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Festival do Clube 2016

José Molla: "Tudo o que você fez antes não conta"

14.09.16

Pensa em abrir a própria agência e gostaria de ter algumas dicas? José Molla, fundador e Chief Creative Officer da agência La Comunidad, com sedes em Miami e Buenos Aires (e talvez, em algum momento, aqui no Brasil) compartilhou conselhos e contou um pouco de sua experiência durante a palestra "Things I wish someone had told me before opening an agency", que rolou no Festival do Clube 2016, com oferecimento da Cinerama Brasilis.

Confira:

O lutador Ringo Bonavena uma vez disse que todos eram seus amigos, mas quando ele entrava no ringue, estava sempre sozinho. Foi assim que me senti quando abri uma agência. Não importa quantos Leões ou Lápis do One Show você tenha ganhado, os clientes sempre pedem para você voltar em um ou dois anos. Tudo o que você fez antes não conta. Lembro que me perguntei: ‘E agora?’ O bom é que depois esses momentos de pânico se tornam suas melhores lembranças.

Convicção é tudo o que você tem e ela será testada ao máximo.

Quando saí da Wieden+Kennedy, perguntei ao Dan Wieden como ele tinha chegado até ali. E ele disse: ‘não faço a menor ideia’. Siga seus instintos, acredite em você. Você não precisa de um plano para abrir a sua agência, mas precisa de um propósito.

As três primeiras campanhas definem os dez próximos anos da sua agência.

Dinheiro segue bons trabalhos, nunca o contrário.

Todos pensam que a agência se faz de fora, mas ela deve começar de dentro. A cultura é crucial. No nosso décimo aniversário, decidimos promover o encontro entre uma colaboradora de Miami e outro de Buenos Aires. Eles se encontraram no meio do caminho: na floresta amazônica. Suas aventuras foram compartilhadas em forma de conteúdo e as duas agências viraram uma só.

Para nós, a arte sempre foi fonte de inspiração. Mandávamos nossos profissionais para Cannes e notávamos que eles achavam sempre tudo igual e voltavam com cinco propostas de emprego. Passamos a levá-los para outros eventos como a Bienal de Veneza. Eles voltam mais felizes, nós gastamos menos e ninguém recebe propostas.

Ideais são poderosos. Idealismo é perigoso.

Contrate as pessoas certas. (…) Pense na agência que quer ter e não na que você tem. Não contrate quem pode fazer o trabalho, contrate quem acredita no que você acredita.

Aprenda a apoiar as pessoas que estão deixando você. (Elas podem voltar.)

Conte até 10. Ao ver um trabalho, espere um pouco para tentar descobrir grandes ideias onde de cara achou que não houvesse nenhuma.

Torne-se dispensável. Sempre penso que se alguém poderia fazer o que estou fazendo, estou perdendo tempo.

Não venda sua agência, compre uma crença.” (A La Comunidad foi independente por 15 anos. Hoje é da Sapient.)

A remuneração deve ser atrelada a ideias e não a números.

Estar ocupado é sempre melhor do que não ter nada pra fazer.

Dinheiro deve ser a consequência, não o objetivo do bom trabalho. O mesmo vale para os prêmios. Não deixe dinheiro falar mais alto do que lado humano. Nenhuma agência se torna icônica pensando em fazer dinheiro.

Você não pode comprar motivação. E nada se compara à motivação de fazer um bom trabalho.

Proteja seu pessoal de reuniões. Mantenha as reuniões curtas. Nosso trabalho não é ter boas reuniões. Nosso trabalho é apresentar trabalhos incríveis e coisas que ninguém pensou.

Seja consistente com o que diz, pensa e faz.

Confronte o conforto.

Não saber o que poderia ter sido é pior do que o fracasso.

Paula Guimarães

Serviço:

Festival do Clube de Criação 2016

Quando: Setembro, 10, 11 e 12 - 2016
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino

Hosted by: Clube de Criação
www.clubedecriacao.com.br
55 11 3030-9322

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#FestivaldoClube2016

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