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Festival do Clube

Moda como resistência, resgate cultural e visão de futuro

21.09.23

Criatividade e técnica apurada são a base de diversos setores, mas em apenas um punhado elas são a própria matéria-prima da qual é feito o negócio. A publicidade é um deles. A indústria da moda é outro.

Seu papel econômico, histórico e cultural vai ser discutido no Festival do Clube de Criação 2023 no painel “Moda: ancestralidade, sustentabilidade, tecnologia e ativismo”, neste sábado, 23, às 12h30, na sala da Criatividade no Memorial da América Latina, que será mediado pela consultora de moda Camila Toledo, diretora de tendência da agência Fashion Snoops.

Um dos destaques é o projeto Modativismo, da designer e pesquisadora Carol Barreto. Ela criou uma metodologia inovadora para a formação de profissionais no campo das artes, centrada na produção manual e intelectual de mulheres negras. Mas não é só de arte que se trata: a proposta é aliar a formação política às artes e ao design.

Fundado há 10 anos em Salvador, o Modativismo se tornou referência internacional entre os movimentos que buscam um novo olhar sobre a produção, a tecnologia e a metodologia do design de moda. Ao mesmo tempo, é referência na construção de bases para contribuir para a criação de emprego e geração de renda para grupos vulneráveis.

Sendo a indústria da moda um campo efetivo de produção da desigualdade, penso que é exatamente por meio dela que podemos contribuir com os processos de desconstrução dessas assimetrias sociais, a partir da criação de diferentes imagens e processos que desconstruam a produção de estereótipos sobre pessoas negras”, afirma Carol.

Vale destacar que ela foi convidada pela Centauro para participar da campanha “O uniforme que nunca existiu”, desenvolvida pela TracyLocke. A ação prestou homenagem a Aída dos Santos, mulher negra e pobre, que foi a primeira atleta brasileira a participar dos jogos olímpicos, em Tóquio, em 1964. A delegação da época foi composta basicamente por homens. Aída, única mulher, viajou para o Japão sem ter dinheiro, treinador ou vestimentas oficiais. Carol criou e produzir as peças do uniforme que deveria ter acompanhado Aída (leia mais aqui). A campanha conquistou Bronze na categoria Glass no Cannes Lions 2022.

Outra convidada do painel, a estilista mato-grossense Patrícia Kamayurá une ancestralidade e ativismo na defesa da afirmação e da identidade indígena. Natural do território indígena do Xingu, a artista conta que desde muito jovem era seu sonho produzir as próprias roupas e retratar as artes ancestrais indígenas, para mostrar ao mundo que elas não se perderam mesmo com séculos de colonização. Para ela, moda indígena é resistência e luta.

Do movimento social para a indústria mainstream, o painel vai contar com a participação de Jal Vieira, uma das mais renomadas profissionais do setor no Brasil, dona da própria marca, a Jal Vieira Brand. Focada em estilismo, desenvolvimento têxtil e figurino, Jal é responsável por toda a direção criativa, styling, produção e gerenciamento das operações.

Uma vitória e tanto para quem começou a se interessar pelo tema ainda criança, assistindo desfiles na TV e acompanhando o cenário da moda à distância, por acreditar que fazer parte dele era algo muito longe de sua realidade, principalmente por ser uma mulher negra.

Como estilista, Jal estreou nas passarelas em 2019, na Casa de Criadores, e hoje é integrante do line-up principal da plataforma com sua marca própria. Já no ano seguinte, foi uma das artistas convidadas a ressignificar os figurinos de grandes óperas do Theatro Municipal de São Paulo.

Em 2022, assumiu a mentoria da primeira iniciativa da Marvel para o público brasileiro, a campanha “O Poder é Nosso”. Na ação, artistas negros foram convidados a criar releituras, com seus próprios estilos artísticos, dos personagens Pantera Negra, Tempestade, Miles Morales, Mulheres de Wakanda e Falcão. Uma coisa que Jal sempre diz é que seu trabalho na moda é antes sobre pessoas e só depois sobre roupas.

Fazendo o caminho inverso, a marca brasiliense AirTificial tem como proposta unir a natureza (Air) e a tecnologia criada pela humanidade (Artificial) em um projeto de moda futurista e sustentável. No perfil da empresa no Instagram, as imagens das roupas e acessórios da marca parecem saídas de um filme de ficção científica.

O que combina bem com o perfil dos sócios, o designer Igor Guimarães Borges e os fotógrafos Max Rocha e Pedro Hermano, que atuam no ramo de moda e se interessam por temas como futurismo e os impactos da inteligência artificial.

Segundo Borges, que fará parte do painel sobre moda, a AirTificial foi fundada durante a pandemia, em um processo que demandou muita reflexão sobre a indústria da moda, sobre as possibilidades de futuro e sobre questões de gênero e idade. A proposta é trabalhar temas importantes para a humanidade relacionados ao futuro e à sustentabilidade.

Não dá para perder esse painel.

Veja a programação completa do Festival do Clube 2023.

Serviço:

11º Festival do Clube de Criação

Patrocinadora premium: JCDecaux.

Patrocínio master (ordem alfabética): Globo, Google e Santeria.

Patrocínio/apoio (ordem alfabética): Adludio, Ama, Antfood, Apro+Som, At Five Gin, Barry Company, Broders, Canal Market, Canja Audio, Cervejas Avós, Cine, Droga5, Halley Sound, Kraft Heinz, Lucha Libre Áudio, Memorial da América Latina, Monkey-land, Mr Pink Music, Mugshot, My Mama, Nós - Inteligência e Inovação Social, O2 Filmes, Paranoid, Piloto TV, Publicis Groupe, Spotify, Surreal Hotel Arts, Tribbo, Unblock Coffee, UOL, Vati, Warriors VFX e WMcCann.

Ingressos estão à venda na plataforma da Sympla (aqui). Garanta o seu.

Dúvidas ou desejo de se associar? clubedecriacao@clubedecriacao.com.br ou Whatsapp do Clube: 11 - 93704-2881

Abertura dos portões e do credenciamento: 8h

Endereço Memorial: Av. Mário de Andrade, 664 - Barra Funda

Acesso pelo Metrô Barra Funda

Estacionamento no local

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