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Festival do Clube 2017

Na era do Homo Sapiens Tecnológico

16.09.17

A fusão entre o real e o digital, inteligência cognitiva, darwinismo digital e até uma possível obsolência do ser humano. Esses foram alguns dos tópicos que pautaram o painel "A Quarta Revolução Industrial: convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas", na Sala Globosat. O debate contou com a participação do CEO da Dentsu Aegis Abel Reis, da fundadora da MasterTech Camila Achutti, da diretora executiva da YDreams Global Karina Israel, e de Paulo Aguiar, da Sapient AG2.

O encontro teve a mediação de Fabio Gandour, cientista-chefe da IBM Brasil. Na abertura de sua fala, ele fez questão de elucidar que os temas, muitas vezes apresentados como novidades ou coisa de ficção científica, já são uma realidade. "Tudo o que vamos falar já está acontecendo", revelou.

Karina Israel contextualizou a "quarta revolução digital" como um momento em que há a ascensão de um mundo híbrido, com a fusão do mundo digital, orgânico e físico. "Somos o Homo Sapiens Tecnológico. Nesta etapa, todo o conhecimento do mundo estará armazenado em diferentes pontos de contato: nas plantas, nos softwares, na sua roupa, no cérebro", afirmou.

Mas qual seriam as implicações deste mundo? Máquinas poderiam tomar o lugar do ser humano? "Me preocupa o cenário de empregabilidade no futuro, principalmente em um país atrasado como o Brasil. E os abismos sociais que isso poderia causar", afirmou Abel Reis. Quando o recorte se voltou ao mercado de comunicação, ele provocou: "Esses fenômenos só enfatizam o desafio de marcas de procurar formas não invasivas de comunicação. Já sabemos que a comunicação de marca será cada vez mais sobre experiência e conteúdo e menos sobre interrupção".

A influência da Quarta Revolução na educação foi o recorte escolhido por Camila Achutti. Segundo ela, em 2030, a porção não biológica de inteligência vai ser maior que a porção biológica. Ou seja, estará nas máquinas ou nas redes neurais. "Se livros são a tentativa de materializar a inteligência humana, qual o próximo passo? E, mais importante: estamos formando pessoas da melhor forma? Eu tenho certeza que não".

Paulo Aguiar, da Sapient, faz um paralelo com a Lei de Moore, que aponta que o poder de processamento dos sistemas computacionais dobraria a cada 18 meses. "Nós subestimamos o poder da tecnologia. A velocidade de desenvolvimento é exponencial e os custos, quando não são mantidos, são reduzidos. Como isso vai nos impactar em 30 anos, por exemplo?", questionou.

Literacia digital e entendimento da criatividade como parte da solução

Se não há respostas certeiras, o melhor é focar nas perguntas, apontou Camila. "Quem não programa será programado. Entender-se como uma sociedade digital, mas que não entende a lógica por trás disso é perigoso. O revenge porn, por exemplo. Se a pessoa não consegue pensar nas implicações de compartilhar uma foto deste tipo, ainda que seja em uma rede virtual ou real de amigos, isto é muito perigoso", ponderou. Ensinar programação, colaboração com robótica e, sobretudo, atuar na formação do senso crítico seriam alternativas para resistir ao darwinismo digital.

Quase ao final da palestra, ao responder a um jovem publicitário da plateia, Abel Reis questionou o mercado publicitário, que atualmente vê o trabalho criativo como uma commodity, em relação ao futuro. "Grande parte do trabalho que você vê hoje nas agências de comunicação será automatizado. Precisamos entender qual é o espaço de diferenciação do nosso trabalho para se destacar entre o que não vai mudar", observou.

Raissa Coppola

Serviço:

Festival do Clube de Criação 2017

Quando: Setembro, 16, 17 e 18 - 2017

Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo – Brasil

Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino

www.festivaldoclubedecriacao.com.br

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#FestivaldoClube2017

Hosted by: Clube de Criação

Festival do Clube 2017

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