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Eu vim aqui para tirar vocês da zona de conforto, disse Luiz Calainho
Contando sua própria trajetória profissional para exemplificar conceitos e atitudes que acredita serem fundamentais para se obter sucesso em qualquer área de atuação, Luiz Calainho, empreendedor criativo e gestor em estratégia da L21 Participações, apresentou no Festival do CCSP 2014 a palestra Reinventando a si mesmo, homônima a um livro lançado pelo profissional, às vésperas de completar 50 anos, e que, pela sua precocidade, não vamos chamar de autobiografia. No máximo é a primeira parte da história de vida de um inquieto e bem sucedido empreendedor, que ainda tem metade da vida pela frente para nos surpreender.
Formado em publicidade, Calainho iniciou sua carreira como estagiário na Standard Ogilvy & Mather. Em pouco tempo, se tornou um dos responsáveis pelo atendimento de Brahma. Em uma posição confortável, como ele mesmo descreve, começou a se questionar. As pessoas tendem a se colocar em uma zona de conforto, que nem sempre é tão confortável assim. Naquele momento, tudo estava certo na minha vida, mas eu tinha vontade de arriscar mais, relembrou.
O empreendedor deixou então a Ogilvy para mudar completamente seu rumo profissional, assumindo a gerência de marketing da Sony Music. Naquela época, a indústria fonográfica vivia seus anos de ouro, e eu estava em uma posição onde podia apostar em coisas novas e fazer história, comentou, ressaltando que esteve envolvido na revelação de nomes hoje estabelecidos na música brasileira (como Daniela Mercury, Planet Hemp e Chico Science) e mundial (como Shakira e Fat Boy Slim).
Calainho chegou à vice-presidência da gravadora, mas sentiu novamente a necessidade de questionar suas escolhas. Estávamos em um momento em que, por tudo estar dando certo, ninguém fazia mais nada inédito. A incapacidade de quebrar os modelos das estruturas enraizadas por executivos me incomodava, e, mais uma vez, resolvi sair de uma situação confortável para trilhar o desconhecido, contou. Me chamaram de novo de louco, continuou, entre risos, afirmando que isso lhe deu ainda mais vontade de seguir com seu novo projeto, e atuar com produção de conteúdo e entretenimento. Quando alguém me fala que algo não vai dar certo, aí é que eu resolvo fazer mesmo. O impossível é o lugar onde há mais oportunidades, sublinha.
Juntamente a diversos sócios, o impressionante gestor reuniu então uma série de negócios em uma só holding, a L21 Participações, formada por empreendimentos como Mix FM, Portal Vírgula, ArtRio, Aventura, Musickeria, Musickerama, IDA, Noites Cariocas, Mimo 204, Rádio SulAmérica Paradiso e Bailes do Rio, e que anualmente fatura mais de R$ 120 milhões.
Eu vim aqui para tirar vocês da zona de conforto. Vim para provocar um pensamento de desconstrução de si mesmo, disse Calainho, completando ainda que a melhor forma de fazer isso é através do autoconhecimento e do entendimento das próprias necessidades Vivemos em uma sociedade muito travada e limitadora. Esteja atento às oportunidades do mundo a sua volta e siga sua intuição, aconselhou. Desafie regras, modelos e formatos, e busque sempre surpreender a si mesmo.
Sobre a publicidade, o empresário afirmou ter convicção de que o mercado, não só brasileiro, mas global, está passando por uma renovação de formatos. A publicidade como ela é hoje nunca deixará de existir, mas a geração de conteúdo é o que fará diferença para o posicionamento das marcas, previu. As agências e anunciantes têm que abrir a cabeça e estar presentes em outras mídias que não sejam as tradicionais. Quem ousar fazer o novo e arriscar nessa direção vai se sobressair, disse.
Calainho também deu exemplos de musicais que tem produzido com sua empresa Aventura, como "Elis, a musical", e disse que a a vontade dele é transformar o eixo SP-Rio na "Broadway do Brasil".
No máximo em 10 ou 15 anos o Brasil será uma das maiores potências culturais do mundo. Não há em um só lugar tantas misturas como a do nosso povo, e isso nos dá um leque de possibilidades para apostar e investir. Independentemente de momento político ou econômico, aqui é um lugar onde vale a pena arriscar. O Brasil privilegia quem tem vontade, concluiu.
Leia mais sobre a trajetória de Luiz Calainho aqui.
E por falar em morte à zona de conforto, aproveite e assista à palestra de 2013 de Luciana Ceccato (aqui).
Por Mariana Barbosa