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Diversidade: menos discursos, mais fatos
“Viva a Diferença”, a mesa que abordou diretamente a diversidade no Festival do Clube de Criação 2019, deixou um gostinho de quero mais ao acabar. O painel trouxe insights sobre autoestima, empoderamento racial, a importância de corpos livres, entre outros assuntos que, embora andem muito em pauta devido à adoção dos temas pelas marcas em suas campanhas, ainda carecem de um aprofundamento. De verdade. Sobrou ainda espaço para um convite (ou seria uma convocação?): mais do que falar, chegou a hora de agir.
"O debate da inclusão está congelado numa forma e não num projeto de longo prazo no Brasil. Estamos sempre falando em resistir. Os pulsos sempre cerrados. Inclusão é uma palavra que o mercado usa e acaba esvaziando de sentido. Entendam: a gente já ocupa espaços, somos a maioria da população brasileira. Precisamos de pessoas diversas em contextos normais. São pessoas normais, apenas existindo", afirmou Aisha Mbikila, modelo, diretora da LadyBird e ativista.
Danilo Dabague, nome por trás da drag e creator Lorelay Fox, concordou. "A gente vive vidas normais; a vida não é só militância. Uma coisa que sempre me chama atenção é o sequestro sazonal das pautas de causa pelas marcas. Por exemplo, na época da parada LGBTQ+. A gente fica em alta e depois sumimos”, ressaltou. Mas na vida real, destacou, ninguém “volta para o armário”. “A gente continua existindo. Indo ao supermercado. Tendo medo de andar nas ruas. Precisamos criar campanhas diversas fugindo da hipocrisia", defendeu.
Mayara Russi, modelo plus size e criadora de conteúdo, compartilhou da opinião. "Infelizmente não acredito que o mercado pratique a inclusão pela inclusão, mas sim por uma necessidade comercial, comentou. Ela relembrou de um caso em que, mesmo contratada por uma marca internacional de produtos de beleza, sentiu-se discriminada. "O líder da companhia estava muito incomodado com meu corpo, me fez provar várias roupas, nunca nada estava bom. Eu havia sido contratada por eles exatamente por ser diferente, mas mesmo assim houve um choque ao trabalhar com uma gorda", revelou.
Marquesa ChandraKant, performer, endossou e salientou a importância da autoestima para a liberação dos corpos. "Tive diversas questões com meu corpo ao longo da minha vida. Sei que ele incomoda algumas pessoas. Mas comecei a me ver de outra forma e me amar ao me entender uma artista burlesca: quando subo no palco e tiro a roupa, saúdo meu corpo. Faço referência à ele, simplesmente porque ele existe e é saudável", disse.
Eduardo Doss, diretor de criação da Ogilvy Brasil, trouxe a diversidade pelo prisma da longevidade e do conflito geracional na publicidade. Com mais de 50 anos, o profissional vê o setor como um local de preconceitos contra profissionais maduros. "É como se ficássemos ultrapassados ao completar certa idade e não servíssemos mais. Isso é ridículo porque todo mundo vai envelhecer. Acredito que o encontro de gerações é o melhor modelo de trabalho."
A jornalista e fotógrafa Helena Wolfenson declarou que tem cuidados ao falar de diversidade e lembrou do papel social da publicidade. "Sou uma mulher branca, privilegiada. Tenho muito cuidado para não invadir o lugar de fala de outras pessoas, pois sei que o que vivo é muito menos intenso. Deixei o jornalismo escrito porque entendi que a fotografia e o documentário criam outras linguagens e essa era uma desculpa para representar e somar vivências de fora da minha bolha", argumentou. Neste ano, Helena assinou um ensaio com a ativista feminista Chimamanda Ngozi para a revista Marie Claire.
O painel teve moderação de Danilo Janjacomo, diretor de criação da Wunderman Thompson, que observou a diversidade esteve presente não apenas na pauta como também na composição da mesa de debates. Ele disse ainda que é notável a ampliação do perfil de frequentadores do Festival do Clube.
O debate foi antecedido por uma performance de Marquesa Chandrakat, numa apresentação chamada “Pavão Misterioso”. “O burlesco me ajudou a tirar as várias camadas que nos cobrem desde o nascimento”, contou.
Serviço
Festival do Clube de Criação
Setembro, 21, 22 e 23 - 2019 - sábado, domingo e segunda-feira
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo - Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino
Ingressos à venda (aqui). Garanta já o seu.
Hosted by: Clube de Criação
55 11 3034-3021
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Twitter - @CCSPOficial
Instagram - @ClubedeCriacao
Teremos serviço de shuttle para quem quiser estacionar no Hotel Pullman Ibirapuera
Horário: das 08h30 às 22h30
Trajeto: Pullman / Cinemateca / Pullman
Abertura dos portões e do credenciamento: sábado, domingo e segunda às 9h