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O cliente pede: sinceridade e proatividade
Os criativos que permaneceram até o final do domingo (20) no Festival do Clube de Criação puderam ter uma interessante visão do outro lado do balcão, trazida por Oswaldo Ramos, gerente de marketing da Ford Motor. O executivo apresentou a palestra “How to be a client”, trazendo a visão do anunciante sobre a relação com as agências.
O primeiro ponto destacado por Ramos foi o da importância de cada um ter muito bem definida qual sua função na relação. “O papel do cliente é o business, é entender do negócio. Não tente explicar o negócio do cliente para ele, porque é ele o especialista”, analisou. “Por outro lado, não dá para fazer a comunicação exatamente como o marketing pediu. Afinal, os especialistas são vocês, da agência”, completou.
O executivo reforçou, aproveitando a plateia, com grande número de profissionais de criação, que acredita como fundamental nessa relação a ligação e sinergia entre o principal executivo de marketing e o de criação que o atende. “O mais importante é o alinhamento entre essas duas cabeças. O atendimento, por exemplo, tem que entender o que o cliente quer, em qual momento da comunicação ele está, e indicar o criativo de sua equipe que mais se encaixe nele”.
Para ilustrar seu pensamento, Ramos trouxe alguns exemplos de sucesso na parceria entre a Ford e sua agência no Brasil, a Blue Hive – núcleo focado especialmente na conta da montadora dentro da J. Walter Thompson, tendo como um dos principais profissionais o diretor executivo de criação Vico Benevides. E destacou o fato de ser fundamental haver uma relação aberta e sincera entre o criativo e o líder do marketing, além da proatividade.
“Uma vez pedimos um filme para o fim do ano e descobri que a criação já tinha uma ideia, só que ela tinha muita pós-produção e demoraria meses para ser produzida. E o trabalho burocrático comum de aprovação a tornaria inviável. A criação veio falar comigo, explicar tudo e resolvemos matar uma boa parte do processo de aprovações etc. O filme foi feito e foi um sucesso. Eles souberam apostar antes mesmo de um briefing e, se for preciso atropelar o sistema por uma boa ideia, vamos fazer!”, enfatizou.
Outro exemplo positivo – e um refresco para os criativos em geral – foi um case para o Ford Focus. “Produzimos um filme lindo, mas que foi um desastre nas pesquisas da Nielsen. Ninguém prestava atenção, diziam os resultados. Na TV aberta, ele realmente não empolgava, mas insistimos no trabalho, que era uma obra-prima, e quando o colocamos no cinema e na TV fechada, foi um enorme sucesso, que ajudou o modelo a ser o segundo mais vendido entre os hatchs, só atrás do Golf (Volkswagen); e o terceiro entre os sedãs médios, atrás apenas de Corolla (Toyota) e Civic (Honda). Às vezes vale a pena jogar as métricas para escanteio”.
Finalizando sua apresentação, o gerente de marketing reforçou, porém, que sem um time integrado e afinado, dos dois lados, as ideias não saem do papel de forma satisfatória. “Nada se atinge sem trabalho em equipe. É preciso ter um time engajado, com diferentes perfis e especialidades, dos dois lados. É muito importante que todos se sintam incluídos no processo”, concluiu.
Karan Novas
Festival do Clube de Criação 2015
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