja abaixo um pouco de como foi a estreia de "O Último Azul" no Festival de Berlim.

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