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'Criatividade é o maior ativo da produtora'
Vivemos um momento em que está acontecendo um pequeno mas crescente e significativo êxodo de criativos rumo às produtoras. Para discutir a questão, Alexandre Lucas, diretor de cena da BossaNovaFilms, que também recentemente foi anunciado como sócio da casa (leia aqui), comandou a mesa “Partiu Produtora”, na tarde da segunda-feira (21), durante o Festival do Clube de Criação.
Ao lado de Alexandre estavam André Godoi, diretor de cena da Prodigo; Fábio Brandão, diretor de criação da Conspiração Filmes; Fábio Pinheiro, diretor de criação da Hungry Man; Luciano Zuffo, diretor de cena da Sentimental; e Mariana Youssef, sócia e diretora de cena da Barry Company.
“Vivemos um momento legal na comunicação. Com o digital, a peça de audiovisual ganhou uma importância tremenda. Não importa o formato. Tudo está virando vídeo. Hoje, a produtora pode criar, produzir, veicular com ou sem a participação da agência ou do veículo. A criatividade se transformou no maior ativo da produtora”, analisou Lucas na abertura do debate. E questionou: “Como ajudar a produtora a se tornar um parceiro criativo de verdade da agência, em vez de apenas um fornecedor?”
“Tem muita produtora buscando gente em agência. Está se redefinindo o papel do que se chamava ‘fornecedor’. Há uns 10 anos, o estabelecimento da linguagem digital trouxe a acessibilidade, as coisas se tornaram mais fáceis e tudo foi redefinido. O negócio da produtora passou a ser relacionado à criatividade também”, concordou Mariana.
Zuffo contou que ele e Mauricio Guimarães - que deixaram suas carreiras em agência para lançar uma produtora (ao lado de Marcos Araujo e Bill Queen, em 2002) - tinham como objetivo ajudar a criação no processo de desenvolver projetos. “É libertador o fato de ‘sair fazendo’, ter esse envolvimento mais pragmático de quem é de produção para ajudar no processo criativo”, pontuou.
Brandão, que começou efetivamente há poucos dias como diretor de criação da Conspiração Filmes, egresso da DM9DDB (leia aqui) declarou que, ao observar o cenário atual da indústria, dá para entender que existe uma necessidade. “Não são só as produtoras que estão buscando criativos. Twitter, Facebook, empresas anunciantes também estão indo atrás de profissionais em agência. Antes, agência criava, produtora produzia e veículo veiculava, agora não funciona mais desse jeito, há um novo modelo se configurando, que abriu novas portas para os criativos”, observou.
Outro diretor de criação de produtora, Pinheiro, da Hungry Man, avaliou que esse lado do balcão é um ótimo lugar para criativo trabalhar. “É uma possibilidade, os criativos podem olhar para a produtora mesmo que não seja para dirigir”, ponderou. “O criativo na produtora pode pensar em soluções na área de conteúdo, formatar programas, novos formatos, enfim, vender outros produtos”.
Na visão de Godoi, era muito mais comum fotógrafo virar diretor. Ou montador virar diretor. Agora, “o cara da ideia é que está entrando na seara da produção”, disse. “O fotógrafo ou diretor de arte que vira diretor tem fotografia como diferencial. Tem uma preocupação estética. O criativo que vira diretor, por natureza, vai muito na ideia”, avaliou.
“Outra característica do criativo que chega na produtora é fazer bem a ponte com a agência, ele tem esta facilidade: já conheço os caras, já criei com eles, é muito mais fácil ‘bater bola’”, destacou Godoi, que, em seguida, questionou: “Mas existe mesmo esse êxodo de criativos rumo às produtoras? E se sim, por que existe? É pelo trabalho ou pela vida que ele está levando? No meu caso, contou muito o estilo de vida. Criativo é massacrado nas agências. Eu achava um tesão ser criativo, mas a vida que você leva é massacrante”, ponderou.
Serviço:
Festival do Clube de Criação 2015
clubedecriacao@clubedecriacao.com.br
#festivaldoclube2015