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Waltercio Caldas: arte em estado de suspensão
O pintor espanhol Diego Velázquez dizia que não pintava uma rosa, mas um borrão que se parecia com uma rosa. Na civilização das imagens em que vivemos, essa questão é mais atual que nunca, na opinião do multitalentoso artista carioca Waltercio Caldas, um dos convidados do Festival do Clube 2019. “Quando mostramos uma obra através de foto, slide, powerpoint, não há a presença física do espectador diante da obra. A tendência é substituirmos as coisas pela imagem. Assim, estamos nos afastando delas, mas com a sensação de que estamos nos aproximando”, analisa.
Por conta disso, o escultor – que também é desenhista, artista gráfico, gravador, cenógrafo e figurinista – decidiu não mostrar imagens de seus trabalhos no painel “Estado de Suspensão”, que acontece na segunda-feira, 23, último dia do Festival e que tem a participação de Helena Bagnoli, editora da Revista Bravo, como entrevistadora. Na sua visão, a arte teria como principal função fazer retornar a influência das coisas, dos objetos, na vida das pessoas. Arte visaria interação. “Trabalho com materialidades e seria impossível à imagem em duas dimensões ser fiel às características de um objeto tridimensional”, argumenta.
Questionado sobre a possibilidade de representação via imagens tridimensionais, ele responde que são tão falsas quanto as bidimensionais, só que mais sofisticadas. “Vende-se como vantagem algo que, na verdade, é uma limitação”, argumenta.
Além da representação do espaço, a questão do tempo também aparece no raio de interesses do artista. Para ele, o presente virou um fetiche e as pessoas se submetem ao que classifica como “atualismo” – a exigência de estarmos sempre atualizados. O que não deixa de ser uma contradição. “Tudo está mudando o tempo todo. Em dez minutos você já está desatualizado”, afirma.
Início
Como aponta a Enciclopédia do Itaú Cultural, Waltercio estudou pintura com Ivan Serpa, em 1964, no MAM/RJ. Em 1967, começou a trabalhar como desenhista técnico e diagramador da Eletrobrás. Nesse ano, participou de sua primeira exposição coletiva profissional. Desenhava e fazia maquetes de “projetos arquitetônicos improváveis”. Sua produção entre 1969 e 1975 era de caráter conceitual. Em 1973, faz sua primeira individual, no MAM. Nesse mesmo ano conquistou o Prêmio Anual de Viagem, da Associação Brasileira de Críticos de Arte (ABCA), por seus icônicos objetos-caixa.
Em 1975, fez no MASP a individual A Natureza dos Jogos, com 100 obras, entre desenhos, objetos e fotografias. Em 1978, realizou esculturas, como Convite ao Raciocínio e Objeto de Aço. Passou depois a comentar trabalhos de nomes importantes da história da arte. Realizou a Experiência Mondrian e Talco sobre Livro Ilustrado de Henri Matisse - este dá início a outras obras que se baseiam em livros, como Manual de Ciência Popular (1982) e Velázquez (1996).
A partir dos anos 80, indica a Enciclopédia do Itaú Cultural, Waltercio criou maior número de instalações. Em 1983, expõe A Velocidade, na 17ª Bienal Internacional de São Paulo. Já na segunda metade da década de 80, passou a se dedicar em grande parte à escultura. Uma de suas obras, de 1985, está no Instituto Inhotim: Escultura para Todos os Materiais não Transparentes (1985), feita de mármore e madeira.
Em 1989, instalou sua primeira escultura pública: O Jardim Instantâneo no Parque do Carmo, na capital paulista. Em 1994, tem outra de suas obras em espaço aberto: Omkring, na Noruega. Dois anos depois, foi a vez do monumento Escultura para o Rio, no centro do Rio de Janeiro. Esse trabalho, destaca o Itaú Cultural, faz uma síntese de sua obra: sutileza conceitual aliada a uma capacidade de mobilização de espaço público.
Leia também “O que a periferia quer é respeito”.
Veja a programação completa do Festival do Clube de Criação 2019.
SERVIÇO
Festival do Clube de Criação
Setembro, 21, 22 e 23 - 2019 - sábado, domingo e segunda-feira
Local: Cinemateca Brasileira - São Paulo - Brasil
Largo Senador Raul Cardoso, 207, Vila Clementino
Ingressos à venda (aqui). Garanta já o seu.
Hosted by: Clube de Criação
55 11 3034-3021
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Teremos serviço de shuttle para quem quiser estacionar no Hotel Pullman Ibirapuera
Horário: das 08h30 às 22h30
Trajeto: Pullman / Cinemateca / Pullman
Abertura dos portões e do credenciamento: sábado, domingo e segunda às 9h